F-1: Manor fecha as portas e acaba com sonho de Nasr em 2017
Brasileiro lutava por vaga na equipe, que encerrou suas atividades após seis temporadas
O grid da Fórmula 1 será formado por apenas dez equipes na temporada 2017. A Manor, que já havia decretado falência e procurava um novo investidor para seguir na categoria, fracassou na busca por apoio financeiro e fechou as portas nesta sexta-feira, 27 de janeiro.
A equipe, inclusive, já dispensou todos os 212 funcionários, conforme revelou o jornalista Andrew Benson, da BBC. A informação foi confirmada pouco tempo depois pela própria Manor – a única equipe que não havia anunciado sua dupla de pilotos titulares para este ano. Assim, são praticamente nulas as chances de Felipe Nasr alinhar no grid – salvo por algum imprevisto, como o que ocorreu na surpreendente aposentadoria de Nico Rosberg. Ao brasileiro, resta buscar uma vaga de piloto reserva em alguma equipe da Fórmula 1 ou migrar para outra categoria.
Durante três semanas, a Manor chegou a ser controlada pela FRP Advisory, mas a administradora não encontrou um investidor, obrigando a Just Racing Services (empresa responsável pela Manor) a encerrar suas atividades.
“É profundamente lamentável que a equipe tenha de fechar suas portas. A Manor é um grande nome no automobilismo britânico, e a equipe conseguiu desenvolver um grande negócio nos dois últimos anos, se revigorando sob nova propriedade. Operar e dirigir uma equipe de F1, para os altos padrões exigidos, no entanto, exige um investimento contínuo significativo”, lamentou Geoff Rowley, responsável pela Just Racing.
Escolhida em 2009 como uma das equipes estreantes da temporada 2010 (as outras eram Hispania e Lotus, posteriormente rebatizada de Caterham), a Manor nasceu como Virgin Racing, administrada pelo bilionário Richard Branson, dono do Virgin Group. Após duas temporadas frustrantes, a Virgin deixou a categoria e o time foi assumido pela Marussia, fabricante russa de carros de luxo, a partir de 2012.
A nova fase foi ainda pior, marcada por dois graves acidentes. Em 2012, Maria de Villota bateu durante testes aerodinâmicos e perdeu o olho direito. A piloto faleceria em 11 de outubro de 2013, supostamente em decorrência das sequelas da batida. Um baque ainda maior veio em 2015 (já sem a presença da Marussia), quando Jules Bianchi perdeu a vida após bater em um trator que estava fora da pista no GP de Tóquio. Talentoso, Bianchi fazia parte do programa de jovens pilotos da Ferrari e foi responsável por um honroso 9º lugar no GP de Mônaco de 2015. Nesse período, a equipe também mudou de nome algumas vezes, passando para Manor Marussia F1 Team para Manor Racing.
No começo de 2016, o time confirmou Pascal Wehrlein (piloto júnior da Mercedes-Benz) e Rio Haryanto como pilotos titulares. Foi Wehrlein, aliás, o responsável por marcar o único ponto da Manor na temporada 2016. Sofrendo com a falta de dinheiro durante o ano inteiro, a Manor trocou Haryanto (que estava sem patrocínio) pelo francês Esteban Ocon.
Sem vaga na Sauber, Nasr voltou suas atenções para a Manor, enfraquecida após as saídas de seus dois pilotos (Pascal foi chamado pela Sauber e Esteban transferiu-se para a Force India).
Ironicamente, Nasr teve influência (ainda que indireta) no fim da Manor: os dois pontos conquistados pelo brasileiro em Interlagos fizeram a Sauber terminar o Mundial de Construtores à frente da Manor. O resultado tirou da Manor uma quantia próxima dos R$ 150 milhões que a Formula One Management (FOM) destina à 10ª melhor equipe da temporada.