O que é o câmbio ‘wet dual clutch’ do Caoa Chery Tiggo 8?
Transmissão do novo SUV de sete lugares tem nome pomposo, mas seus sistemas são bem conhecidos
Palavras em inglês sempre soam pomposas e impactantes, mas o tal câmbio wet dual clutch com joystick do Caoa Chery Tiggo 8 não é tão incomum assim.
Vale primeiro explicar o conceito da alavanca de câmbio do tipo joystick, que, por mais que não seja novidade, ainda não é tão comum assim.
As alavancas de câmbio automático convencionais, que correm em trilhos, nasceram por uma necessidade mecânica. Contudo, hoje o controle das posições do câmbio é eletrônico. A alavanca tradicional pode ser facilmente dispensada para liberar espaço no console central.
E é isso que fabricantes como Peugeot, BMW, Volvo e Land Rover vêm fazendo isso. As alavancas joystick não correm em trilhos, apenas se deslocam para a frente e para trás até a posição escolhida e depois retornam ao centro. O mesmo mesmo vale para quando o modo sequencial da alavanca é selecionado. A posição P, de “Parking”, geralmente é substituída por um botão.
Já a transmissão wet dual clutch nada mais é do que um câmbio de dupla embreagem no qual as embreagens e todas as engrenagens ficam imersos no óleo, que lubrificam e arrefecem o sistema.
Nesse tipo de transmissão a embreagem se resume a uma sequencia de discos de atrito imersos em óleo. É diferente do câmbio de dupla embreagem dos Chery Tiggo 5X e 7, cuja caixa de seis marchas (uma evolução do velho Powershift) é seca e tem acoplamento feito por um único platô, com uma embreagem dentro da outra. Mas a fornecedora é a mesma do câmbio usado no Tiggo 8, a Magna (antiga Getrag).
Enquanto a caixa seca da Chery tem limite de 25,5 kgfm de torque (seu 1.5 turbo tem 21,4 kgfm), a caixa úmida suporta até 30,6 kgfm, suficiente para lidar com os 28 kgfm do motor 1.6 turbo com injeção direta do Tiggo 8.
Caixas secas são menores, mais leves e menos complexas. Como esse tipo de transmissão suporta menos torque, também gera menos calor, o que dispensa o óleo nas embreagens. Por sinal, a quantidade de óleo necessária na parte das engrenagens representa cerca de um terço daquele necessário em um câmbio banhado a óleo.
Os câmbios de dupla embreagem imersos em óleo são os mais comuns, mas também por estarem presentes em carros mais potentes e que exigem trocas mais rápidas. É o caso do DSG de seis marchas usado extensivamente por Volkswagen e Audi e o PDK da Porsche. Já os Steptronic de sete marchas de BMW e Mini, e o EDC da Renault são, basicamente, versões específicas do câmbio 7DCT300 da Magna, o mesmo do Tiggo 8.
Já os câmbios de dupla embreagem a seco são, por exemplo, o DSG de sete marchas que era usado no VW Golf, o Powershift dos Ford Focus, Fiesta e EcoSport, além do câmbio de seis marchas dos Tiggo 5X e 7.
O custo de manutenção também muda de acordo com a tecnologia. A embreagem usada nesse tipo de transmissão é desenvolvida para durar entre 250.000 e 350.000 km, mas se a troca das embreagens secas custam três a cinco vezes uma convencional, de câmbio manual, as imersas em óleo podem ter preço de quatro a sete vezes maior.
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