A Toyota faz nesta quinta-feira (23) a apresentação da nova geração do RAV4 à América do Sul. Muito mais moderno, o SUV médio agora é híbrido, ou seja, tem duas unidades de potência: uma a gasolina e outra elétrica.
Ele também está muito mais tecnológico e atraente aos olhos de quem busca um SUV de verdade, com direito a tração nas quatro rodas e disposição para encarar caminhos distantes das cidades.
Importado do Japão, começa a ser vendido em meados de junho. Chegará ainda como ano-modelo 2019 e em duas versões, S e SX, custando, respectivamente, R$ 165.990 e R$ 179.990.
Só que aí vem o porém: QUATRO RODAS está no lançamento do modelo na Argentina e apurou que há chances de a versão de topo, SX, não ser entregue até lá.
Isso porque a Toyota sofre do mesmo problema que atrasou a entrega do Caoa Chery Tiggo 5X: dificuldade na emissão do CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito), fruto de uma reestruturação completa da equipe do Denatran responsável pela área. Este artigo da Folha de S. Paulo explica o motivo pitoresco da demissão em massa.
É por isso que a apresentação do modelo ocorreu na Argentina, e não no Brasil, onde apenas a versão de entrada, S, está homologada. Fontes consultadas pela reportagem dizem acreditar que até junho o RAV4 SX deve ser liberado para comercialização, mas… Não há nada garantido até que o documento seja liberado.
Como será o novo RAV4
Mas voltemos a falar do produto. Em sua quinta geração, o RAV4 recebeu mais do que uma renovação geral: ele foi inteiramente repensado.
Baseado na plataforma do Camry, TNGA-K – em múltiplas variações, a TNGA serve a boa parte dos modelos da Toyota -, o SUV tem como conjunto de força um motor a gasolina com quatro cilindros 2.5 16V de 178 cv.
Ele conta ainda com duplo sistema de injeção (direto e indireto) e um sistema de propulsão elétrica com três motores (um para cada roda dianteira e um para o eixo traseiro, com transmissão direta, sem cardã. A câmbio é do tipo CVT, com distribuição de torque para as rodas sob demanda.
O novo desenho deu ao RAV4 linhas e volumes bem destacados, com forte presença de vincos retos. Perfil e dianteira lembram um pouco o Hyundai Creta. Na traseira, as lanternas bipartidas tem um quê de Volkswagen Tiguan. Aliás, em termos de proporção, o RAV4 também se assemelha ao Tiguan – as dimensões são bem próximas às da geração anterior.
No interior, o nível do acabamento também subiu. Como um clássico japonês, tudo é muito discreto e funcional, mas o layout da cabine, sem dúvida, ficou mais convidativo.
Os R$ 14.000 de diferença entre as versões S e SX incluem teto solar, fechamento elétrico do porta-malas (com acionamento por sensor de movimento, passando o pé sob o para-choque traseiro), carregador de celular por indução, piloto automático adaptativo, borboletas no volante, alerta de colisão com frenagem autônoma, farol alto automático e sistema de permanência e alerta de mudança involuntária de faixa.
Faróis e lanternas de led, ar-condicionado bizona, com saída para a traseira, banco do motorista com ajuste elétrico, ventilação e memórias, chave presencial, freio de estacionamento elétrico, multimídia, airbags laterais, do tipo cortina e de joelho (para o motorista), controle de estabilidade e tração e sensor de estacionamento na dianteira e na traseira são itens de série comuns entre ambas.
Cinco estrelas
Por feliz coincidência – que pode ser traduzida em teste patrocinado -, também nesta quinta o Latin NCAP divulgou o resultado dos testes de impacto com uma das especificações que serão vendidas em nosso continente.
O SUV médio mandou bem: obteve a máxima de cinco estrelas tanto na proteção para adultos sentados à fileira dianteira quanto para crianças posicionadas no banco de trás.
Quando observamos mais detalhadamente, porém, vem a curiosidade de que ele tirou notas menores que a do primo Corolla, um projeto cinco anos mais antigo.
Enquanto o RAV4 obteve 29,42 pontos em 34 possíveis na proteção para adultos, sendo 43/49 para crianças, o Corolla alcançou 29,6/34 e 44,8/49, respectivamente.
Segundo o Latin NCAP, o SUV proporcionou nível “bom” de segurança para cabeça, pescoço e pernas do motorista na prova de impacto frontal parcial a 64 km/h, sendo “adequado” para peito e braços. No caso do passageiro sentado à frente, todas as áreas foram consideradas boas.
No impacto lateral a 50 km/h e também no de poste a 29 km/h, o veículo ofereceu proteção “boa” ou “adequada” para cabeça, tórax, abdome e pelve, especialmente pela presença de airbags laterais e de cortina.
No teste de controle de estabilidade o modelo também foi aprovado.