Esse Mercedes de 1954 correu na F-1 e custa cerca de R$ 321 milhões
Mercedes-Benz W 196 R Stromlinienwagen será leiloado em fevereiro e a expectativa é que ele se torne o segundo carro mais caro do mundo
Quem é fã de carros sabe que, se quiser encontrar modelos genuinamente caros, é necessário ir até os leilões. É de lá que vêm os carros mais caros do mundo e, possivelmente, veremos o novo integrante da lista em breve.
Trata-se do Mercedes-Benz W 196 R Stromlinienwagen, de 1954. Uma peça rara com um currículo digno. Esse modelo competiu na Fórmula 1 de 1955, sendo campeão do GP de Buenos Aires. Além disso, ele também já teve a volta mais rápida do circuito de Monza, na Itália. Os pilotos das duas ocasiões eram Juan Manuel Fangio e Sir Stirling Moss, respectivamente.
História ele tem, e é por isso que W 196 R tem grandes chances de se tornar um dos carros mais caros do mundo. Atualmente, quem detém o título é ‘irmão’ Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupe de 1955, que custou algo próximo dos 135 milhões de euros, algo próximo dos R$ 862 milhões de reais. Um preço absurdo; por isso, é provável que ele pegue a segunda colocação do Ferrari 250 GTO leiloada por 48,247 milhões de euros (R$ 308 milhões) e que foi a única unidade a correr oficialmente pela Scuderia Ferrari.
Voltando a falar do W 196 R, você deve ter percebido algo peculiar sobre a sua história e seu visual. Apesar de ter corrido na Fórmula 1, ele é um modelo com rodas cobertas, algo impensável para a categoria. De 14 unidades do W 196 R, apenas 4 tinham a carroceria desse jeito (Stromlinienwagen) e otimizada para circuitos de alta velocidade. As demais tinham as rodas descobertas, como manda o figurino. Mais um detalhe que confere raridade ao carro.
E a ideia por trás dessa carroceria, feita em liga de magnésio e desenhada para oferecer a melhor aerodinâmica possível, era justamente aumentar a velocidade máxima na pista e era usada em apenas alguns circuitos, como o de Monza. Já os modelos com rodas descobertas eram melhores em pistas mais sinuosas.
Para o motor, a Mercedes testou opções de oito e 12 cilindros. No final, acabou optando pela primeira, com 2,5 L de cilindrada. Mas na realidade, tratava-se de dois motores de quatro cilindros, que funcionavam no mesmo ritmo e tinham árvores próprias. Inicialmente, o conjunto entregava 257 cv, mas com o passar da temporada ele foi aprimorado, chegando aos 290 cv, capazes de levar o W 196 R aos 300 km/h.
Tudo isso, graças aos diversos sistemas implementados no oito cilindros. O motor tinha ignição dupla, lubrificação por cárter seco, um sistema de válvulas desmodrômicas, que substituía as antigas molas responsáveis por abrir e fechar as válvulas. Havia também um sistema de injeção direta de alta pressão desenvolvido pela Bosch.
O motor era alimentado por um tanque enorme de 178 litros. Porém, ele era subdividido em diversos compartimentos internos, uma solução encontrada para solucionar os problemas de oscilação de combustível.
Para a transmissão, a Mercedes optou por uma caixa manual de cinco marchas e disco único. Instalada no eixo traseiro, o câmbio tinha sincronizadores nas quatro relações mais elevadas. Fora isso, ainda havia um diferencial traseiro autoblocante para melhorar a tração.
Quanto tudo isso vai custar, só vamos descobrir em fevereiro de 2025, quando W 196 R Stromlinienwagen será colocado à venda no leilão presencial da RM Sotheby’s, que acontecerá na Alemanha. A estimativa da casa é que ele saia por cerca de 50 milhões de euros, aproximadamente R$ 321 milhões, bem longe do “irmão” recordista, mas com todas as condições de passar a Ferrari GTO.