Civic Type R ou GR Corolla? Como são os hot hatches que chegam em breve
Civic Type R e GR Corolla levam a rivalidade no segmento dos sedãs para as pistas e vão disputar a preferência dos brasileiros em suas versões esportivas
Dos sedãs médios aos hatches esportivos. Se a rivalidade entre Honda Civic e Toyota Corolla deu uma esfriada no tradicional segmento de sedãs, por conta da diferença de preço (hoje, o Civic só é encontrado com híbrido e custando R$ 40.000 mais caro que o Corolla Hybrid), nos próximos meses a disputa entre os dois ficará bem acirrada entre os hatches esportivos com mais de 300 cv.
O Honda Civic Type R e o Toyota GR Corolla estarão nas concessionárias brasileiras até julho e prometem dividir a preferência dos fãs, que seguem carentes por hot hatches com câmbio manual. A última leva, em um andar abaixo, veio por volta de 2015, com Fiat 500 Abarth, Suzuki Swift Sport, Citroën DS3, Peugeot 208 GT e Renault Sandero RS. Também houve alguns poucos Mini Cooper S com câmbio manual à venda no Brasil.
O que vai sobrar é a dúvida: qual dos dois hatches japoneses é o melhor? Essa pergunta só poderá ser respondida depois de seus respectivos lançamentos. Mas é possível compará-los nos mínimos detalhes e esmiuçar todas as suas características.
Na estética, cada um tem seu estilo próprio. O Civic Type R é um tanto maior maior. Embora venha na carroceria hatch, ele tem 4,59 m de comprimento, sendo é apenas 4 cm menor que o Corolla sedã. O GR Corolla, por sua vez, tem 4,11 m de comprimento (ou 3 cm a menos que o Yaris hatch) e também é 4 cm mais estreito que o Civic (o Honda tem 1,89 m de largura). Mas o Toyota é mais alto, medindo 1,45 m de altura contra 1,40 m.
As dimensões maiores do Honda refletem no seu design que tem uma traseira um pouco mais alongada. Já o Corolla tem mais jeitão de hatch tradicional. No caso do Civic Type R, essas medidas cresceram em relação ao modelo da geração anterior, como uma forma de melhorar a estabilidade na pista. Na dianteira, os dois modelos têm em comum uma grade generosa, que usa do seu tamanho para melhorar o arrefecimento e a aerodinâmica.
No Civic, além de maior, a grade também está mais alta para abrigar o novo intercooler e direcionar o ar para os freios. A Toyota também se preocupou em aproveitar o ar para resfriar o sistema de freios, mas criou duas tomadas de ar nas extremidades exclusivamente para isso.
Por falar nos freios, o Corolla usa pinças de 4 pistões e discos ventilados, sendo de 16’’ na traseira e 18’’ na dianteira. No Civic o conjunto é da Brembo e também tem 4 pistões. A diferença é que apenas a dianteira tem discos ventilados de 13,8″. A traseira recebe discos sólidos de 12’’.
Nas rodas, o Civic Type R se destaca por um conjunto mais largo de 19″ com pneus 265/30. No Corolla, elas têm 18’’ e os pneus são de perfil 235/40.
Partindo ao que mais importa, os dois hatches esportivos usam motor bem distintos. A Honda optou por manter o 2.0 turbo com injeção direta da geração anterior do Type R, mas não sem fazer melhorias. O quatro cilindros está mais leve e teve ganho de potência e torque. Para o Type R de sexta geração ele gera 330 cv a 6.300 rpm entre 2.000 a 4.000 rpm.
O GR Corolla tem motor menor, mas que já provou seu potencial. O três cilindros 1.6 turbo foi criado pela Gazoo Racing, divisão esportiva da Toyota, e é o mesmo o GR Yaris. No Corolla, ele chega aos 304 cv a 6.500 rpm e 37,7 kgfm de 3.000 a 5.500 rpm. São 24 cv a menos, mas isso apenas nas especificações mais potentes. Devido às leis de emissão brasileiras, é bem provável que essas potências diminuam. No caso do Civic, é possível citar a versão que está à venda nos EUA, que tem 319 cv.
Em questão de câmbio, os dois estão bem parecidos. Como bons esportivos, ambos têm câmbio manual de seis marchas com relações curtas e curso da alavanca reduzido. Os dois também têm a função Rev Match, um punta-tacco eletrônico que eleva automaticamente a rotação do motor em reduções de marcha.
O que muda é a tração. Mais conservadora, a Honda quis manter a tração exclusivamente dianteira no Type R, enquanto a Toyota optou por uma tração integral variável no GR Corolla, com opções de distribuição de torque 50/50, podendo chegar ao máximo de 60% na frente e 70% na atrás.
Para compensar, o Civic tem diferencial de deslizamento limitado, que melhora seu desempenho nas curvas. O Corolla usa um diferencial de deslizamento Torsen nos dois eixos, uma tecnologia compartilhada com outros carros.
Partindo para a suspensão, os dois trazem um conjunto independente nas quatro rodas com McPherson na dianteira. A diferença está na suspensão traseira, onde o GR usa Double Wishbone e o Civic multilink, ambos com amortecedores adaptativos.
Por último — e talvez um pouco menos importante — o interior. Bancos esportivos do tipo concha com revestimento fino nos dois lados. Ambos também têm quadro de instrumentos digital e central multimídia, que foca em fornecer ao piloto todas as informações necessárias. Logo, não espere recursos muito requintados. Em relação ao espaço, a vantagem é do Civic, graças às suas dimensões mais generosas.
Com as principais especificações mecânicas apresentadas, fica faltando só um detalhe para escolher entre os dois hot hatches japoneses: o preço. Nos EUA, o Corolla tem preço inicial de US$ 35.900 (R$ 181.400, aproximadamente), enquanto o Civic parte dos US$ 43.990 (R$ 222.300). Ambos têm potencial para serem os carros mais caros e exclusivos das respectivas fabricantes no Brasil.
O lado bom é que falta pouco tempo para sabermos qual dos dois terá o melhor custo-benefício e performance.