Hyundai ix25 muda radicalmente e se descola do nosso Creta. Ainda bem

Uma das novidades mais curiosas do Salão de Xangai 2019 é a segunda geração do Hyundai ix25. Caso você não saiba, trata-se do irmão chinês do nosso Creta. Até este ano, ambos eram praticamente o mesmo carro vendidos sob nomes diferentes.

Só que essa correlação está prestes a mudar, e ficamos até aliviados em saber disso. Afinal, a nova geração do ix25, que chega às ruas chinesas em agosto deste ano, ficou com um visual para lá de estranho.

A boa notícia é que suas mudanças pouco devem ser aproveitadas para inspirar os próximos passos do Creta brasileiro. Ainda bem! Mas aí você se pergunta: como temos tanta certeza que o nosso Creta vai se descolar do ix25 asiático?

Basta fazer as contas: o ix25 foi lançado na China em 2015, e por isso já está na fase final de seu ciclo de geração. Já o Creta brasileiro chegou no começo de 2017, e sequer passou por facelift de meia-vida.

Portanto, se o ix25 adotou uma versão atualizada da plataforma J2 – a mesma de Kia Soul e do penúltimo Elantra -, tendo ficado 3 cm mais comprido (4,30 m), 1 cm mais largo (1,79 m) e 1,5 cm mais baixo (1,62 m), o Creta não deve mudar de base nem de dimensões tão cedo.

Há também a questão do design. O novo ix25 se tornou um SUV muito controverso, principalmente por conta da união de faróis extremamente afilados com um balanço dianteiro exageradamente arredondado.

A parte traseira, com lanternas verticais em posição muito baixa, tampouco contribui para tirar a sensação de estranheza.

Diante de toda essa confusão de traços, o máximo que nosso Creta deve ganhar é o formato diamante da grade, solução similar à que outros modelos da Hyundai, inclusive o novo HB20, estão adotando.

De resto, o mais provável é que o SUV compacto feito em Piracicaba se inspire no primo menor Venue, revelado também esta semana no Salão de Nova York. De novo: ainda bem!

Mecanicamente, o ix25 2020 usará um motor quatro-cilindros 1.5 aspirado de 116 cv e 14,7 mkgf, acoplado a câmbio CVT

É pouco para os 130 cv com etanol gerados pelo Creta nacional 1.6, e menos ainda em relação ao 2.0 de 166 cv, ambos gerenciados por caixa automática com conversor de torque de seis marchas. Por aqui, esses conjuntos motrizes não devem ser alterados em curto prazo.