Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Grandes Brasileiros: Pag Nick 1988

Caríssimo, o Nick encerrou uma era de sonhos com o carro legitimamente nacional

Por Felipe Bitu
Atualizado em 7 jun 2017, 17h53 - Publicado em 1 jun 2017, 19h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ressalto no capô para acomodar motor AP
    Ressalto no capô para acomodar motor AP (Xico Buny/Quatro Rodas)

    A oferta de subcompactos é pequena no Brasil, mas eles estão longe de ser novidade: o empresário Paulo de Aguiar Goulart foi um dos precursores do segmento, antes da concepção de modelos como Up! e Mobi. Um de seus sucessos acabou sendo uma de suas últimas criações: o Nick, idealizado e executado pela PAG (Projets d`AvantGarde Ltda.).

    Publicidade

    Instalada em Santana de Parnaíba, a PAG foi uma divisão da Dacon S/A Veículos Nacionais (Distribuidora de Automóveis, Caminhões e Ônibus Nacionais), uma das mais famosas concessionárias Volkswagen da capital paulista.

    Publicidade

    Fundada em 1960, a Dacon se originou da antiga Comercial Lara Campos, revendedora DKW que obteve grande sucesso nas pistas. E foi nos circuitos que Paulo Goulart conheceu Anísio Campos, notório como piloto e, principalmente, como designer.

    Continua após a publicidade

    Um dos maiores sucessos da dupla foi o microcarro Dacon 828, também conhecido como Mini Dacon. Apresentado em 1982, o 828 tinha um custo de produção elevadíssimo, o que fez o engenheiro Paulo Goulart partir para outra iniciativa mais viável.

    Publicidade
    Símbolo da Dacon reforçava a identidade do minicarro
    Além de concessionária, a Dacon se arriscava na produção de modelos fora de série (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Em agosto de 1987, Paulo e Anísio decidiram criar o minicarro Nick, tomando como base a Saveiro. A distância entre os eixos era encurtada em cerca de 34 cm e os balanços dianteiro e traseiro eram reduzidos ao máximo, limitando seu comprimento a 3,04 metros. A dianteira mantinha faróis e piscas originais, mas recebia para-choque, grade e capô em fibra de vidro.

    Continua após a publicidade

    A traseira era feita com o mesmo material sintético, formando um pequeno porta-malas sobre a caçamba remanescente. O para-choque trazia a inscrição PAG (as iniciais de Paulo) em letras de baixo-relevo e a tampa do porta-malas era ancorada pela parte inferior. Delicadas alças apoiadas sobre as lanternas da VW Quantum simulavam a queda do teto.

    Publicidade
    Embaixo, as colunas traseiras falsas da primeira geração deram lugar a uma extensão envidraçada da cabine em 1989
    Embaixo, as colunas traseiras falsas da primeira geração deram lugar a uma extensão envidraçada da cabine em 1989 (Xico Buny/Quatro Rodas)

    A avaliação do curioso carrinho foi publicada na edição 333 de QUATRO RODAS em abril de 1988. Pesando 40 kg a menos que a Saveiro eimpulsionado pelo motor Volkswagen AP de 1,6 litro e 90cv, acelerou de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos – e chegou aos 160 km/h. Os freios traseiros do utilitário eram superdimensionados, com tambores e cilindros de roda maiores que os do Gol.

    Continua após a publicidade

    Apesar de sua proposta urbana, a exclusividade do PAG Nick fazia com que muitos o encarassem como um esportivo. Não era tão rápido ou veloz quanto o Gol GTS, mas fazia o Ford Escort XR3 e o Fiat Uno 1.5R comerem poeira. O entre-eixos reduzido conferia agilidade incomum, mas o tornava instável em retas longas e curvas de alta velocidade.

    Publicidade
    Era impossível esconder a origem Volkswagen das peças do interior, mas tinha seus luxos, como ar-condicionado e volante revestido de couro
    Com peças de origem VW,  interior tinha ar-condicionado e volante revestido de couro (Xico Buny/Quatro Rodas)

    O melhor era aproveitar seu lado prático: com pouco mais de 3 metros, cabia praticamente em qualquer vaga. Outro ponto negativo era o acabamento, simples e com pouco isolamento acústico. A solução foi adotar acessórios da própria Dacon, inspirados nos Porsche (o fabricante de Stuttgart era representado no Brasil pela concessionária de Paulo).

    Continua após a publicidade

    Sua única evolução veio em 1989: agora montado sobre o monobloco do Voyage, o Nick L mantinha a mesma distância entre os eixos para oferecer quatro lugares. A versão dois lugares também era montada sobre o sedã da VW, mas continuava com o entre-eixos reduzido e uma extensão da cabine sobre as linhas originais. O motor passou a ser o 2.0 do Santana.

    Publicidade
    Trio de marcadores no console central, incluindo conta-giros
    Trio de marcadores no console central, incluindo conta-giros (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Apesar do preço elevadíssimo, a produção artesanal da PAG mal conseguia dar conta da demanda – e por isso menos de 150 unidades foram produzidas até 1991. Naquele ano ocorreu a abertura das importações e o endinheirado público do Nick migrou para importados, como Peugeot 205 XSi, Citroën AX GTi e Civic VTi.

    Continua após a publicidade

    A Dacon segurou as pontas por cinco anos, mas encerrou as atividades em 1996. E apesar do pouco tempo de vida, o legado de Paulo Goulart e Anísio Campos permanece até hoje na mente dos entusiastas brasileiros.

    A antiga sede da empresa, localizada no encontro das avenidas Cidade Jardim e Brigadeiro Faria Lima, em um dos centros empresariais mais nobres de São Paulo, permanece como recordação de uma das épocas mais felizes da nossa indústria.

    Teste QUATRO RODAS – abril de 1988

    Ficha técnica – Pag Nick 1988

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.