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Amapá antecipa os carros elétricos da GAC que podem ser vendidos no Brasil

Montadora chinesa confirmou investimento bilionário no Brasil. O Amapá está interessado na fábrica, mas pode ter revelado modelos antes da hora

Por Eduardo Passos
Atualizado em 2 jul 2024, 19h48 - Publicado em 2 jul 2024, 19h00
Governo do Amapá registrou encontrou com a GAC, e a televisão trouxe detalhes interessantes
Governo do Amapá registrou encontro com a GAC, e a televisão trouxe detalhes interessantes (Maksuel Martins/Governo do Amapá)
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Como contamos ontem, a GAC é mais uma chinesa que terá fábrica no Brasil. Em 2023, a montadora  produziu, sozinha, mais carros do que todos os que foram emplacados em nosso país no mesmo período. Agora, seus executivos excursionam por diferentes estados para definir onde será sua fábrica.

 

Em outubro de 2023, o chefe do GAC Group, junto a outros executivos, veio ao Brasil para uma imersão de 10 dias. A ideia era literalmente conhecer o mercado e, para isso, foi marcado um retorno em maio deste ano. Na segunda viagem, houve encontros com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico e com empresas do setor automotivo em São Paulo. Também houve reuniões com a Huawei e visitas aos governos do Espírito Santo e do Amapá.

Editamos a imagem da TV para que ela ficasse mais clara; modelos circulados seriam os futuros nacionais?
Editamos a imagem da TV para que ela ficasse mais clara; modelos circulados seriam os futuros elétricos nacionais? (Maksuel Martins/Governo do Amapá)

No caso do Amapá, a reunião contou com a presença do governador Clécio Luís, aparentemente empenhado em ter a primeira fábrica de carros do estado. As vantagens amapaenses seriam a conexão hidroviária tanto com Manaus (via rio) quanto com o mar, além de maior proximidade com os países do Hemisfério Norte.

Apresentação de modelos da GAC para o Governo do Amapá (2)
Em outro slide, vemos supostos planos para carros híbridos e a combustão, todos da submarca Trumpchi (Maksuel Martins/Governo do Amapá)

Na prática, seria uma escolha ousada, pois o Amapá é o único estado brasileiro sem conexão rodoviária com os outros. Ainda que o escoamento por navios possa ser eficiente, haveria desafios para a formação de uma cadeia de suprimentos, mão de obra e testagem, por exemplo. Mas o investimento de 1 bilhão de dólares prometido para o Brasil não envolve só a fábrica, e é possível que os amapaenses contem com alguma outra atividade da GAC, ligada à sustentabilidade.

GAC Aion Hyper GT é sedã elétrico grande de quarto portas e pose de esportivo
GAC Aion Hyper GT é sedã elétrico grande de quarto portas e pose de esportivo (Divulgação/GAC)
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Os carros que a GAC quer vender no Brasil

Um detalhe interessante na reunião em Macapá é que, através dela, conseguimos evidências dos carros que pretendem lançar no Brasil.

A GAC prometeu que fábrica de carros elétricos a carros puramente a combustão e, aparentemente, os escolhidos foram apresentados ao governador. Isso porque as imagens do encontro contêm uma televisão ao fundo, onde uma apresentação de slides era exibida e marcada.

GAC Aion Y Plus
GAC Aion Y Plus (Divulgação/GAC)

Obtivemos as fotos em alta resolução e, a partir delas, conseguimos descobrir os carros que eram selecionados pelos chineses. São nove ao todo, com destaque para os quatro da submarca Aion, especializada em carros elétricos de alta tecnologia. O Aion Y Plus (204 cv/22,9 kgfm), é o menor de todos, mas o SUV compacto se destaca pela autonomia superior a 500 km. 

Acima vem o Aion LX Plus, um SUV grande, cuja bateria traz tecnologia à parte, prometendo até 1.000 km com seus 144 kWh na versão de 245 cv. Também há versão com bateria menor (cerca de 600 km de alcance), mas com tração integral e dois motores que somam 489 cv: é o suficiente para ir de 0 a 100 km/h em 3,9 s.

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GAC Aion LX Plus (1)

GAC Aion LX Plus
GAC Aion LX Plus (Divulgação/GAC)

O Aion S Plus, por sua vez, é um sedã médio que, em 2023, vendeu mais de 200.000 unidades na China. Para tanto, o preço deve ser razoável, de modo que há alcance superior a 500 km e um motor, com 207 cv e 35,7 kgfm.

GAC Aion S Plus
GAC Aion S Plus (Divulgação/GAC)

Por fim, o Aion Hyper GT é um sedã grande executivo, com elevada aerodinâmica que ajuda no alcance de até 710 km. Ele tem somente tração traseira, mas 340 cv e 44,0 kgfm que levam-no de 0 a 100 km/h em 4,9 s parecem suficientes.

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Híbridos e gasolina

Ao contrário de GWM e BYD, a GAC planeja fabricar carros não-eletrificados no Brasil. Eles também foram destacados pelos executivos em outra apresentação, e todos pertencem à submarca Trumpchi (que se diferencia da Aion justamente na questão do combustível).

GAC Trumpchi Emkoo

GAC Trumpchi Emkoo (1)
GAC Trumpchi Emkoo (Divulgação/GAC)

O maior deles é a minivan M8, cuja atual geração oferece versões com motor 2.0 turbo sozinho (252 cv/40,8 kgfm) e o mesmo 2.0 turbo em arranjo híbrido convencional (237 cv/39,9 kgfm) ou em arranjo híbrido plug-in (373 cv/64,2 kgfm). No último caso, ela é chamada de E9, e a ausência desse nome nos slides indica que ela não esteja nos planos.

GAC Trumpchi M8

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GAC Trumpchi M8
GAC Trumpchi M8 (Divulgação/GAC)

Falando dos SUVs a combustão, temos o compacto GS3, que é oferecido com mecânica única, de motor 1.5 turbo (177 cv, 28,0 kgfm) e câmbio DCT de sete velocidades. O Emkoo, SUV médio, vem logo acima e, além do 1.5 a gasolina, também oferece o 2.0 turbo da M8 em voo solo ou em arranjo híbrido (desenvolvido em parceria com a Toyota). Mesmas opções do Emkoo valem para o Empow; esse um sedã médio.

GAC Trumpchi Empow
GAC Trumpchi Empow (Divulgação/GAC)

Por fim, há destaque para o SUV grande GS8, que ganhou nova geração: o utilitário é outro que repete a fórmula da M8, mas sempre com motor 2.0 turbo atuando sozinho e opção de tração dianteira ou integral.

Planos

A GAC sequer tem um canal de comunicação estabelecido no Brasil, com o escritório chinês não tendo respondido QUATRO RODAS até a publicação dessa matéria. De todo modo, a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin à China serviu para que o prazo de cinco anos fosse dado de modo oficial.

Logo, caso a GAC cumpra sua promessa, é até 2029 que teremos fábrica, centro de pesquisa e desenvolvimento e depósitos de peças funcionando no país. Seja no Amapá, no Espírito Santo ou em algum outro estado, já vemos que os planos são ambiciosos.

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