Em crise, Volkswagen vai cortar empregos e fechar fábricas na Alemanha
Buscando reduzir seus custos de produção e perdendo vendas na China, fabricante pode demitir mais de 300.000 funcionários
A Volkswagen está em crise. Após o chefe financeiro da empresa, Arno Antlitz, ter declarado que a fabricante tem um ou dois anos para se salvar, a responsável pelo conselho dos funcionários, Daniela Cavallo, revela que a VW planeja fechar ao menos três fábricas na Alemanha e demitir dezenas de milhares de empregados para reduzir seus custos e evitar prejuízos.
Cavallo afirma que a diretoria da Volkswagen está sendo bem séria sobre isso e que não é mais apenas um blefe para negociar mudanças nos salários e benefícios dos empregados, algo que era especulado anteriormente. Oficialmente, a fabricante diz que fará propostas concretas na próxima quarta-feira (30).
Ainda não há detalhes sobre quais das fábricas serão fechadas e espera-se que ao menos 300.000 funcionários do Grupo Volkswagen percam seus empregos. O IG Metall, sindicato dos metalúrgicos da Alemanha, afirma que as fábricas que sobreviveram serão reduzidas.
Uma das fábricas em perigo é a da Osnabrück. Apesar da Baixa Saxônia ser a segunda maior acionista da Volkswagen, o complexo tem recebido más notícias.
O pequeno complexo tem a Porsche como seu maior cliente, montando a linha 718, com Cayman e Boxster. Porém, a dupla sairá de linha em outubro de 2025. Os sucessores elétricos deveriam ser produzidos na mesma fábrica, no entanto, a Porsche decidiu montá-los em Stuttgart.
Outro complexo em risco é o de Dresden, que monta somente o Volkswagen ID.3. Como o hatchback elétrico não está vendendo no volume esperado, a empresa pode manter a fabricação somente em Zwickau-Mosel, que também produz diversos outros modelos como ID4, ID.5, Cupra Born e Audi Q4.
A Volkswagen tem buscado formas de cortar seus custos de produção e chegar a um retorno sobre vendas de 6,5% em 2026, hoje em aproximadamente 4%. Os cortes seriam uma forma de resolver as pressões sofridas pela empresa com os custos energéticos e dos funcionários, a queda no lucro na China, a competição com os chineses na Europa e a transição mais lenta para os carros elétricos.
As fábricas alemãs são o alvo principal neste momento. O chefe da marca Volkswagen, Thomas Schäfer, disse que as linhas de montagem no país estão entre 25% e 50% acima da meta dos custos de produção e que não são produtivas o suficiente.
A China também está na mira da empresa. Após perder a liderança das vendas no país em 2023 e com a nova tendência do país de escolher por marcas locais ao invés das estrangeiras, a VW considera fechar duas fábricas operadas em parceria com a SAIC.
Na América Latina, a situação é melhor. A Volkswagen anunciou um investimento de R$ 16 bilhões no Brasil, para suas quatro fábricas, em São Bernardo do Campo (SP), São Carlos (SP), São José dos Pinhais (PR) e Taubaté (SP).
Por outro lado, o complexo em General Pacheco (Argentina) está em uma situação mais delicada. Apesar da reestilização da Amarok, documentos vazados revelam que o Taos pode ter sua produção encerrada no país vizinho, passando a vir importado do México.