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Inmetro deixa de fazer testes na estrada e passa a testar em pista de desenvolvimento

Teste de Coast Down que era realizado em Pirapora (MG) agora será feito no CPCA, Campo de Provas da Cruz Alta, que pertence a GM

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 Maio 2025, 15h01
CPCA - INMETRO
 (Inmetro/Divulgação)
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O Inmetro, responsável pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE), que por sua vez emite o Selo de Eficiência Energética presente em todos os veículos comercializados no Brasil, elegeu o Campo de Provas de Cruz Alta (CPCA), da General Motors, localizado em Indaiatuba (SP), como sede oficial para os testes em pista.

Em entrevista exclusiva para QUATRO RODAS, o chefe da Divisão de Regulamentação e Qualidade Regulatória do Instituto, Hércules Souza, afirmou que nada muda na metodologia dos testes com a adoção do CPCA como pista oficial do Inmetro. “Continuamos seguindo rigorosamente os critérios da norma ABNT NBR 10312 e o Regulamento Inmetro nº 169/2023, assegurando a padronização e a precisão dos procedimentos”, diz Souza.

O teste do Inmetro realizado no campo de provas da GM é o de Coast Down, que determina a resistência ao movimento do veículo. Essa análise envolve o cálculo da resistência aerodinâmica (causada pelo arrasto do ar) e da resistência ao atrito (causada pela fricção dos pneus no asfalto e nos componentes mecânicos do veículo).

Esses resultados são usados para calibração dos dinamômetros, que serão usados na etapa seguinte da auditoria, em laboratório – fase que ocorre a definição de números de consumo urbano e rodoviário, e também a autonomia. 

Na semana passada, 27 modelos escolhidos pelo Inmetro já participaram do teste no CPCA e Souza garante que “a nova pista, mais adequada e exclusiva, representa um progresso significativo, oferecendo condições ainda mais precisas e consistentes para os ensaios”.

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CPCA - INMETRO 2

O teste de Coast Down é realizado anualmente e além de atualizar os parâmetros para a calibração dos dinamômetros, também tem a função de verificar os dados oficiais divulgados pelos fabricantes. Anteriormente esse teste era realizado em Pirapora (MG), na MG 674, portanto uma via pública na qual era necessário bloquear o trânsito para que o teste fosse realizado.

“É uma melhora para todos os envolvidos, primeiro o deslocamento reduziu drasticamente beneficiando os fabricantes e os agentes do Inmetro e graças a infraestrutura oferecida pelo CPCA conseguimos realizar o teste com 27 carros em um dia, enquanto em Pirapora levávamos três dias para completar o trabalho”, conta Souza. 

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Para definir o novo local de ensaios, o Inmetro comparou o desempenho de três pistas candidatas com o da pista de referência nacional para testes de Coast Down, a de Pirapora (MG). Os testes envolveram 12 veículos fabricados em 2024 e integrantes do PBEV. Ao final do processo, a pista da General Motors (GM) foi a selecionada.

Campo-de-Provas-da-GM-é-escolhido-pelo-Inmetro

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As pistas candidatas passaram por uma etapa de verificação de adequação, que analisou fatores como desvio de fator, qualidade da infraestrutura e localização geográfica, considerada para a logística de deslocamento dos veículos de teste pelas montadoras.

Requisitos técnicos para a seleção da pista:

  1. A pista de rolamento para realização do ensaio deve influenciar o mínimo possível no resultado, portanto, deve ser reta, plana e sem irregularidades. A planicidade da pista deve atender os limites de desnível máximo de 1,5% entre o início e o fim da pista e a variação entre um ponto de medição e outro não pode ultrapassar 0,5%. Em adição, a pista deve estar limpa e seca.
  2. Vento: a componente longitudinal não pode ser superior à 3,0 m/s em média e os picos devem ser inferiores à 5,0 m/s. Já a média da componente lateral não ultrapassar 2,0 m/s.
  3. Temperatura ambiente: o ensaio poderá ser realizado apenas quando a temperatura ambiente à sombra estiver compreendida entre 5ºC e 35ºC;
  4. Pressão atmosférica: entre 91 kPa e 104 kPa;

Os ensaios de coast down têm as seguintes etapas:

  1. Preparação do veículo: o veículo é apresentado em condições adequadas para o teste. Ele passa por pesagem, calibração dos pneus, checagem da quilometragem rodada, do nível do tanque ou carga da bateria, identificação do chassi, pneus, entre outras informações importantes para o ensaio e identificação do automóvel.
  2. Execução do ensaio: o veículo é conduzido até ultrapassar 100 km/h em uma pista reta e nivelada. Em seguida, o veículo é colocado em ponto morto, permitindo que ele desacelere naturalmente, sem uso dos freios. Durante o processo de desaceleração, é checado o tempo que o veículo leva para reduzir a velocidade a 90 km/h, 80 km/h, 70 km/h e assim sucessivamente, até chegar a 30 km/h.
  3. Análise de dados: os dados coletados durante o ensaio são analisados para determinar a resistência ao movimento do veículo. Essa análise envolve o cálculo da resistência aerodinâmica (causada pelo arrasto do ar) e da resistência ao atrito (causada pela fricção dos pneus no asfalto e nos componentes mecânicos do veículo).
  4. Aplicação dos resultados: os resultados obtidos são usados para calibração dos dinamômetros, que serão usados na etapa seguinte da auditoria, em laboratório. Eles também podem ser usados para melhorar o projeto do veículo, aperfeiçoar a eficiência do combustível, entre outros.
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