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Coronavírus faz Brasil vender a metade de carros que vendia… Nos anos 90

Pandemia do novo coronavírus, concessionárias fechadas e fábricas paradas resultaram no colapso do mercado de automóveis

Por Gabriel Aguiar
5 jun 2020, 07h00
Vendas estão piores hoje que há 20 anos
Vendas estão piores hoje que há 20 anos (Almeida Rocha/Folha Imagem/Quatro Rodas)

O mercado automotivo brasileiro colapsou desde que começou a pandemia da covid-19: de acordo com dados da Fenabrave (associação nacional dos concessionários), os emplacamentos de veículos leves caíram absurdos 67% em relação a março – mês que já sofria os efeitos do novo coronavírus.

Na prática, foram vendidas 51.362 unidades, contra os 221.292 emplacamentos no mesmo período do ano passado.

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“Passamos de 1.244.086 unidades, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2019, para 930.918 veículos no mesmo período deste ano”, compara Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.

“Isso é resultado da parada súbita da economia e da inoperância da maior parte das concessionárias por conta da quarentena, com determinação do fechamento do comércio na maior parte do país”, acrescenta.

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Tais números são ainda mais alarmantes ao considerar que, no período entre 1997 e 2001, a média de vendas para o quarto mês do ano era de 108.734 automóveis, mais que o dobro dos 51.362 registrados em 2020.

Ou seja, mesmo ao excluir os comerciais leves dessa contagem, o cenário atual representa menos da metade do mercado que tínhamos no país durante o fim da década de 1990 e início dos anos 2000.

Nem mesmo 2003, considerado um dos momentos mais críticos da indústria automotiva nacional e que teve o pior resultado de vendas nos últimos 18 anos, se igualou à situação atual: em abril daquele ano, foram vendidos 101.972 veículos leves.

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Em relação ao retrocesso, segmentos de caminhões e motos, por exemplo, voltaram aos patamares de meados da década de 1990.

Em entrevista à QUATRO RODAS, o presidente da VW na América Latina, Pablo Di Si, disse que a covid-19 deverá custar à indústria automotiva o investimento de quatro anos.

“E há efeitos da pandemia, como adiamentos das cobranças aos concessionários, que continuarão até o segundo semestre”, explica Tânia Silvestri, diretora da marca Jeep e de suas operações no Brasil.

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Capa 734
(Arte/Quatro Rodas)
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