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Clássicos: Willys Itamaraty, o carro de presidentes e magnatas

Idealizado para satisfazer os mais altos padrões sociais, o Itamaraty Executivo levou até a rainha da Inglaterra

Por Felipe Bitu
Atualizado em 27 nov 2018, 16h19 - Publicado em 27 nov 2018, 16h18
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  • O estilo harmonioso é obra do espanhol José Ramis (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Variante requintada do Aero Willys 2600, o Willys Itamaraty surgiu em 1966 para cativar um público disposto a pagar por um acabamento interno mais luxuoso e inúmeros itens de conforto.

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    Foi tão bem recebido no nosso mercado que serviu de base para a primeira limusine nacional: o Willys Itamaraty Executivo.

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    A estratégia foi promovida pelo presidente da Willys, o engenheiro William Max Pearce. Foi ele que apresentou o Aero Willys 2600 no Salão de Paris de 1962.

    Sua iniciativa deu projeção internacional ao departamento de estilo da marca, chefiado por Roberto Araújo e supervisionado pelo catalão José Maria Ramis Melquizo.

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    O rodar suave do Itamaraty Executivo é favorecido pelos 3,45 metros entre os eixos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Egresso do Liceu de Artes e Ofícios e da Escola de Belas Artes de São Paulo, Ramis foi o responsável pelo desenho do Itamaraty Executivo.

    Idealizada para o conforto de dignitários e personalidades da alta sociedade, a limusine manteria o prestígio da Willys frente aos novos sedãs que seriam apresentados por Ford, GM e Chrysler no final da década.

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    Fazendo jus ao nome, o Executivo não escondia o objetivo de atender a Presidência da República.

    A ambição fez a imprensa especular sobre o emprego de vidros balísticos e carroceria blindada, mas a expectativa do público só seria satisfeita no 5º Salão do Automóvel, ocasião em que o primeiro Executivo modelo 1967 foi entregue ao marechal Castello Branco.

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    Os bancos laterais são indicados para percursos curtos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Pela primeira (e única) vez um nacional figurava no seleto rol das limusines, segmento que reunia modelos como Cadillac Fleetwood 75, Mercedes 600 Pullman, Daimler Majestic, Rolls-Royce Phantom V e Chrysler Imperial.

    Artesanal, ele era produzido em conjunto com a Karmann-Ghia, responsável pelos 72 cm a mais entre os eixos.

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    E não se tratava de um simples alongamento da carroceria, pois, como em toda limusine, as portas traseiras eram afastadas das caixas de roda.

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    O espaço é incrivelmente grande (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Para evitar vibrações, o cardã tornou-se bipartido. O Executivo Standard era menos luxuoso, mas oferecia cinco lugares atrás: três no banco traseiro e dois em pequenos bancos retráteis.

    Trazia rádio, toca-fitas de cartucho, apoio móvel para os pés, detalhes de acabamento em jacarandá-da-baía, ar-condicionado e uma pequena placa destinada a ostentar o nome do dono.

    Ar-condicionado era equipamento exclusivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Assim como o ar-condicionado, toca-fitas também era equipamento exclusivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O Executivo Especial perdia um lugar no banco traseiro, tomado por um console central com gravador de voz Sony, barbeador Remington Roll-a-Matic, toca-fitas de cartucho, um compartimento para guardar as fitas, comando das luzes internas e acendedor de cigarros. Custava o equivalente a dois Willys Itamaraty.

    Motor é 3.0 de 6 cilindros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Comum a ambos era o vidro elétrico separando motorista de passageiros. O espaço traseiro era quase sempre de couro na cor havana, enquanto o habitáculo do motorista recebia couro preto.

    A tarefa do condutor era limitada pelo espaço exíguo e pela ausência de câmbio automático, mas a direção de relação alta (24:1) é leve.

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    A produção contabilizou 27 unidades (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A produção contabilizou 27 unidades, sendo que duas são protótipos: a encomenda oficial feita à Karmann-Ghia foi de 25 unidades. Como não havia um padrão, muitas delas têm personalidade própria.

    Alguns têm histórias curiosas, como o Especial número 4 do governo de São Paulo, que foi metralhado num atentado em 1968.

    Poucos particulares chegaram a desfrutá-lo, pois a maioria foi adquirida por empresas, governos estaduais, tribunais e ministérios.

    Não há direção hidráulica nem transmissão automática (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    O acabamento é primoroso (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ele serviu nada menos que sete presidentes da República e transportou autoridades como o príncipe Akihito e a princesa Michiko, do Japão; a ex-primeira-ministra indiana Indira Ghandi; e a rainha Elisabeth II, da Inglaterra.

    Sua notória carreira foi bem documentada por José Antonio Vignoli, dono deste exemplar em perfeito estado. Apaixonado pela Willys, ele é autor de um livro que não só registrou a história da marca como reconheceu a influência de cada profissional no desenvolvimento do Itamaraty Executivo, um dos carros mais exclusivos de nossa indústria.

    Ficha técnica – Willys Itamaraty Executivo

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