O fim de 2020 foi marcado por uma recuperação do mercado automotivo, com direito aos melhores resultados do ano terem sido registrados nos últimos dois meses do ano. O número de veículos produzidos em novembro até superou em 4,7% o de 2019, com 238.200 unidades.
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No entanto, os resultados animadores não são suficientes para suprir a demanda do mercado. Com uma produção que chegou a cair 99,3% em abril, as fábricas ainda encontram dificuldades para compensar os meses de crise por conta das normas sanitárias e da escassez de insumos, como o aço, e peças, necessários para a fabricação dos modelos.
Essas deficiências geram preocupação e colocam em xeque a produção de alguns componentes, o que diminuiria drasticamente a oferta de veículos. Mesmo com a produção superando os números de 2019, a falta de estoque ainda é fator agravante desse problema. No fim de 2020, carros no pátio garantiriam as vendas por não muito mais que duas semanas.
Com a demanda acumulada dos meses de crise, o curso intuitivo das vendas é a fuga de consumidores para o mercado de veículos seminovos e usados.
Segundo dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), o mercado de carros usados fechou o mês de dezembro com um aumento de 13,1% em relação ao mês de novembro e 23,6% se compararmos os números com dezembro de 2019.
Segundo dados da KBB, os seminovos tiveram uma média de valorização no mercado de 0,98%. O crescimento é maior até que os zero-km, que subiram 0,41%, na média, até novembro. Os usados em geral também mantiveram uma curva ascendente de preços.
A alta valorização e a média anormal de transações são o retrato de um dos setores mais afetados pela crise e que, mesmo que em processo de recuperação acelerado, ainda não consegue suprir a necessidade do consumidor brasileiro por conta das chagas ainda aparentes causadas pela pandemia.
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