A Renault apresentou hoje, ainda de madrugada no Brasil, seu novo plano estratégico, chamado “Renaulution”. A intenção da empresa é transformar a atuação de Renault, Lada, Dacia e Alpine do atual foco em volume de vendas para o foco em rentabilidade – o sonho de qualquer fabricante de automóveis hoje.
E essa busca por rentabilidade também vale para as operações no Brasil.
As metas são aumentar a margem de lucro a 3% até 2023 e alcançar os 5% até 2025. Para isso, algumas mudanças sensíveis serão feitas, como redução do número de plataformas utilizadas pela marca de seis para três e ter maior foco em automóveis elétricos.
A mudança será capitaneada pelo italiano Luca De Meo, que assumiu a Renault no meio de 2020 após deixar o cargo de presidente da Seat. A marca espanhola passou por uma boa transformação de sua linha nos últimos anos e viu a linha esportiva Cupra se transformar em submarca.
Na Renault, porém, De Meo aposta no fortalecimento e posicionamento claro de cada uma das marcas do grupo. A Renault será o coração dos planos de eletrificação e de expansão da marca para o segmento de carros médios. Mas sua grande aposta será o relançamento do Renault 5, icônico antecessor do Clio que terá seu visual reeditado à moda do que se viu com o Fiat 500 há mais de uma década.
A Dacia, por sua vez, estará centrada em abandonar a imagem de submarca de baixo custo para reforçar sua imagem e ter uma gama de modelos híbridos. A estratégia começa com o lançamento de uma nova identidade visual mais moderna, com logo que remete à DMC (a De Lorean Motor Company). E sua operação estará estreitamente interligada à russa Lada.
A Alpine foi colocada no centro do projeto esportivo da Renault. De Meo não tem pudor para dizer que quer torná-la uma mini-Ferrari e essa estratégia começa pela transformação da equipe Renault em Alpine a partir da temporada 2021 da Fórmula 1. Por fim, a Renault terá a marca Mobilize, focada em novas soluções de mobilidade e serviços. Serviços de aluguel com o Dacia Spring, versão elétrica do Renault Kwid, seria a base do negócio.
E no Brasil?
A apresentação de quase duas horas falou pouco sobre a estratégia da Renault para os mercados da América do Sul. Sem dar maiores detalhes, o CEO da Renault disse que as operações locais, com fábricas na Colômbia, na Argentina e no Brasil, estarão focadas em segmentos mais rentáveis.
Em teoria, é uma estratégia alinhada com os projetos em curso no Brasil. Nos próximos meses a Renault lançará a reestilização do Captur, que promete elevar a qualidade do SUV compacto que hoje praticamente só se destaca frente ao Duster pelo design. Ele terá, entre outras coisas, quadro de instrumentos digital, painel emborrachado e novo motor 1.3 turbo com injeção direta.
Para os próximos anos ainda está previsto o lançamento das novas gerações de Logan e Sandero, com direito a motor 1.0 turbo, além de um SUV compacto inédito baseado na mesma plataforma CMF-B e menor que o Duster. Esta, aliás, será a base para os principais lançamentos futuros da Renault no mundo, incluindo os elétricos.
25 novos modelos
A Renault ainda confirmou o lançamento de 25 novos modelos até 2025 para todas as marcas; Pelo menos a metade deles serão de carros médios e grandes e sete serão totalmente elétricos, incluindo o Renault 5.
A Dacia aproveitou a apresentação para apresentar o conceito Bigster, um SUV grande baseado na plataforma CMF-B. Seria o Duster de sete lugares há muito aventado. A fabricante adiantou que ele tem 4,60 m de comprimento e terá mecânica híbrida.
Na Alpine, a gama de elétricos foi antecipada por teasers com a assinatura de led dos faróis. Além do que aparenta ser uma versão elétrica do atual A110, há um esportivo maior e um pequeno SUV, todos elétricos.