Ford Fiesta abandona câmbio Powershift, motor 1.0 turbo e carroceria sedã
Compacto passa a ser vendido apenas na configuração hatch com motor 1.6 manual, em três versões. Preços ficam entre R$ 52.690 e R$ 58.090
![Fiesta Titanium Plus-1 Fiesta 2018 tem novo design frontal](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/11/fiesta-titanium-plus-1-e1511442524347.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
O Ford Fiesta teve um enxugamento drástico da gama. No configurador do site oficial no Brasil já não constam mais as configurações 1.6 Powershift (automatizada de dupla embreagem) e 1.0 EcoBoost (três cilindros turbo) do hatch.
Por sua vez, o Fiesta Sedan foi totalmente tirado de catálogo. Importado do México, o modelo teve as vendas interrompidas entre 2015 e 2017, quando foi relançado no nosso mercado.
![ford fiesta sedan morreu](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/01/ford-fiesta-sedan-morreu.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Assim, sobraram na linha apenas três versões da carroceria hatchback, todas equipadas com motor quatro cilindros 1.6 Sigma flex de até 128 cv com etanol e câmbio manual de cinco marchas: SE (R$ 52.690), SE Style (R$ 56.590) e SEL (R$ 58.090).
A primeira traz de série chave canivete, alarme, trio elétrico, direção elétrica, ar-condicionado , ajuste de altura do banco do motorista e de altura e profundidade do volante, rodas de aço aro 15 com calotas, faróis de neblina, Isofix para cadeirinhas infantis, sensores de estacionamento traseiros e central multimídia Sync de geração anterior.
Na SE Style são aplicados controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, retrovisores externos com luzes de seta integradas e rodas de liga leve aro 16. Também há diferenças no acabamento de grade e nos faróis dianteiros.
Por fim, a SEL acrescenta chave programável, acabamento interno exclusivo, ar-condicionado digital, rodas de liga leve aro 15 (sim, menores que da SE Style!) e sistema Sync atualizado com tela sensível ao toque de 6,5 polegadas e compatibilidade para Apple CarPlay e Android Auto.
Não há pacotes opcionais.
![Comparativo: Ford Fiesta x VW Polo](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/chr9895.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A mudança representa de maneira explícita a atual situação do Fiesta.
Estrangulado pelo irmão Ka, que hoje oferece motorização mais moderna, câmbio automático e maior espaço interno, o compacto premium produzido em São Bernardo do Campo (SP) vem perdendo cada vez mais espaço no mercado.
Procurada por QUATRO RODAS, a Ford confirmou a redução na gama do Fiesta, e acrescentou que exemplares das configurações extintas do compacto “continuam a ser oferecidas nas concessionárias até a finalização dos estoques”.
Engate impreciso
![56e1a7ad0e21630a3e16b396cambio-do-new-fiesta-titanium-modelo-2013-da-ford-durante-teste-comparativo-da.jpeg Câmbio do New Fiesta Titanium modelo 2013 da Ford, durante teste comparativo da](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56e1a7ad0e21630a3e16b396cambio-do-new-fiesta-titanium-modelo-2013-da-ford-durante-teste-comparativo-da1.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
O Fiesta foi pioneiro no segmento de modelos compactos ao adotar, no início dos anos 2010, o câmbio de dupla embreagem Powershift tanto para a configuração hatch, fabricada nacionalmente desde 2013, quanto para a sedã, sempre importada do México.
A existência de duas embreagens proporcionava grande vantagem em relação aos arcaicos sistemas automatizados monoembreagem, que entregavam não mais do que trancos, lentidão e imprecisão na hora das trocas.
Entretanto, se o Powershift é rápido e esperto nas primeiras mudanças de marcha, uma série de falhas de projeto e deslizes na manutenção o transformaram em sinônimo de problemas e dor de cabeça no longo prazo.
Reclamações de ruídos, trepidações e perda de desempenho provocados pelo sistema se tornaram frequentes entre os consumidores. De acordo com a fabricante, o principal problema estava na contaminação das embreagens, que funcionavam a seco, por fluidos de transmissão.
A Ford jamais admitiu uma falha generalizada de projeto ou fez um recall. Entretanto, bastante pressionada por órgãos de defesa do consumidor, chegou a estender a garantia e a fazer reparos gratuitos do Powershift no Brasil.
Em 2017 a empresa já havia deixado de empregar a caixa de dupla embreagem no EcoSport. Com a saída agora do Fiesta, o Powershift inicia sua contagem regressiva rumo à aposentadoria, visto que o Focus, último modelo a ainda utilizá-lo, deixará de ser produzido em maio e deve sair de linha ainda este ano.
Turbo não pegou
![Ford Fiesta 1.0 EcoBoost Moderno, motor é aplicado em modelos como Focus e EcoSport na Europa](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/57713e680e216345751ace63fiesta-ecoboost-2.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Em junho de 2016 a Ford lançou no Brasil o Fiesta 1.0 EcoBoost, inédita configuração empurrada por um propulsor turbo a gasolina de três cilindros. Sempre vendido em versão única para a carroceria hatch, e com câmbio Powershift, entrou como opção mais cara da gama.
Devido à baixa demanda, acabou reposicionado para uma versão intermediária assim que chegou o mais recente facelift do compacto, no fim de 2017. Mesmo assim, não emplacou.
Como o motor vinha importado da Romênia – o que dificultava sua implantação em outras versões –, era adaptado para usar apenas gasolina e tinha potência conflitantemente próxima à do velho motor 1.6 Sigma.
Deste modo, 1.0 EcoBoost foi descontinuado menos de três anos depois de chegar ao mercado e encerra sua carreira no país sem jamais ter caído no gosto da clientela.
Adeus, sedã
![new-fiesta-sedan-2014-123](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/01/new-fiesta-sedan-2014-123.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Pouca gente lembra, mas a atual geração do Fiesta vendida no Brasil foi apresentada ao nosso mercado primeiro na derivação sedã, no final de 2010.
Apesar de bonito e dotado de conjuntos mecânicos modernos para a época, incluindo motor 1.6 flex de 115 cv (etanol) e o então badalado Powershift, pecava pelo espaço interno relativamente apertado e pelo porta-malas de limitados 465 litros, além de nunca ter tido sua produção nacionalizada.
Com a vinda do Ka+ (atual Ka Sedan), em 2014, perdeu espaço paulatinamente até alcançar índices quase nulos de emplacamento nos últimos anos. Tanto que sai de cena quase sem ser percebido.
Atualizada às 10:12 de 18/01/2019.