De olho no Brasil, Nissan prepara SUV baseado no Kicks para 2016
Conceito exibido no Salão de SP teve boa aceitação
A Nissan deve lançar um novo SUV compacto no mercado brasileiro nos próximos anos. É o que afirma José Luis Valls, vice-presidente sênior da Nissan América Latina. “Estaríamos muito bem representados neste segmento com o lançamento do Kicks”, afirmou, em entrevista concedida a QUATRO RODAS no Salão de Detroit.
O modelo foi a principal estrela da marca no último Salão do Automóvel de São Paulo, sendo apresentado com pompa por Shiro Nakamura, vice-presidente mundial de design da Nissan. Segundo a marca, a reação positiva diante do protótipo foi fundamental para definir a necessidade de ter um representante no segmento de SUVs no Brasil.
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Mas Valls não está de olho apenas nos utilitários esportivos. O anúncio da produção de um novo motor 1.0 de três cilindros inicialmente planejado para equipar o Versa nacional abre caminho para que o March ganhe o novo propulsor. Com estas novidades, a expectativa da Nissan é quase dobrar sua participação de mercado, passando dos atuais 2,7% para aproximadamente 5% até 2016.
Veja abaixo a entrevista concedida por Valls durante o evento norte-americano, na qual ele também fala sobre a chegada da Infiniti ao Brasil:
Qual é a importância do mercado brasileiro para a Nissan?
O Brasil é muito importante para nós. É um mercado estratégico com grande potencial de crescimento para a Nissan nos próximos anos, especialmente por ter uma frota muito grande e ser muito populoso. Acreditamos que podemos crescer bastante em 2015. Para se ter uma ideia, na América Latina, o Brasil responde por 60% dos aproximadamente 6 milhões de veículos vendidos pela Nissan. É por isso que desejamos crescer e conquistar uma participação mais significativa do mercado brasileiro. E só conseguiremos fazer isso abrindo novas fábricas e aumentando a produção cada vez mais.
Qual seria a importância de uma possível expansão da fábrica de Resende?
A fábrica de Resende pode ampliar sua capacidade produtiva em mais 200 mil unidades exigindo baixo investimento, chegando ao limite de sua capacidade produtiva. A partir daí podemos pensar no próximo passo, que seria iniciar as exportações, apesar das condições cambiais atuais serem desfavoráveis. Não seria algo para ser feito neste momento, mas estamos atentos a tudo no mercado.
A Nissan pensa em entrar em segmentos nos quais ela ainda não está presente na América Latina?
Sim. O segmento de SUVs compactos seria muito importante para nós, e creio que estaríamos bem representados com o lançamento do Kicks (protótipo apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo). A resposta do público e da imprensa especializada foi muito positiva, o que nos faz crer que ele poderia fazer sucesso no Brasil. É por isso que por enquanto estamos trabalhando para lançá-lo até o fim de 2016.
Qual é a projeção da Nissan para crescer no mercado brasileiro nos próximos anos?
Podemos chegar a aproximadamente 5% do mercado até o fim de 2016, considerando os atuais 2,7%. É claro que a fabricação do Versa no país nos ajudará a atingir esta meta, mas chegar neste patamar só será possível com o lançamento do Kicks.
Vocês pretendem adotar o novo motor 1.0 de três cilindros em outros modelos além do Versa?
Inicialmente apenas o Versa terá este motor, mas é claro que estudamos a possibilidade de aplicá-lo em outros modelos, como o novo March. Seria um caminho natural para nós, afinal o March é um de nossos maiores sucessos de venda. Nós também pensamos em outras melhorias além do novo motor, e a adoção de uma transmissão automática seria algo interessante para nós.
Depois de ter adiado os planos por conta da crise e da valorização do dólar, quando a Infiniti pretende começar suas atividades no Brasil?
A Infiniti é uma marca conhecida por duas características: esportividade e design. Além de seu envolvimento com a fórmula 1, ela oferece carros muito atraentes que podem agradar em cheio ao público brasileiro. Por enquanto estamos monitorando atentamente a estratégia das nossas concorrentes, que estão apostando em segmentos mais acessíveis dos veículos Premium. Ainda precisamos analisar o mercado brasileiro para escolher em quais segmentos poderemos lançar a marca Infiniti no Brasil, estabelecer uma rede de concessionárias independente da Nissan e também definir qual será o momento mais adequado para realizar sua estreia no país.