Com lançamento previsto ainda para o primeiro trimestre deste ano, a nova geração do Citroën C3 tem depositada em si grande responsabilidade. Com a promessa de ser espaçoso, moderninho e acessível, graças ao motor 1.0 Firefly aspirado (de origem Fiat), ele poderá levar a Citroën para a briga entre os compactos de entrada.
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A expectativa por bons números de vendas é tamanha que a Stellantis (grupo consolidado há um ano a partir da fusão entre os grupos FCA e Peugeot-Citroën) já espera que a fábrica de Porto Real (RJ) passe a trabalhar com capacidade máxima.
“A fábrica em Porto Real está subutilizada, mas vamos colocar um dos principais lançamentos da Stellantis, o Citroën C3, e acreditamos que ele poderá rapidamente saturar a fábrica”, disse o presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa, em entrevista recente a jornalistas.
Hoje, a fábrica da Stellantis em Porto Real tem capacidade instalada para produzir 150.000 carros por ano em dois turnos de operação. Contudo, produz apenas os Citroën C4 Cactus e Peugeot 2008, que em 2021 somaram 27.300 emplacamentos no Brasil – desconsiderando, portanto, unidades exportadas.
Ainda que metade da produção tenha sido exportada (o que é improvável) sobraria uma capacidade de 100.000 unidades só para o C3. Não seria errado, porém, considerar que a produção do novo C3 poderia passar das 8.000 unidades antes de qualquer movimentação na fábrica. Se convencer os brasileiros, o compacto poderá ser plenamente capaz de brigar pela liderança do mercado brasileiro.
“A fábrica de Porto Real terá um crescimento muito mais que expressivo… Nos demos bem até agora com os lançamentos de Betim (MG, com Fiat) e Goiana (PE, com Jeep) e se a gente repetir a mesma receita para os lançamentos da Citroën em Porto Real também, acredito que teremos boas notícias”, disse Filosa.
Uma primeira movimentação poderia ser a instalação de um terceiro turno, que já esteve ativo na fábrica de Porto Real entre 2008 e 2009. O último investimento na unidade foi de R$ 220 milhões, em 2020, para a adaptação da fábrica à plataforma CMP, já em uso pelo novo Peugeot 208 (fabricado na Argentina) e que será usada pelo novo Citroën C3 em uma variação simplificada. Esta mesma plataforma é cotada para a próxima geração do Fiat Argo.
Próximos passos da Citroën no Brasil
Desde que o C4 Lounge saiu de linha, a gama Citroën no Brasil está limitada a um carro de passeio, o C4 Cactus, e às vans comerciais Jumpy e Jumper. Desde a formação da Stellantis, a marca vem brigando com preço e condições especiais para ganhar mercado. Conseguiu tirar leite de pedra: cresceu 77% em vendas no Brasil em 2021, com 23.351 veículos emplacadsos, superando as 13.177 unidades de 2020. Ficou com 1,2% do mercado brasileiro.
As perspectivas são melhores para os próximos anos. Da mesma plataforma CMP, ainda surgirão dois novos carros até 2024. “Todos eles carregam o DNA regional, com vocação global”, afirmou a empresa. Além do C3, haverá novidades no segmento C que, de acordo com a imprensa indiana, envolvem até SUVs de sete lugares. Outros seriam um SUV compacto e um sedã pequeno. Modelos com hibridização leve e plug-in também são cotados.
Para dar conta desse volume o trabalho já começou, e a rede concessionária da francesa irá de 125 para 173 lojas no Brasil até o lançamento do C3. Com mais penetração em mercados regionais conservadores, também vêm a necessidade de corrigir o preconceito com modelos franceses.,