O Brasil já teve algumas picapes médias com motores V6, como a pujante Chevrolet S10 com motor V6 4.3 Vortec a gasolina e a Mitsubishi L200 3.5 V6 flex. Mas a Volkswagen Amarok é a primeira com motor V6 turbodiesel e custa menos do que as concorrentes com motores de quatro e cinco cilindros.
O mais impressionante é que a picape é tão rápida quanto um Renault Sandero R.S.: os dois aceleram de 0 a 100 km/h em 8 segundos, de acordo com seus respectivos fabricantes. Ranger e S10, ambas com 200 cv, têm tempo na casa dos 10 s e a Amarok 2.0 precisa de 10,9 s.
Enquanto o hatch esportivo tem motor 2.0 de 150 cv e pesa 1.161 kg a picape tem seus 2.185 kg (197 kg só de motor) movimentados pelo V6 3.0 TDI de 225 cv e 56,1 mkgf de torque entre 1.500 e 2.500 rpm. Isso em condições normais.
Crave o pé direito no acelerador entre 50 e 120 km/h e o carro responderá, automaticamente, com a função Overboost: 20 cv e até 4 mkgf de torque extras por até 10 segundos. O câmbio automático de oito marchas e atração 4×4 permanente 4Motion fazem o resto do serviço.
Quem mais sente a diferença desta Amarok para as demais, com motor 2.0 quatro cilindros biturbo diesel de 180 cv e 42,8 mkgf de torque, são suas costas. Elas são jogadas contra o encosto do banco com mais força. É melhor tomar cuidado para não se empolgar.
Mas o motor V6 também faz diferença quando se dirige menos empolgado, pois entrega sua força mais cedo e depende menos de seu turbo de geometria variável. Respostas mais imediatas dão maior sensação de segurança e evita atraso do acelerador.
O detalhe é que a direção hidráulica não responde a contento. A direção é bastante pesada em manobras, porém mais leve do que o desejável em altas velocidades. Na Europa, a Amarok V6 estreou há um ano com direção elétrica, que permite maior melhor controle da assistência da direção.
Seus olhos precisarão estar treinados para notar o que muda nesta Amarok. A versão Highline V6 se difere da 2.0 pelo retrovisor preto e pelo “V6” na grade e na tampa da caçamba. Além disso, a V6 tem freio a disco ventilado nas quatro rodas, com discos de 332 mm de diâmetro no eixo dianteiro e 300 mm no traseiro. As Amarok mais fracas e todas as concorrentes têm freio a tambor na traseira.
A Amarok V6 tem disposição para acelerar como nenhuma outra picape média até então. Mas QUATRO RODAS ainda colocará isso à prova em nossaa pista de testes.
O que dá para adiantar é que levar esta Amarok para casa sai mais caro. A Amarok Highline V6 custa a partir de R$ 184.990, ou R$ 14.000 a mais que os R$ 170.990 cobrados pela mesma versão com motor 2.0.
O pacote de equipamentos não justifica a diferença, pois não muda. Há faróis bixenônio com luzes diurnas de leds, câmera de ré, sistema de freios pós-colisão, controle de estabilidade, borboletas para trocas sequenciais, assistente de partida em rampa, bloqueio eletrônico do diferencial, ajustes elétricos nos bancos dianteiros e central multimídia Discover Media com Android Auto e Apple Carplay. Mas faltam chave presencial e airbags de cortina – só tem bolsas frontais e laterais, totalizando quatro.
O único opcional disponível é o jogo de rodas aro 19″, que substituem as de 18″ por R$ 2.720 a mais no valor final.
Olhando para as principais concorrentes, é a picape topo de linha mais em conta. A Chevrolet S10 2.8 100 Years custa R$ 191.190, a Ford Ranger Limited 3.2 custa R$ 190.190 e a Toyota Hilux SRX 2.8 custa R$ 193.270.
Por enquanto, usar a potência e o preço como argumentos deu certo para a Amarok. O primeiro lote da versão V6. com 450 unidades, foi vendido na pré-venda em menos de 24h.