Sabe aquela sensação de que o ano de 2020 passou batido, praticamente não existiu? Para o Volkswagen Up! isso é realidade.
Diante da Resolução N° 518 do Contran, que entrou em vigor no dia 29 de janeiro para obrigar cinto de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, além de ancoragem ISOFIX, a fabricante decidiu formar estoque do compacto no fim de 2019.
Faz um ano que só se encontra unidades 2019/2020 do Up nas concessionárias. A produção recomeçou agora e pulou direto para o modelo 2020/2021, com apenas uma versão e um motor. Os Up! 2020/2020 não existiram.
Como adiantou o parceiro Autos Segredos, apenas VW Up! 170 TSI Xtreme sobreviverá. A previsão de chegada às lojas é para novembro, mas o preço inicial será de R$ 60.990. Desta forma, perdeu as versões MPI (única com motor 1.0 aspirado) e Connect.
E para cumprir a determinação do Contran, passa a ser homologado para levar apenas quatro ocupantes. Vale lembrar que uma das diferenças entre o Up! vendido na Europa e o brasileiro era justamente o fato de o fabricado em Taubaté (SP) poder levar até cinco ocupantes.
Pode até parecer uma movimentação para resolver o velho problema de aglomeração de vários compactos em uma mesma faixa de preço. Mas não é.
Pela última tabela de preços, o Up! MPI, agora fora de linha, custa R$ 51.590. Era o Volkswagen mais barato do Brasil. Enquanto isso o Gol 1.0 custa R$ 54.660, encavalado com o Fox 1.6 Connect, a R$ 54.890. O Polo 1.0 MPI, por sua vez, custa pouco menos que o Up! Xtreme: R$ 59.490.
O principal argumento do Up! é o motor 1.0 turbo com injeção direta de 105 cv e 16,8 kgfm de torque, mas é menor que qualquer outro VW. E se conseguiu ficar quase um ano distante das linhas de montagem, é difícil afirmar que ele terá sobrevida por muito tempo.
O que também não se pode afirmar, por ora, é que ele, Gol e Fox terão um substituto. A intenção da Volkswagen era ter um misto de hatch e SUV no lugar deles, o Projeto VW246, mas a fabricante congelou tudo por causa da Covid-19.
A intenção era ter o novo modelo nas ruas brasileiras no primeiro semestre de 2022, mas o congelamento vai adiar as datas do cronograma. Tudo porque 2020 praticamente não existiu.
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