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Escolhas alternativas

Selecionamos cinco modelos que foram esquecidos pelo mercado, mas merecem ser olhados por você

Por Hairton Ponciano Voz | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 13h56 - Publicado em 29 jul 2014, 21h39
geral

Automóvel é caro e por isso ninguém gosta de arriscar muito na hora da compra. Por causa disso, quem pretende adquirir um veículo tende a comprar o que todos estão comprando. Afinal, a maioria não pode estar errada, certo? Mas há bons modelos que, embora não figurem na lista de best-sellers, merecem um pouco de atenção e um bom test-drive. Antes de fechar negócio, portanto, dê uma olhadinha ao redor.Você pode achar um modelo que combine com sua necessidade. Para isso, selecionamos cinco carros que atendem a quem procura um veículo familiar, um off-road, um popular, um sedã médio e um esportivo de marca premium.

Suzuki Jimny 4All

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O termo “4 All” em inglês (versão mais barata do Jimny) é ambíguo. Pode ser menção à tração 4×4, mas também sugere que se trata de um carro “para todos”. Na prática, porém, quem procura um jipinho da moda dificilmente considera o carro da Suzuki. EcoSport, Duster e Tracker são as primeiras opções que vêm à mente dos interessados.

No entanto, se sua ideia é ter um off-road valente para encarar trilhas, pense no Jimny. Ele está longe de ser a opção ideal para a cidade, mas tem boa aptidão para o fora de estrada e sente-se à vontade em caminhos onde o trio anterior arregalaria os faróis.

É um jipinho à moda antiga. Esqueça luxos urbanos como computador de bordo, câmbio automático, comandos de som no volante. O que se vê é um carro simples. Mas o importante nele é o que não se vê. Ou melhor, o que se vê por baixo. Ele tem uma tração nas quatro rodas robusta, que inclui reduzida. Por R$ 58 990, é o 4×4 mais barato feito no país: custa bem menos que os R$ 69 700 de um EcoSport 4×4 ou R$ 77 400 de um autêntico off-road como o pequeno Mitsubishi PajeroTR4. Os botões da tração (4×2, 4×4 e reduzida) ficam no painel e são de fácil acesso. Entre as qualidades, há a boa altura do solo (20 cm), o que evita raspar em obstáculos, e o baixo peso (1 090 kg). Assim, não afunda facilmente na lama.

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Por dentro, ele é bem espartano e apertado. Se o motorista abrir um pouco os braços, bate um cotovelo na porta e o outro no passageiro. Atrás, há lugar para duas pessoas, mas o espaço é restrito, e o acesso, difícil. Na prática, acomoda melhor as crianças. O porta-malas também é reduzido: 113 litros.

O motor 1.3 16V é limitado: tem apenas 85 cv de potência e 11,2 mkgf de torque. Por isso, um dos segredos para não perder força é reduzir a marcha assim que a rotação começar a cair – o que explica o câmbio de relações bem curtas, artifício que lhe garante boa agilidade nas saídas no trânsito urbano.

Pontos positivos: Mecânica simples e robusta para o off-road. Baixo preço para um 4×4

Pontos negativos: Espaço traseiro apertado. Falta de potência na estrada

Mitsubishi Lancer 2.0

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O Lancer é vítima da dupla Civic-Corolla. Ele começou a ser importado do Japão há dois anos. A ideia era ir comendo pelas beiradas, enquanto aguardava o lançamento da versão nacional – que chega até o fim do ano, mas não deve alterar seu preço, visual ou mecânica. Até agora, porém, o Lancer tem comido poeira. No ano passado, vendeu 5 740 unidades, volume que o Civic costuma alcançar num mês. Mas poeira é justamente o trunfo do Lancer: o sedã japonês praticamente foi desenvolvido nas pistas de rali, e boa parte desse know-how está no carro de rua, a começar pelo design.

Quando os designers querem criar um visual nervoso, costumam dar uma fechada na parte de cima dos faróis, como se a “testa” estivesse franzida. No Lancer, não só os faróis transmitem essa agressividade, como até as lanternas olham para trás com cara de quem está bravo. Quem vê o sedã no trânsito dificilmente fica indiferente. E por ser raro nas ruas ele tem um ar de exclusividade, de importado premium. Assim, muitos se espantam ao saber que custa abaixo de R$ 68 000, menos que um Cruze 1.8, de R$ 72 000. Por esse preço ele já traz rodas aro 18, ar automático e sensores de chuva e faróis.

Outro trunfo do modelo é seu motor 2.0 de 160 cv, potência superior à dos principais rivais. Equipados com motor 2.0, Civic (155 cv) e Corolla (154 cv) ficam um pouco atrás nesse quesito. O Mitsubishi, porém, ainda não é flex. A transmissão automática CVT (versão cujo preço sobe para R$ 73990) tira um pouco do vigor do motor, mas a versão que é mais interessante é a básica, com câmbio mecânico.

O acabamento interno usa materiais simples. Você não encontrará a sofisticação que há em alguns rivais. O plástico é rígido e simples, como nas versões de competição. Mas a dirigibilidade é boa, e a estabilidade é um dos pontos altos, graças à suspensão multilink na traseira. Outra herança das pistas.

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Pontos positivos: Design agressivo. Motor potente. Preço competitivo.

Pontos negativos: Acabamento interno simples

Volvo S60 T5

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Quem “chegou lá” e decide se presentear com um carrão importado em geral pensa num BMW, Mercedes ou Audi. Mas há opções atraentes além desse trio. É o caso do Volvo S60. O sedã com jeitão de cupê foi desenvolvido exatamente tendo um alemão como referência. Os suecos queriam que o S60 fosse não só um carro seguro (maior valor dos Volvo), mas também gostoso de guiar. A ideia era proporcionar a dirigibilidade de um BMW. Em outras palavras, além de manter o público cativo, que compra Volvo pela razão, o objetivo era conquistar o comprador que busca emoção.

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O S60 cumpre muito bem esses dois papéis. Como era de esperar, ele traz um bom pacote de segurança, incluindo seis airbags e sistemas que “enxergam” carros e pessoas e freiam sozinho o veículo se necessário. Porém, há muito mais. O S60 tem belas linhas, agressivas e modernas, que atraem muitos olhares na rua – às vezes mais do que um BMW ou Mercedes. E ainda oferece ótima dirigibilidade. A versão que equilibra melhor essas qualidades é a T5 R-Design. Ela ainda oferece a vantagem de ter o novo motor 2.0 turbo, que chega às lojas agora em junho. Ele gera 245 cv de potência e 35,7 mkgf de torque. Com o novo câmbio automático Geartronic de oito marchas, o S60 T5 precisa de 6,3 segundos para chegar a 100 km/h, de acordo com a marca.

Nas curvas, a direção comunicativa, direta e precisa faz você se sentir ao volante de um BMW. O quadro de instrumentos é virtual (as informações são projetadas nos mostradores digitais) e, por isso, ela é totalmente configurável. Pode-se escolher o que se quer ver e até alterar a cor para um vermelho vivo. A única coisa em que o S60 é bem diferente de um alemão é o preço. E ainda bem! O T5 custa R$ 157 950, enquanto um BMW 328i Sport (245 cv) sai por R$ 189 950. E ainda assim não é tão bonito quanto o Volvo.

Pontos positivos: Visual arrebatador. Segurança com a tradição Volvo. Preço competitivo

Pontos negativos: A marca ainda não tem no mercado o mesmo status de Audi, BMW ou Mercedes-Benz

Palio Weekend Trekking

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No passado, as peruas pequenas já foram sonho de consumo. Mas o segmento está sendo vítima de algo que pode ser definido como a evolução da espécie automotiva. No início, elas foram atacadas pelas minivans (Scénic, Zafira, Picasso, Meriva, Fit, Idea…). Em seguida, uma outra espécie ainda mais violenta apareceu para quase aniquilar as indefesas peruas: os SUVs. Com isso, poucas conseguiram se adaptar e sobreviver nesse ambiente hostil, caso da Palio Weekend e da SpaceFox. Claro que, para isso, ambas tiveram de evoluir. A primeira veio com as versões Trekking e Adventure. A segunda, com a SpaceCross. O objetivo foi buscar semelhança visual com os SUVs.

A Palio Weekend é uma opção que deve ser levada em conta por quem precisa de um carro espaçoso e dispõe de um orçamento apertado. No modelo da Fiat, o primeiro passo é evitar a versão de entrada, Attractive, com motor 1.4 de 85/86 (G/E) cv. Carro familiar nasceu para levar a família. Família leva bagagem. Tudo isso junto pesa, portanto você precisa de motor maior. A Weekend pode vir com motorização 1.6 16V (na Trekking) e 1.8 16V (Adventure). A partir da 1.6, a perua já começa a agradar em termos de agilidade, mesmo em subidas. São 115/117 cv de potência e 16,2/16,8 mkgf de torque, que dão conta do recado. O motor E.torQ não é a última palavra em tecnologia (o bloco é de ferro e o comando de válvulas é único), mas a perua não desaponta. Os adereços plásticos das versões aventureiras disfarçam a idade do antigo projeto e o porta-malas é muito bom: a Weekend acomoda 460 litros e tem capacidade para 500 kg.

Andando, a maciez excessiva da suspensão faz a carroceria balançar além do desejável em frenagens e curvas, característica que a Weekend carrega desde o nascimento. E que provavelmente vai morrer com ela. Quando? Aí depende dos predadores.

Pontos positivos: Espaço do porta-malas Preço acessível. Baixo custo de manutenção.

Pontos negativos: Projeto antigo

Renault Clio

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Interessados em populares costumam oscilar entre Gol, Uno e Palio. A prova disso é que só os três quebraram a barreira dos 100 000 carros no ano passado. No entanto, o segmento mais disputado do país tem alternativas que merecem sua atenção, como o Clio, que vendeu 29 911 unidades, pouco além de 10% do líder Gol (255 057). Mas o modelo mais em conta da Renault está entre os mais baratos do país. Custa R$ 26 290 com duas portas ou R$ 27 390 com quatro, versão Authentique. A mais cara, Expression, sai por R$ 28 490. Um dos destaques é o eficiente motor 1.0 16V, com 77/80 cv (G/E). Aliado ao baixo peso (871 a 913 kg, conforme a versão), ele apresenta bom desempenho. Outro trunfo é a garantia de três anos, desde 2010 – só agora, quatro anos depois, o VW Up! iguala o prazo.

O Clio é um projeto antigo (foi lançado no fim dos anos 90), mas, até por isso, ainda preserva um padrão de acabamento melhor que o de muitos concorrentes mais atuais. Além do bom desempenho, ele é silencioso e econômico. A única novidade que o modelo ganhou no ano passado foi o Eco Drive no painel, um sinal luminoso que indica o momento ideal de troca de marcha, visando à economia.

Aliás, o quadro de instrumentos é completo e bonito, graças aos mostradores com molduras cromadas, que dão uma elegância ao popular da Renault. No modelo testado, o revestimento dos bancos também veio com padronagem mais jovem, capaz de pelo menos disfarçar um pouco a idade do projeto. Por fora, a leve reestilização, que chegou ao modelo no fim de 2012 (linha 2013), envolveu mudanças na dianteira e traseira (grade, logotipo, lanternas e tampa traseira). A plástica resultou numa pequena atualização visual. A versão mais básica não conta com direção hidráulica nem como opcional. Na top, direção, ar-condicionado, vidros e travas elétricos estão disponíveis por R$ 4 530.

Pontos positivos: Preço baixo. Três anos de garantia. Bom desempenho

Pontos negativos: Projeto antigo. Baixo valor de revenda

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