A Chevrolet fez história ao vender modelos como Astra, Corsa, Meriva, Omega, Vectra e Zafira no Brasil entre os anos 90 e 2000. Só que a marca nunca mais poderá usar esses nomes por aqui.
O motivo pelo qual todos esses batismos ficaram para os livros de história (ou edições guardadas de QUATRO RODAS) é que agora pertencem ao grupo PSA, atual dona da Opel.
Consulta feita por QUATRO RODAS constatou que todos os registros dos nomes desses modelos no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) estão em nome da Opel Automobile GMBH, vendida no início de 2017 aos franceses.
Só que, curiosamente, os registros “Chevrolet Astra” e “Chevrolet Vectra” ainda existem, mas não na categoria “veículos automotores”, mas sim nas de brinquedos ou roupas. Ou seja: novos Astra ou Vectra vendidos aqui pela GM, só em miniatura.
Já nomes como Corsa, Omega e Zafira sequer possuem essa alternativa.
Ao longo dos quase 90 anos sob comando General Motors, o fabricante europeu forneceu uma série de modelos ao país: do Opala a todos os citados lá em cima.
Desde então, a Chevrolet brasileira apostou por bases mais simples e de outras origens, como a GSV (Cobalt e Spin), desenvolvida em parceria com os coreanos da Daewoo, e GEM (Onix e Onix Plus), criada com os chineses da SAIC.
Enquanto isso, a Opel passou a utilizar a mesma plataforma de modelos Peugeot e Citroën.
Exemplo dessas mudanças é que o Corsa é um 208 e a Zafira é um Citroën Jumpy rebatizado. Já os SUVs Crossland X e Grandland X têm alma de 2008 e 3008.
Apesar dos registros de patente por aqui, é pouco provável que a Opel retorne ao Brasil – dessa vez como marca própria, ao invés de “emprestar” seus carros à Chevrolet.
Segundo apuração do repórter Henrique Rodriguez durante o Salão de Frankfurt, na Alemanha, o grupo PSA pretende fortalecer as marcas já atuantes no país.
Prova disso é o investimento recém-anunciado pela empresa para produzir na fábrica de Porto Real (RJ) novos modelos de entrada com plataforma modular.
Com lançamento previsto para 2021, a família – chamada internamente smart car – deverá ter três representantes: um hatch, um sedã compacto e um SUV.
Ainda não há definição de qual marca será utilizada pelos novatos, que podem chegar às lojas com emblema Citroën para não brigar com os novos 208 e 2008.
O hatch compacto da Peugeot já estreará na primeira metade do próximo ano e será igual ao modelo vendido na Europa. Só que a produção será na Argentina.
Sendo assim, restará aos brasileiros ceder à licença poética (outra vez) e aceitar que, o mais próximo que teremos do Corsa por aqui, terá outra marca na grade (ou estará nas prateleiras das lojas de brinquedos).