Nissan enfim começa a entregar o elétrico Leaf no Brasil em julho
Além do Leaf, Nissan inaugura centro de design e fala em investir em produtos e capacidade produtiva na fábrica de Resende (RJ)
As vendas do Nissan Leaf no Brasil começam efetivamente em julho, um mês depois do cronograma inicialmente anunciado pela fabricante japonesa
O modelo elétrico ainda não tem preço fechado. Mas é possível que a fábrica mantenha o valor anunciado na campanha de pré-venda feita no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, que era de R$ 178.400.
Na ocasião, foram vendidas 16 unidades, que começarão a ser entregues também em julho.
O Leaf será vendido em sete concessionárias da marca nas regiões Sul e Sudeste e, junto com ele, será oferecido um kit para recargas domésticas, com preço entre RS 5.000 e R$ 10.000, instalado.
O Leaf é equipado com motor elétrico trifásico com 149 cv de potência e 32,6 mkgf de torque. Suas baterias de íons de lítio têm capacidade de 40 kWh e o tempo de recarga, segundo a fábrica, é de 40 minutos, para 80% da carga.
A confirmação do início das vendas foi feita pelo chairman da Nissan para a América Latina, Guy Rodriguez, em visita ao Brasil (seu escritório é no México).
Ao contrário da maioria dos executivos com negócios na região, Rodriguez se diz otimista com as perspectivas de crescimento no continente e, em particular no Brasil.
Rodriguez afirma que, no ano passado, a Nissan cresceu mais que a indústria no Brasil e também na Argentina, aumentando a participação da marca no volume total.
Segundo ele, dentro de uma visão de longo prazo, isso é mais importante, porque mostra que a empresa está no caminho certo.
A Nissan inaugurou ontem seu primeiro centro de design no Brasil, que é o primeiro na América Latina. O estúdio fica em São Paulo.
Além desse, há mais oito centros no mundo nos seguintes lugares: Japão, China, Tailândia, Índia, Londres e Estados Unidos (onde há dois centros em Michigan e na Califórnia).
E, neste momento, a Nissan está finalizando um plano de investimentos para os próximos cinco anos no Brasil.
Rodriguez não diz quanto será investido e nem quando o dinheiro começa a chegar. “Isso depende de uma série de fatores”, afirma. “Mas virá”, diz.
O investimento será aplicado em novos produtos e em capacidade de produção. Ao contrário da maioria das fábricas instaladas no Brasil, que possuem capacidade ociosa, a fábrica da Nissan em Resende (RJ) está próxima ao limite.
Atualmente, a Nissan trabalha com dois turnos com planos de implantar o terceiro, em breve.
O carro chefe da empresa é o SUV Kicks, terceiro colocado no ranking de vendas do mercado nacional, de janeiro a abril deste ano, e principal produto de exportação da unidade de Resende.
Para fazer novos produtos, a Nissan terá que ampliar sua capacidade produtiva. Mas Rodriguez não revelou que produtos seriam esses.
O Leaf será importado, assim como o SUV X-Trail que, segundo o executivo, ainda depende de desenvolvimento para adequação ao combustível local.
O X-Trail, que deve chegar ao Brasil somente em 2020, será um exemplar da quarta geração, ainda não lançada, conforme antecipado por QUATRO RODAS. Ela deve ser apresentada no segundo semestre deste ano.
A Nissan chegou a mostrar o X-Trail de terceira geração no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018. O exemplar exibido era uma versão híbrida.
Mas a versão que chegará às lojas do país terá motor à combustão convencional: 2.5 de 171 cv acoplado ao câmbio CVT.
O modelo híbrido da Nissan no Brasil deverá ser o Kicks, o primeiro da fila para receber a tecnologia que a empresa batizou de e-Power.
No sistema e-Power a tração é feita por um motor elétrico cujas baterias são alimentadas por um à combustão.
O Kicks nacional deve receber o mesmo conjunto que equipa o hatch Note, no Japão. Ou seja: um motor à combustão 1.2 de três cilindros que carrega uma bateria de 1,5 kW que alimenta o motor elétrico.
Segundo a fábrica, no caso do Note, a potência gerada por esse conjunto é de 112 cv e o torque é de 25,9 mkgf.
A Nissan também deve tirar proveito do acordo de livre-comércio do Brasil com o México, para trazer novos produtos comercializados em volumes menores que não justificam o investimento para a produção no país.
Esse é o caso do novo Versa, que desembarca aqui em meados de 2020.