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Conhecida pelo luxo, Bugatti já tentou fazer carros baratos – e fracassou

Racional e cheio de tecnologias, o modelo seria resposta ao pós-guerra na Europa, mas não resistiu à morte de Ettore Bugatti

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 29 Maio 2020, 18h04 - Publicado em 29 Maio 2020, 17h53
Protótipo foi criado para concorrer com Fiat 500 “Topolino” e VW Fusca (Kinja/Reprodução)

É bem provável que, ao falar de Bugatti, você lembre de carros superesportivose BEM caros. Mas sabia que, para sobreviver à Segunda Guerra Mundial, a empresa quase produziu um rival para o nosso conhecido (e modesto) Volkswagen Fusca?

Com a fábrica de Molsheim, na França, completamente destruída pelos conflitos na Europa, o próprio Ettore Bugatti supervisionou o desenvolvimento de um pequeno conversível projetado pelo filho Roland, à época com 25 anos, na capital Paris.

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Batizado Type 68, o modelo seguia a receita do Fiat 500 “Topolino” – considerado um ícone da indústria automotiva italiana –, com espaço para duas pessoas e motor pequeno. Mas somente um protótipo foi construído pela empresa entre 1945 e 1946.

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Compacto, o Bugatti Type 68 tinha apenas 3,82 m de comprimento (Kinja/Reprodução)

É claro que essa aposta pela racionalidade, bem diferente da tradição com veículos luxuosos e carros de corrida, não foi por acaso: além do mercado europeu devastado pelo pós-guerra, a Bugatti estava endividada e precisava se tornar rentável.

Apenas uma unidade, ainda como protótipo, foi fabricada pela marca (Kinja/Reprodução)

O Type 68 recebeu motor de quatro cilindros igualmente revolucionário (e pequeno). Com só 318 cm³, o protótipo trazia recursos pouco comuns, como cabeçote 16V com duplo comando de válvulas, compressor mecânico e bloco de alumínio.

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Havia espaço para apenas duas pessoas, como no Fiat 500 “Topolino” (Atraccion 360/Reprodução)

Com apenas um terço do tamanho do motor utilizado pelo Chevrolet Joy, o Bugatti tinha 48 cv de potência – significa que, se tivesse 1.000 cm³, renderia 151 cv. Isso para mover só 762 kg, quase o mesmo peso do Renault Kwid na versão pelada.

Motor era pequeno, mas trazia soluções refinadas para a época (Kinja/Reprodução)

Para completar o conjunto mecânico, Ettore Bugatti planejava um sistema de transmissão de duas marchas com conversor de torque e uma opção com embreagem eletromagnética. Para não revelar detalhes nos testes, o sistema foi instalado em uma moto.

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Segunda unidade do projeto foi finalizada com ajuda de restauradores (Classic and sports car/Reprodução)

Ao longo da década de 1940, o fabricante ainda criou outros três motores – um semelhante ao primeiro, mas com 370 cm³ e apenas 8V, enquanto os demais eram dois-tempos, também sobrealimentados –, além de diversas opções de carroceria.

Batizado Type 68 B, o modelo tinha inspiração no Type 57 SC Atlantic (Classic and sports car/Reprodução)

Com a morte do patriarca em 1947, o desenvolvimento do modelo de entrada perdeu força e acabou engavetado pelo filho Roland Bugatti, que assumiu o controle da marca, e pelo diretor Pierre Marco. No lugar, lançaram o Type 101, criado sobre a base do Type 57.

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Modelo seguiu o projeto original e utilizou peças que não foram montadas (Classic and sports car/Reprodução)

O protótipo original apresentou defeito no sistema de câmbio e acabou encostado no galpão da Bugatti, assim como todos os esboços do Type 68. Com o primeiro fim da empresa, na década de 1950, o modelo acabou no acervo do museu Cité de L’Automobile.

Bugatti 57 SC Atlantic serviu de inspiração para versão fechada (Divulgação/Bugatti)

Ainda há uma unidade remanescente, que não foi finalizada a tempo pela Bugatti, mas acabou montada décadas depois por restauradores, conforme os projetos originais. E diferentemente da primeira versão, o Type 68 B tem carroceria fechada.

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Essa segunda opção foi inspirada no clássico 57 SC Atlantic, considerado um dos veículos mais bonitos já feitos pela marca. É claro que há diferenças de tamanho e proporções, mas detalhes como os rebites aparentes na carroceria foram mantidos.

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(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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