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Itália afirma: fim do motor a combustão pode destruir a indústria

Após um desempenho ruim do mercado europeu nos últimos meses, governo italiano quer rever proibição marcada para 2035

Por Nicolas Tavares
10 set 2024, 17h33
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  • Para atingir as metas de descaboniação, a União Europeia criou um plano de proibir a venda de carros 0km com motor a combustão a partir de 2035. Esta decisão foi muito controversa quando anunciada e, com a situação atual do mercado europeu, está criando ainda mais discussões, com a Itália defendendo uma revisão ou a indústria automotiva europeia pode entrar em colapso.

    O ministro de energia italiano Gilberto Pichetto Fratin foi bem claro sobre o posicionamento do governo ao falar com jornalistas durante um fórum em Cernobbio (Itália): “A proibição tem que ser mudada.” Segundo o site Automotive News Europe, Fratin chamou a decisão de absurda e que o plano tem que ser revisto.

    Fratin cita o momento atual da indústria automotiva europeia, após um resultado fraco em julho, quando somente 1,03 milhões de unidades foram emplacadas, um aumento de apenas 0,4%.

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    Na visão do governo italiano, a Comissão Europeia deve permitir que os países escolham a tecnologia que querem para atender as metas de descarbonização. Os membros do governo dizem que não são contra os carros elétricos, mas que a mudança deve ser mais gradual e que deve ser parte de uma mistura maior de motorizações.

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    Volkswagen ID.4 azul testado pela revista QUATRO RODAS (1)
    A Volkswagen tem tido problemas para vender elétricos na Europa (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Os italianos não estão sozinhos. CEO do Grupo Volkswagen, Oliver Blume também defende uma revisão do plano por conta da situação atual da indústria. Em uma entrevista para o jornal Bild am Sonntag, Blume afirmou que “o bolo ficou menor e temos mais gente na mesa”, uma referência a chegada dos carros chineses, “menos carros são vendidos na Europa. Ao mesmo tempo, novos competidores da Ásia estão forçando sua entrada no mercado.”

    A situação na Volkswagen chegou a um ponto crítico e a empresa estuda fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em sua história, em uma tentativa de reduzir seus custos operacionais em 10 bilhões de euros (R$ 62,2 bilhões).

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    Outra montadora que também se posicionou recentemente foi a Renault. Na visão do CEO da empresa, Luca de Meo, as fabricantes europeias podem pagar até 15 bilhões de euros (R$ 93,3 bilhões) em multas por não atingir as metas de emissões para 2025. O executivo afirma que, se as vendas de carros elétricos continuarem no nível atual, todas serão penalizadas ou terão que cortar a produção em mais de 2,5 milhões de veículos.

    A Itália é um dos países que tem defendido a adoção dos combustíveis sintéticos como uma alternativa para a eletrificação, o que não eliminaria os motores a combustão. O interesse é grande por conta das fabricantes de esportivos como Ferrari e Lamborghini, que ainda estão adotando modelos híbridos e não terão elétricos tão cedo.

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