Estudo: sistemas de frenagem de emergência perdem eficiência à noite
Segundo instituto de trânsito norte-americano, 75% das mortes por atropelamento ocorrem durante o período de menor luminosidade
A eficácia do sistema de frenagem de emergência autônoma é prejudicada durante a noite ou em ambientes escuros, segundo estudo desenvolvido pelo IIHS, instituto norte-americano dedicado à segurança veicular.
Para chegar a esta conclusão, a entidade promoveu testes com 23 modelos em dois cenários distintos, nos quais o pedestre é representado por um dummy (boneco de teste). No primeiro, os carros atravessaram ruas em velocidades de 19 km/h e 40 km/h. Já no segundo método, os veículos transitaram paralelamente à via, em velocidades de 40 km/h e 60 km/h.
Apenas quatro modelos tiveram desempenho considerado avançado: Ford Mustang Mach-E, Toyota Camry, Toyota Highlander e Nissan Pathfinder. Mas apenas o último foi capaz de evitar colisões contra o dummy tanto com farol baixo, quanto alto.
Outro sete modelos receberam avaliações positivas, mas nenhum deles evitou acidentes a 60 km/h. Esses carros também promoveram colisões nas análises em que o farol foi ajustado com o facho baixo.
O instituto que desenvolveu as avaliações sequer deu pontuação para outros quatro modelos, cujo sistema de frenagem de emergência teve eficácia em poucos ou em nenhum cenário. São eles Chevrolet Malibu, Honda Pilot, Nissan Altima e Toyota Tacoma.
A frenagem autônoma é item obrigatório em diversos países da Europa e está cada vez mais presente em lançamentos no mercado brasileiro. A tecnologia é baseada em radares que detectam a presença de veículos, pedestres e ciclistas próximos. Em alguns carros, o sistema também conta com a ajuda de câmeras instaladas no parabrisas ou para-choque.
Na eminência de uma colisão, a tecnologia dispara um alerta para o motorista. Se ele não frear, o sistema entra em ação de maneira autônoma para evitar um acidente em fração de segundos.
Segundo o IIHS, o número de mortes de pedestres nos Estados Unidos aumentou em 13%, considerando o período de 2020 a 2021. São mais de 7.300 vítimas. Cerca de 75% desses atropelamentos ocorreram durante a noite.
O instituto concluiu que o sistema e frenagem de emergência foi essencial para que o número de mortes não tenha sido ainda maior, mas sugeriu otimizações às montadoras para que a tecnologia tenha a mesma eficácia em cenários de pouca luminosidade.