Caoa dispensa Hyundai e venderá carros de mais uma marca chinesa no Brasil
Empresa importará os veículos da Changan ao Brasil, inclusive a marca de luxo Avatr, com planos de produzir no país

A Caoa está em um período de transição. A parceria com a Chery esfriou após inúmeras discussões sobre a Omoda & Jaecoo (divisão global da Chery que chegou ao país recentemente) e o acordo para a montagem de carros da Hyundai foi cancelado. Isto abriu espaço para que o grupo brasileiro buscasse mais uma fabricante para o país, a Changan.
Embora a Caoa não confirme oficialmente, o acordo com a Changan tem circulado nos bastidores há alguns dias. O portal UOL afirma que a intenção é lançar a marca Avatr, divisão de carros premium da Changan, o que explica a existência de protótipos rodando pelo país há alguns meses.

Interlocutores contaram à QUATRO RODAS as intenções da Caoa e que as negociações estão bem avançadas, com previsão de iniciar as vendas em 2026. Os planos vão além da submarca Avatr, com carros da marca principal da Changan já em testes no Brasil. A princípio, virão importados da China, com uma possível operação de montagem local em Anápolis (GO), no futuro.
Essa parceria facilitará a chegada da marca ao país, deixando a operação nas mãos da Caoa. É uma alternativa que tem sido escolhida por outras fabricantes chinesas, como a Geely, que fez um acordo com a Renault para que a empresa francesa seja responsável pelas vendas no Brasil.
Os carros da Changan já foram vendidos no Brasil. Chegaram, inclusive, a usar esta marca após anos vendendo seus caminhõezinhos com a marca Chana.
O namoro entre Caoa e Changan não vem de agora. Em 2019, rumores já falavam sobre uma parceria entre as duas empresas e, naquela época, a meta era produzir no Brasil, mas não em Anápolis (GO), onde fica a fábrica do Grupo Caoa. A ideia era conseguir a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), que havia sido fechada.

A negociação chegou a ser anunciada oficialmente em uma coletiva com o fundador da Caoa; o então governador do estado João Doria; e Lyle Watters, ex-presidente da Ford na América do Sul. Porém, como sabemos, a aquisição não foi para frente. A razão divulgada na época é que o investidor chinês não revelado queria um espaço maior para produzir.
Hoje, o cenário é outro. O Brasil tem cada vez mais marcas chinesas e a Changan corre o risco de não ter espaço, ainda mais com algumas rivais de peso investindo muito no país.

A Caoa tem testado uma linha um tanto ampla de modelos da Changan. Um dos primeiros carros vistos no país foi o UNI-T, um SUV médio com ares de cupê e que enfrentaria Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Ao contrário dos outros chineses que estão sendo lançados por aqui, não tem nenhuma versão híbrida, usando um motor 1.5 turbo de 179 cv ou um 2.0 turbo de 230 cv.

Outro modelo já visto por aqui é o Changan CS75, mais um SUV médio, mas este com um design mais convencional. Também não tem uma opção híbrida, sendo vendido com um 1.5 turbo de 192 cv.
Isso não significa que não teria carros elétricos ou híbridos e a prova disso é que o Avatr 11 tem rodado por São Paulo (SP) sem camuflagem. É um utilitário elétrico de 4,90 m de comprimento e que mira no segmento premium, da mesma forma que a Zeekr. Conta com uma variante com um extensor de autonomia, nada mais que um motor a combustão utilizado como gerador de energia, fazendo com que possa rodar por até 1.065 km.