Volkswagen volta atrás para retirar comandos integrados na central multimídia
CEO da Volkswagen na China afirma que consumidores europeus preferem controles manuais enquanto os chineses preferem usar telas

Hoje, nossa atenção é voltada para telas e comandos sensíveis ao toque, seja no smartphone, no computador, no caixa de pagamento do estacionamento de um shopping ou no seu próprio carro. Mas há um forte movimento que deseja a volta dos botões, especialmente entre os europeus.
A Volkswagen sabe bem disso, pois vem enfrentando problemas com clientes europeus, que estão incomodados com tantas funções que estão concentradas em telas touch e não têm botões redundantes para acesso mais rápido. Mas voltar a usar botões é um retrocesso?

Questão com mercado europeu
Segundo Ralf Brandstätter, o CEO da Volkswagen na China, os clientes na Europa procuram por “controles táteis, durabilidade a longo prazo e dinâmica de direção”. O que é diferente, já que os compradores chineses priorizam “veículos conectados com IA em primeiro lugar, com controle de voz contínuo e cockpits inteligentes”.
Mesmo que a comparação de Brandstätter tenha sido direcionada aos carros elétricos, os veículos a combustão também têm abandonado os botões físicos. O mais recente Passat, disponível na Europa apenas na versão perua, é um exemplo claro de como as telas semelhantes a tablets dominaram os painéis nos últimos anos.

A VW tem voltado atrás em alguns carros, como o Golf GTI e o R, que voltaram a ter controles táteis para funções que são usadas com mais frequência. No início o chefe de design, Andreas Mindt, admitiu o erro “há feedback, é real e as pessoas adoram isso. Honestamente, é um carro. Não é um telefone”.
Como os carros da marca geralmente seguem um padrão para carros do mesmo segmento acredita-se que carros como Skoda, SEAT, Cupra também vão voltar aos botões. Mas vale lembrar que incluir esses controles separados aumentam custos de produção e, provavelmente, vão afetar no valor final do veículo.

Desatenção no trânsito
Estudos apontam que as telas dos carros podem desviar a atenção do motorista por 40 segundos ou mais. Em determinadas situações, o tempo é utilizado para verificar algo no painel, trocar de música, ou até mesmo aumentar o ar-condicionado, podem ser cruciais para evitar um acidente grave.
O corpo e mente trabalham com memória muscular, então a utilização de botões tanto de pressão quanto os que giram levam o seu cérebro a captar essas funções e reproduzi-las sem necessidade de desviar seu foco da estrada.

Outro problema que deve ser analisado é os defeitos que podem acontecer com sistemas mais tecnológicos: se uma tela travar, um sistema parar de funcionar, como você acessa essas funções? Qual seria a outra alternativa?