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Stellantis e Renault unem-se para tentar salvar os carros baratos na Europa

Em entrevista conjunta, chefões da Stellantis e Renault defenderam regras mais brandas para carros baratos para não desacelerar as vendas de carros na Europa

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 Maio 2025, 11h49
Fiat Panda básico vendido na Europa
Fiat Panda básico vendido na Europa (Divulgação/Fiat)
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A queda nas vendas, perspectivas ruins para o futuro da indústria local e a obrigatoriedade de carros elétricos a partir de 2035. O contexto da indústria automotiva europeia e a ameaça das fabricantes chinesas fez os chefes da Stellantis e da Renault se unirem para mostrar como o ano de 2025 é crítico.

O presidente da Stellantis, John Elkann, e o CEO da Renault, Luca de Meo, deram uma entrevista conjunta ao jornal francês Le Figaro que ressoou como um pelo à União Europeia, com a intenção de que se flexibilize as novas regulações que deixarão os carros mais caros e complexos.

Um dos argumentos é de que a legislação considere a frota de veículos existente e que tenha regras específicas para carros pequenos, que também são os mais baratos e que seriam os mais prejudicados por uma maior complexidade em prol da redução de emissões.

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Renault Twingo (Renault/Divulgação)

“O que estamos pedindo é uma regulamentação diferenciada para os carros pequenos. Existem muitas regras pensadas para carros maiores e mais caros, o que significa que não conseguimos fabricar carros pequenos com condições de rentabilidade aceitáveis”, explicou de Luca de Meo. Para ele, França, Itália e Espanha, que são os maiores mercados dos carros de entrada, precisam liderar esse esforço regulatório. 

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As vendas de carros compactos na Europa caiu 22% em 2024. Além disso, o mercado automotivo europeu acumula uma queda de 19% nas vendas desde 2019 e é o único grande bloco que não viu suas vendas voltarem ao patamar pré-Covid até hoje.

As marcas da Stellantis e da Renault, juntas, respondem por 30% das vendas de carros na Europa. Na entrevista, Luca de Meo ainda criticou as marcas premium europeias, que priorizam a exportação dos seus carros antes das vendas na Europa, mas que teriam sido priorizadas pela legislação.

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Citroën C3 2025 europa
Citroën C3 europeu (Divulgação/Citroën)

“(Para eles) a Europa conta, mas a prioridade é a exportação. Nos últimos 20 anos, a sua lógica ditou as regras do mercado. E o resultado é que as normas europeias fazem com que os nossos carros sejam cada vez mais complexos, mais pesados e mais caros — a maioria das pessoas já não os consegue comprar”, disse o chefão da Renault.

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John Elkann, por sua vez, pede menos burocracia e mais visão industrial. “Não queremos ajuda, queremos clareza regulatória, rapidez na tomada de decisões e liberdade para inovar. Na Europa, nos deparamos com Estados que têm pouco espaço de manobra e uma Comissão que luta para causar impacto. Na China, nos EUA e nos países emergentes, estão sendo criadas políticas industriais reais”.

“Se nada for feito, decisões difíceis vão ter de ser tomadas relativamente à base de produção nos próximos três anos”, alertou o presidente da Stellantis. Em outras palavras, o que está em xeque é o funcionamento de fábricas e milhares de empregos. 

Sandero DACIA
Dacia Sandero (Divulgação/Quatro Rodas)
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Na entrevista, os executivos não se colocaram contra as metas climáticas, mas criticaram uma “abordagem ideológica” por parte da Comissão Europeia, baseada em Bruxelas (Bélgica), enquanto os países têm atuação limitada. Recentemente, a Comissão Europeia deu a entender que as fabricantes de automóveis serão avaliadas pelas emissões dos carros vendidos até 2027, e não apenas pelos de 2025, antes de serem estabelecidos critérios que seriam utilizados para multar os fabricantes que não cumprirem as futuras metas de emissões.

Na França, há quem defenda a criação de normas para carros de entrada semelhantes às dos kei cars japoneses, com limitações de tamanho, motor e potência definidas por lei, de forma que estes veículos recebam incentivos fiscais e isenção de algumas normas, seja de emissões, seja de segurança.

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