Nissan terá prejuízo de quase 10 vezes mais que o esperado em 2024
Com o fechamento do ano fiscal de 2024, montadora vê que sua previsão inicial era muito menor do que a realidade

A Nissan está bem próxima de anunciar o maior prejuízo de sua história. Com o fechamento do último ano fiscal, que foi de março de 2024 a março de 2025, a montadora não está nada esperançosa com o que viu nos livros de contas.
A revelação do fechamento não vai ocorrer até 13 de maio, mas os resultados estão bem longe do que foi prospectado inicialmente. Se antes a Nissan esperava um prejuízo líquido na casa dos 80 bilhões de ienes (R$ 3,2 bi), a realidade é uma perda de entre 700 e 750 bilhões de ienes (R$ 27,9 bi e R$ 28,9 bi), segundo a própria empresa.
Para a Nissan, o maior vilão disso tudo foram as despesas de depreciação, ou seja, a perda de valor de um ativo físico. Foram 500 bilhões de ienes (R$ 19,9 bi) em encargos destinados para América do Norte, América Latina, Europa e Japão, além de outros 60 bilhões de ienes (R$ 2.39 bi) de custos adicionais que a montadora teve com sua reestruturação.

A Nissan faz de tudo para contornar a má situação. No esforço de tentar economizar US$ 2,5 bilhões (R$ 14,2 bi), a montadora já cortou cerca de 9.000 empregos, além de fechar fábricas e linhas de produção.
Entre outras medidas, também procura uma parceira para ajudar a sair da crise. Quem está mais perto de um acordo é a taiwanesa Foxconn, empresa responsável pela produção do iPhone, que surge como principal candidata à parceira depois da Nissan desistir de negociar com a Honda.
Embora nada esteja fechado, é um negócio que parece ter tudo para dar certo, uma vez que os objetivos de ambas estão alinhados. A Nissan quer sair da crise através de parcerias para continuar sendo dona de si. É o contrário do que pretendia a Honda, que tinha o objetivo de transformar a rival em uma subsidiária.
Apesar deste impasse, Nissan e Honda ainda terão projetos juntos. As duas, junto com a Mitsubishi, estão colaborando para a criação de novas softwares e modelos elétricos. Desse modo, as três seriam mais competitivas em um cenário mundial, podendo se aproximar de rivais chinesas.