Primeiro Porsche 911 híbrido entra em pré-venda no Brasil por R$ 1,2 milhão
Esportivo está carregado de novidades inéditas, incluindo o motor híbrido leve, quadro de instrumentos digital e botão de partida à esquerda
- O novo Porsche 911 Carrera GTS está chegando ao Brasil e a sua pré-venda já começou. E são tantas novidades que a própria montadora fez questão de destacar que muitas delas foram adicionadas “pela primeira vez”, pode contar.
Disponível nas carrocerias Coupé e Cabriolet, o novo Porsche 911 GTS ganha, pela primeira vez — vá contando —, um sistema híbrido para a sua versão de rua. Como é de praxe para esportivos do seu calibre, as inovações tecnológicas se inspiram nas pistas de corrida, como confirma a Porsche.
“Desenvolvemos e testamos uma grande variedade de ideias e abordagens para chegar ao sistema híbrido que se adequaria perfeitamente ao 911. O resultado é uma motorização única que se encaixa no conceito geral do 911 e melhora significativamente seu desempenho”, diz Frank Moser, Vice-presidente dos Modelos 911 e 718.
Antes de ser tratado como um híbrido leve, é importante deixar claro como o Porsche 911 usa a eletrificação a seu favor. Há dois motores elétricos, sendo que um deles está instalado entre o compressor e o rotor do turbo, sendo responsável por ativar o turbocompressor. É um turbo elétrico, basicamente, capaz de criar imediatamente a pressão de sobrealimentação, evitando o turbolag e gerando até 15 cv.
O mesmo turbo elétrico também funciona como um gerador, aproveitando o fluxo dos gases de escape para gerar energia. Essa tecnologia dispensa o segundo turbo, que existia na geração anterior.
O outro motor é aquele típico dos híbridos leves. Trata-se de um motor síncrono de ímã permanente integrado na nova transmissão de dupla embreagem de oito velocidades (PDK). Ele atua, principalmente, em marcha lenta, auxiliando o motor a combustão com até 54 cv e 15,29 kgfm. A energia que o alimenta fica armazenada em uma bateria de 400V e 1,9 kWh, recarregada nas desacelerações.
O motor principal agora é um 3.6 boxer de seis cilindros, que sozinho entrega 485 cv e 58,1 kgfm. São 600 cm³ a mais graças ao diâmetro de cilindro aumentado para 97 mm e um curso de 81 mm. O motor tem ainda controle de comando de válvulas VarioCam e acionamento de válvulas com balancins.
O resultado disso tudo são 541 cv e 62,2 kgfm combinados, 61 cv a mais que o seu antecessor. No caso do 911 Carrera GTS Coupé acelera de 0 a 100 km/h em 3 segundos e atinge velocidade máxima de 312 km/h. Tudo isso, com um ganho de apenas 50 kg. A marca não divulgou os números de desempenho do conversível.
Mas a nova motorização não seria nada se a dinâmica do carro também não fosse completamente revisada. Pela primeira vez — já é a segunda — o eixo traseiro esterçante vem como item de série, para garantir melhor estabilidade nas curvas e um diâmetro de giro maior. A suspensão vem com o sistema de amortecimento variável (PASM) e foi rebaixada em 10 mm. Quem quiser, pode optar também pelo sistema de estabilização anti-rolagem Porsche Dynamic Chassis Control (PDCC).
Em relação ao design, a Porsche diz que todas as mudanças tiveram como propósito melhorar a aerodinâmica do 911 GTS. O para-choque é totalmente novo e tem cinco abas ativas dispostas verticalmente para o resfriamento do motor, além de uma aba oculta para fechar o desvio em cada lado. As novas tomadas de ar só puderam ficar maiores graças ao novo conjunto óptico de LED Matrix que, pela primeira vez — mais uma — têm todas as funções totalmente integradas, o que permitiu a omissão das luzes de condução dianteiras, liberando mais espaço.
Pela primeira vez — o quarto elemento inédito — o subchassi ganhou difusores adaptativos na parte dianteira, que são controlados juntamente com as abas do para-choque. Eles tem dois modos de operação: quando fechados, ele melhoram a aerodinâmica. Mas quando são abertos, eles direcionam o ar para os radiadores, melhorando o arrefecimento do sistema. E o que determina isso são os sensores localizados atrás da placa.
Avançando para a cabine, a Porsche adicionou — advinha — pela primeira vez, um quadro de instrumentos totalmente digital no 911 Carrera GTS. Com 12,6’’, a tela pode ser amplamente customizada, segundo a fabricante, tendo até sete modos de visualização, incluindo um display Classic exclusivo inspirado no design tradicional do mostrador de cinco tubos da Porsche, com um conta-giros central.
No centro do painel, há a central multimídia de 10,9’’, que teve funções de personalização dos modos de condução e operação dos sistemas de assistência ao motorista “ significativamente aprimorados”. Há mudanças também no Apple CarPlay, agora mais integrado com o veículo, podendo exibir informações no painel de instrumentos e permitindo a operação de funções diretamente no ecossistema da Apple, por exemplo, através da assistente de voz Siri.
A cabine ainda oferece um carregador de celulares por indução em um compartimento próprio com refrigeração. E para melhorar o acesso do motorista à funções importantes do carro, a Porsche os concentrou tudo em volta no volante, isso inclui o interruptor de modo de condução, a alavanca de assistência ao motorista. Já o botão de partida, pela primeira vez — é a última — o botão de partida fica do lado esquerdo do motorista.
Porém, essa não será a primeira vez que veremos uma nova geração ficando mais cara que a antecessora. Em 2023, o 911 Carrera GTS partia dos R$ 989.000, mas com tantas novidades, o preço inicial do Coupé é de R$ 1.127.000, enquanto o Cabriolet não sai por menos de R$ 1.174.000.