Novo Hyundai HB20: conheça tudo do modelo que chegará neste ano
Fomos à Coreia do Sul para revelar todos os detalhes da família que estreará no Brasil até o mês de novembro
Seja sincero! Você gostou do novo Hyundai HB20? Sei que gosto é totalmente pessoal, mas após cruzar, literalmente, meio mundo para ver o carro ao vivo e sem disfarces (mas sem tirar fotos), muitos jornalistas estranharam o visual – e eu também.
Ok, por fora é polêmico, só que ele caprichou no conteúdo para enfrentar rivais totalmente novos, como o Chevrolet Onix. Por aqui, o hatch chega às lojas entre outubro e novembro. E pode confiar: nossa projeção é igual à versão final.
Quem visitou em 2018 o Salão do Automóvel de São Paulo deve ter visto de perto o conceito Saga EV. E, se você conseguir ignorar suas formas exageradas, vai perceber que ele realmente antecipou as principais mudanças da linha.
Mais que isso, a versão aventureira será praticamente igual, inclusive com aquelas peças de plástico bem exageradas. Para garantir o porte mais parrudo, o HB20X ficará 5 cm mais alto que a versão atual.
Pelas fotos, talvez você já tenha percebido que essa será apenas uma reestilização profunda. Por isso mesmo, para-brisa e até o recorte das portas se mantiveram exatamente iguais aos de hoje em dia.
Mas isso não significa que terá o mesmo tamanho. Pelo contrário. Tudo bem que a altura continuará a mesma, só que o entre-eixos ganhará 3 cm (2,53 m) graças a um enxerto. E nem comecei a falar do sedã, que será totalmente novo da metade para trás.
Para entrar na moda, o HB20S recebeu novas portas traseiras e até um aplique preto sobre a tampa – tudo para ficar mais parecido com um cupê.
Pessoalmente (e para a maioria dos 20 jornalistas que também foram levados à Coreia do Sul), essa versão tem um desenho que agrada um pouco mais que o do hatch.
E, se o espaço interno será mais generoso para toda a linha, somente essa configuração terá um aumento no porta-malas: são 475 litros, 25 litros a mais que o atual.
Em relação ao estilo, não é tão difícil perceber a inspiração em diferentes modelos da própria Hyundai: grade dianteira e vincos das caixas de roda emprestadas do novo Sonata e lanternas do Elantra reestilizado para o sedã.
Ah, e agora todos eles terão painel de i30, com direito a central multimídia em destaque com tela de 8 polegadas e saídas de ar horizontais – e só nós teremos o quadro de instrumentos digital, que até parece vindo do Nissan Kicks.
Aliás, há uma boa novidade para você que sempre ficou irritado com o ajuste de altura por roldana (e que alterava muito pouco): o banco do motorista ganhou uma alavanca que realmente funciona.
E pode até parecer uma notícia velha, mas finalmente o HB20 ganhou cinto de três pontos e apoio de cabeça para todos os passageiros.
Além disso, a segunda fileira já não parece ser tão claustrofóbica quanto antes graças ao banco um pouco mais elevado.
Mais que isso, a Hyundai resolveu o atraso do modelo em relação aos itens de segurança – e recompensou com juros e correções.
O controle eletrônico de estabilidade, quase obrigatório no mercado brasileiro, já está incluso no pacote, mas haverá outras surpresas, como alerta de colisão frontal com frenagem de emergência, aviso de permanência em faixa, controle automático de velocidade com limitador e monitoramento da pressão dos pneus.
Sim, caro leitor, também concordo que o HB20 poderia ter ganhado uma geração totalmente nova. Mas eu reconheço os esforços para compensar o consumidor.
É só dar uma olhada na lista de equipamentos, que inclui – além de todos os recursos de segurança dos quais já falei – chave presencial com partida por botão, sistema start-stop, borboletas para trocas de marchas e direção elétrica progressiva (que antes só estava disponível no aventureiro, HB20X).
E lá vai uma dica: se você realmente gosta do motor 1.6 16V atual, é melhor correr a alguma concessionária.
Essa opção será aposentada e dará lugar a um novo 1.0 turbo com 120 cv de potência e 17,5 mkgf de torque (contra 128 cv e 16,5 mkgf do antecessor) e injeção direta.
Só não esqueça que o VW Polo 1.0 TSI tem números melhores, com 128 cv e 20,4 mkgf. Nas versões de entrada do HB20, será mantido o atual três-cilindros 1.0 com 80 cv e 10,2 mkgf.
Meu primeiro contato com o modelo (todo camuflado) foi completamente controlado.
Além dos coreanos atentos a cada movimento que eu fazia, minha experiência com a versão mais potente ficou restrita a duas retas e um circuito menor para testar o comportamento dinâmico.
Foi bem breve, mas posso garantir: ele com certeza não será o próximo “bengador” das ruas brasileiras. Na verdade, as respostas lentas e progressivas parecem pensadas para o consumo.
Com foco no conforto, as trocas de marchas são discretas até quando o motorista decide provocar um kickdown.
Infelizmente, não havia obstáculos ou buracos para simular como será o comportamento da novidade nas ruas. O volante não transmite cada imperfeição do piso? Não.
Assim como a suspensão não é das mais firmes. Mas a estabilidade não ficou comprometida pelo ajuste mais macio. No fim, para quem já conhece a linha atual, será difícil notar mudanças em relação ao HB20 antigo.
Nas curvas mais fechadas, o hatch se manteve sob controle. Tentei virar o volante como ninguém faria nas ruas e, mesmo assim, ele se manteve impecável.
Estranho é que o controle de estabilidade aparecia como desligado… Depois de conversar com alguns engenheiros, eles descobriram que, na verdade, tudo estava ligado.
Na volta seguinte, sem a assistência, o carro saiu de frente e desequilibrou a traseira quando levado ao limite.
É claro que, em situações normais (fora do Centro de Desenvolvimento da Hyundai em Namyang, próximo à capital, Seul), você possivelmente não terá que lidar com essas rebeldias – até porque nenhum recurso de segurança deveria ser desligado, não é mesmo?
E esse modelo não terá nenhuma pretensão esportiva, ainda que você escute mais ruídos na cabine do que gostaria para o dia a dia. Na simulação de rodovia, sempre com 120 km/h no velocímetro, o motor se mantém a 3.000 rpm.
Resumindo, o novo Hyundai HB20 se comportará quase do mesmo modo que já conhecemos há anos. Só que ele chegará muito mais equipado, provavelmente mais econômico e um pouco mais espaçoso para conquistar outra vez os brasileiros.
E, claro, não podemos nos esquecer do visual polêmico, como deu para perceber no primeiro contato com o grupo de jornalistas. Mas o que vale mesmo é saber se a clientela gostará dessas mudanças por aqui.