Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Rodagem curta e frio são os maiores desafios do Prius Flex

Protótipos desenvolvidos pela Toyota estão sendo adaptados para as peculiaridades do etanol

Por Rodrigo Ribeiro
Atualizado em 29 mar 2018, 14h15 - Publicado em 29 mar 2018, 13h06
Protótipo do Prius Flex é idêntico às versões a gasolina do híbrido (Divulgação/Toyota)

Conforme antecipado por QUATRO RODAS em dezembro de 2017, a Toyota revelou os primeiros protótipos do inédito Prius Flex.

Neste primeiro momento foram desenvolvidas duas unidades, usando como base o híbrido importado do Japão. A adaptação para rodar com etanol, porém, foi feita totalmente no Brasil.

O Prius, atualmente em sua quarta geração, é o carro híbrido mais vendido do mundo (Divulgação/Toyota)

“Todos os elementos que entram em contato com o combustível, como bomba, mangueiras, bicos injetores e velas, precisaram ser trocados”, explica Eduardo Bennacchio, chefe do departamento de engenharia da Toyota do Brasil.

Continua após a publicidade

O Prius, porém, adiciona um problema extra à equipe de desenvolvimento da marca, apesar do conhecimento acumulado em mais de uma década de motores flex no Brasil.

A Toyota precisou colocar um sistema de pré-aquecimento de etanol no Prius Flex (Divulgação/Toyota/Toyota)

Uma das dificuldades com motores a etanol e flex é a partida a frio. Atualmente essa questão é resolvida com a adoção de sistemas de pré-aquecimento, que substituíram os antiquados tanquinhos suplementares de gasolina.

Só que, enquanto em um modelo convencional a partida a frio ocorre somente uma vez a cada uso, no Prius ela ocorrerá por diversos momentos ao longo do dia. No Prius, o motor a combustão liga e desliga constantemente de acordo com o modo de condução.

Continua após a publicidade
O motor a combustão é ligado tanto para tracionar o carro, quanto para ajudar na recarga das baterias (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

“Desenvolvemos um mapa de injeção e controle do motor exclusivo para o Prius Flex. Mas, por enquanto, ainda não definimos qual sistema de pré-aquecimento será usado no modelo”, detalha Bennacchio.

As duas principais soluções disponíveis no mercado aquecem o etanol em lugares distintos: uma usa resistências dentro do bico injetor, enquanto outra esquenta o combustível na flauta de injeção, antes dos bicos.

Outro problema para o Prius Flex é o “ciclo dona de casa”.

Continua após a publicidade

De olho no óleo

Velas, mangueiras e até pistões precisaram ser trocados no Prius Flex (Divulgação/Toyota)

O nome, antiquado para os dias atuais, se refere aos motoristas que usam o carro por poucos quilômetros, sem que haja tempo hábil para que o motor esquente corretamente.

É o chamado uso severo, condição em que a mecânica é mais exigida, e que acaba encurtando os intervalos necessários para a manutenção.

Motores movidos a etanol demoram mais para esquentar, também pelo fato do combustível vegetal ter menor poder calorífico. Enquanto no ciclo frio, a injeção eletrônica enriquece a mistura ar-combustível para aumentar rapidamente a temperatura dos cilindros.

Continua após a publicidade

Nessa situação, no entanto, a queima da mistura não é completa e o excesso de etanol escorre pela camisa do cilindro, chegando ao cárter, onde contamina o óleo lubrificante.

Esse cenário não é um problema quando o carro fica ligado o suficiente para que o óleo esquente e, com isso, faça o etanol evaporar e ser reingerido pelo motor por meio do sistema de coleta de vapores.

Só que, no Prius, o motor a combustão demora mais tempo para esquentar do que em carros convencionais. E a história mostra que rodagem curta em propulsores flex pode render problemas sérios para o motor.

“Estamos cientes dessa situação e vamos estudar a melhor solução para esse problema”, fala Bennacchio. Entre as alternativas está na troca da especificação de óleo ou até reprogramar o controle de motores para permitir que o 1.8 16V do Prius fique ligado por mais tempo para aquecer corretamente – ainda que isso prejudique o consumo.

Mesmo com esses desafios, porém, a Toyota não abandonou seus planos de lançar o primeiro híbrido flex do mundo até 2019. A expectativa é que a primazia seja do Prius, mas já é certo que a nova geração do Corolla também terá versões híbridas flexíveis no Brasil.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.