Antes de ganhar as ruas o novo Citroën C3 já acumula quilometragem farta: após uma longa incubação na Índia, o projeto de codinome CC21 foi trazido ao Brasil; mais precisamente à fábrica de Porto Real (RJ), compartilhada com a conterrânea Peugeot, onde deveria ser finalizado.
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Concluídos os trabalhos no Rio, porém, o novo C3 subiu a BR-040 e seu desenvolvimento continuou em Betim (MG), onde aproveita a farta estrutura da Fiat enquanto não é lançado. A nova previsão de lançamento é para setembro próximo, com vendas iniciando em outubro.
Ao mesmo tempo, claro, seus protótipos começam a rodar em diferentes regiões do Brasil, com direito a flagras exclusivos de QUATRO RODAS.
Compacto para quem vê
Quem já viu algum protótipo a olho nu ressalta o tamanho do hatch, com proporções semelhantes a um Renault Sandero ou Ford Ka, mas com altura de Jeep Renegade e capô bem elevado, que se destaca ainda mais devido ao curto entre-eixos. Estranhas à primeira vista, as formas do modelo não são fruto de desleixo francês mas sim da estratégia de posicionar o automóvel abaixo do Peugeot 208.
Para que seu preço também seja inferior, o novo Citroën C3 usa uma versão simplificada da plataforma CMP, mais fácil de ser produzida e reparada. O seu desenvolvimento ocorreu na cidade indiana de Chenai, onde será fabricado para suprir o mercado asiático enquanto Porto Real atende ao Brasil e à América Latina.
O desenho do carro já foi revelado de maneira incomum, quando fotos de miniaturas do hatch foram divulgadas na internet, provavelmente através de um erro de fabricantes chineses de brinquedos que não souberam do atraso no lançamento. Interior e mecânica, porém, seguem desconhecidos — e é aí que entra o papel de Betim (MG).
A participação fluminense no projeto CC21 foi encerrada em abril, após intenso trabalho ligado à manufatura. A ideia era lançá-lo em 20 de maio nos dois países, mas a crise sanitária de ambos atrasou os planos. Fez-se então a oportunidade da equipe mineira, com mais recursos (e críticas ao resultado final), propor uma série de melhorias a fim de corrigir pontos falhos e potencialmente problemáticos da empreitada.
Dividido entre as duas fábricas, o diretor de desenvolvimento de produtos da Stellantis na América do Sul, Marcio Tonani, orquestra o processo que, segundo apuração do portal Autos Segredos envolve uma nova opção de motor. Desse modo, o hatch seria oferecido tanto com o 1.6 16V usado no 208 (118 cv/16,1 kgfm) quanto o 1.0 6V Firefly do Argo, também aspirado (77 cv/10,9 kgfm).
É uma questão principalmente de preço, já que o 1.2 Puretech flex da atual geração é importado e a alta do dólar impactaria demais nas versões básicas que, segundo o presidente da Citroën, Vincent Cobée, custarão “bem menos que € 10.000” (cerca de R$ 61.000) na Índia.
Aqui os custos produtivos elevam a meta, mas uma eventual recuperação do real pode favorecer o consumidor. Independentemente disso, porém, a Citroën quer aproveitar espaços deixados pelos obsoletos Volkswagen Gol e Fox, Fiat Uno com modelos de entrada bem em conta.
Revigorado, o carro também começou a interessar à Europa, com pé na tábua rumo à eletrificação de sua frota. A versão elétrica do novo C3 também está em desenvolvimento e, com chegada estimada para o ano que vem, concorrerá com o Dacia Spring (versão elétrica do Renault Kwid) no continente europeu.
No Brasil o elétrico repetirá a dobradinha com o 208 e sua versão a baterias. Os trabalho do projeto CC21 também renderão outros dois modelos, mas bem antes disso, em setembro de 2021, o hatch ganhará sua nova geração após quase uma década. As vendas são esperadas já para o mês de outubro.
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