O Bugatti Chiron vai deixar saudades. Mas seu substituto já está quase pronto e não só estará à altura, mas também vai inaugurar uma nova era no quesito design para os carros de Molsheim.
Quem garante isso são os próprios desenvolvedores do hiperesportivo, que nem sequer tem nome ainda. A Bugatti vem sendo bem discreta quando o assunto é o seu próximo supercarro, que será apresentado em 2024, mas só deverá entrar em produção em 2026.
Achim Anscheidt, que trabalhou por 19 anos como chefe de design da Bugatti e supervisionou o projeto do sucessor do Chiron, contou em entrevista à Autocar que o esportivo junta toda sua experiência de quase duas décadas trabalhando para a montadora francesa.
“O que o Chiron manifesta hoje é onde a marca se situa desde o Veyron até o Chiron e onde a marca está agora estabelecida, é preciso uma certa direção de design equilibrada para levar isso ao próximo passo e não ser arrastado para algum tipo de exercício de estilo.”, explica Anscheidt ao site inglês.
As mudanças acompanham o novo trem de força. O sucessor do Chiron será um híbrido e não vai usar o famoso motor W16, que se despediu no roadster Mistral. Em seu lugar, a montadora aposta em um V8, que é um pouco menor, que provavelmente vai deixar o carro mais esguio e leve. Isso não afetará características marcantes, como a grade em forma de ferradura e a tradicional linha de cintura proeminente dos Bugatti.
E se o Mistral, que herda a mecânica de 1.600 cv e 163,15 kgfm do Chiron Super Sport 300+, foi considerado impressionante por muitos, quem ocupará a cadeira de Anscheidt na Bugatti garante que o hiperesportivo híbrido será ainda melhor. “Vai ser incrível, proporcionalmente, tecnologicamente, em termos de inovação, em termos de imprevisibilidade. Vai surpreender as pessoas completamente, e é uma verdadeira alegria trabalhar nisso.”, conta Frank Heyl, atual diretor de design da montadora.
Heyl também diz que tem sido um verdadeiro desafio projetar o novo carro. A adição de um trem de força híbrido também exige atenção especial, principalmente pelo maior peso das baterias. São elementos que necessitam de uma atenção maior, ainda mais quando o foco do carro é ter um alto desempenho. Mas a Bugatti está mais preparada do que nunca para isso.
“[…] conhecemos cada centímetro de nossos carros tão bem que sabemos exatamente onde (a mudança) nos ajudaria e onde criaria um problema.”, conta o ex-chefe de design da Bugatti.
Sobre o interior, é provável que as mudanças sejam mais pé no chão. O responsável pela área, Aldo Maria Sica, afirma que ele será bem próximo do que a Bugatti oferece hoje em dia. Logo, podemos ter algo parecido com o próprio Mistral, mas com a adição de uma tela multimídia de tamanho considerável, para ficar mais próximo dos rivais como o Aston Martin Valkyrie e do Mercedes-AMG One.
Por enquanto, isso é tudo que sabemos sobre o substituto do Chiron. De acordo com os envolvidos no projeto, o carro já está pronto, os protótipos da linha produção já estão terminados há alguns meses e o maquinário final começará a ser entregue em breve. Mas como a Bugatti está mantendo tudo no mais absoluto sigilo, só deveremos ter informações mais concretas em 2024. É provável que o superesportivo plug-in ultrapasse os 5 milhões de euros (quase R$ 27 milhões de reais) do Mistral.