Com W12 de 659 cv, Continental GT Speed é Bentley mais rápido da história
A 3ª geração do Speed tem versão ainda mais vitaminada do sensacional motor W12, agora com 659 CV
O Bentley Continental foi, em 2003, o primeiro modelo de uma nova era da marca britânica criada no início do século XX por Walter Owen Bentley. Mal das pernas, havia sido vendida ao todo-poderoso Grupo VW em 1998.
Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 7,90
Quis o destino que a marca fosse parar em mãos alemãs, as mesmas que o Sr. Bentley ajudou a derrotar com os seus motores de avião desenhados para a força aérea britânica na I Guerra Mundial.
O Continental GT foi desenvolvido em apenas quatro anos, pois aproveitava o VW Phaeton como base. Mas fez jus ao DNA da Bentley: grande, muito potente e fiável, atributos que no passado garantiram cinco vitórias da Bentley em Le Mans, entre 1924 e 1930. O domínio na clássica corrida (que a Bentley voltou a ganhar já no século XXI) era tal que o desconforto transparecia em frases como as de Ettore Bugatti, que assim definia o 4.5 litros, vencedor de Le Mans em 1930: “é o caminhão mais rápido do mundo”.
E é nesse contexto que o novo Continental GT Speed (cuja primeira geração data de 2007) se encaixa. Visualmente as novidades no Speed são relativamente discretas, mas os olhares mais atentos conseguem detectar o acabamento mais escuro na grade e na parte inferior do para-choque, as rodas de liga leve de 22” de desenho exclusivo, o logotipo Speed na parte lateral dianteira e soleiras das portas mais esculpidas e com a inscrição Bentley iluminada na cor vermelha.
O interior luxuoso é para quatro adultos (os passageiros traseiros devem ter menos de 1,75m de altura se não querem estragar o penteado) e recebe acabamento em Alcantara preto e couro impera, além de painéis em fibra de carbono. As costuras vermelhas espalhadas pelos bancos, portas, painel de bordo e volante fazem o contraste, mas o cliente poderá escolher outras 15 cores para elas, além de 11 cores de couro e oito tipos de madeira para os detalhes.
Caminhão, não é? Pois o enorme motor W12 6.0 recebeu tratamento especial por parte da engenharia da Bentley. Ganhou 24 cv, passando de 635 para 659 cv e de 83,6 kgfm para 91,8 kgfm, suficientes para levar este Gran Tourer aos 335 km/h de máxima e alcançar os 100 km/h em 3,5 segundos. Isso é particularmente impressionante por pesar mais de 2.300 kg.
Este será o último Continental com motor de 12 cilindros da história. A Bentley já anunciou que a partir de 2030 todos os seus automóveis serão elétricos. Pelo menos o este W12 6.0 partirá com o título de motor de 12 cilindros mais produzido no mundo, com mais de 100 000 unidades montadas até hoje.
Agora está se reinventando mais uma vez, prevendo a eletrificação de todos os seus carros até 2026, bem como a chegada do primeiro carro totalmente elétrico que será baseado na plataforma Artemis, cujo desenvolvimento vem sendo liderado pela Audi – que passou a “tutelar” a Bentley desde 1° de março. Até então, a marca britânica era responsabilidade de Porsche.
O motor é combinado ao câmbio automatizado de dupla embreagem com oito marchas, que a Bentley diz ser duas vezes mais rápida nas trocas quando em modo Sport na comparação com o Continental GT W12 convencional. E se a preocupação com consumo for grande, saiba que o motor desliga metade dos cilindros quando é pouco exigido.
Mudanças no chassi foram ainda mais substanciais. Há rodas traseiras direcionais, que atuam em todos os modos de condução mas tem seus efeitos mais notados no modo Sport, quando atua em conjunto com os amortecedores ajustáveis, com a suspensão pneumática com três câmaras e o novo diferencial traseiro a controlar as rodas em curva aumentando o torque em uma roda, e não reduzindo.
Há também estabilização dinâmica eletrônica, que funciona com 48V com motores elétricos que atuam dentro de cada barra estabilizadora para torná-las mais firmes em até 0,3 segundos, o que permite neutralizar as forças geradas em curva e manter a carroceria estável.
O sistema de tração às quatro rodas foi recalibrado para que, em todos os modos de condução, fosse gerada uma diferenciação ainda maior frente ao que se vê nos outros Continental GT. Nos modos Bentley e Comfort, a propost é entregar a maior aderência nas quatro rodas, enquanto em Sport a tração traseira é privilegiada.
As vendas do novo Bentley Continental GT Speed terão início no segundo semestre. Na Europa, custará aproximadamente R$ 1,7 milhão ao câmbio atual.
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.