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Briga entre China e Estados Unidos pode paralisar indústria de carros

China limitou exportações de terras raras e imãs usados em dezenas de componentes; fabricantes já falam de desabastecimento e possíveis interrupções na produção

Por Nicolas Tavares
Atualizado em 5 jun 2025, 10h15 - Publicado em 4 jun 2025, 17h38
VW Tera produção pré-série
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Uma nova crise pode mexer com toda a indústria automotiva e até parar a fabricação em diversos países. A China está limitando severamente a exportação de metais raros utilizados em inúmeras partes dos carros, criando o risco de um desabastecimento global.

Desde o começo de abril, a China restringiu as exportações de sete tipos de terras raras e materiais relacionados. Os minerais são utilizados em diversas aplicações, como baterias, lâmpadas de led, TVs e equiapmentos médicos como máquinas de Raio-X. Até mesmo a indústria militar utiliza estes materiais, tanto em veículos quanto em armamentos.

Novo motor elétrico (eDrive da Magna)
Novo eDrive da Magna tem eficiência de 93% e pesa 75 kg, além de ter ficado menor (Magna/Divulgação)

Uma interrupção das exportações da China é o suficiente para paralisar diversas indústrias. O país é responsável por 61% das terras raras extraídas mundialmente, o que por si só já mostra a força do governo chinês. No entanto, a China também é responsável por 92% do processamento da matéria-prima, então mesmo os elementos extraídos em outros países como Estados Unidos precisam passar pelos chineses para ter alguma aplicação.

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Sem as terras raras, a indústria automotiva já antecipa uma paralisação. A associação dos produtores de autopeças da Europa (CLEPA) afirma que diversas linhas de montagem estão paradas e, em alguns casos, até fábricas inteiras. Já na Alemanha, a associação das fabricantes de automóveis (VDA) emitiu um alerta sobre o fechamento temporário das fábricas por falta de estoque.

Hildegard Mueller, presidente da VDA, explicou à agência Reuters que as terras raras vão além das baterias, sendo usados também em imãs que são aplicados em vários componentes, como os motores dos limpadores de parabrisa ou os sensores dos freios.

Cambio automático
(Divulgação/Chevrolet)
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Um grupo formado por General Motors, Hyundai, Toyota, Volkswagen e outras fabricantes enviaram uma carta para o Governo Trump sobre o problema, pedindo por uma solução: “Sem um acesso confiável a estes elementos e imãs, os fornecedores automotivos serão incapazes de produzir componentes críticos para os carros, incluindo transmissões automáticas, corpo de borboleta, alternadores, diversos motores, sensores, cintos de segurança, alto-falantes, luzes, direção elétrica e câmeras.”

Para diversos analistas, a movimentação da China é vista como uma forma de pressionar os Estados Unidos após o governo Trump ter colocado altas tarifas de exportação sobre os produtos chineses. Os dois países começaram a conversar após os EUA recuarem sobre os 145% de impostos, no entanto então um acusa o outro que está quebrando a trégua.

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Europa, Índia e Japão estão organizando um encontro com os oficiais em Pequim para conseguirem reverter a situação e liberar a exportação, evitando um desabastecimento.

Consultada por QUATRO RODAS, a Anfavea, associação das fabricantes no Brasil, afirma que está acompanhando o caso. Já o Sindipeças, que reúne as fornecedoras de autopeças, enviou o seguinte posicionamento:

“A Abipeças e o Sindipeças estão bastante atentos ao tema. Com exigências documentais adicionais por parte de autoridades do governo chinês, os importadores estão lidando com prazos muito maiores para receber os insumos oriundos de terras raras, causando sérios problemas de abastecimento.

O Sindipeças solicitou ao MDIC que conversasse com as autoridades chinesas para solicitar que, uma vez atendidos os requisitos, os embarques fossem liberados o mais rapidamente possível. O pedido já foi feito e esperamos que as entregas sejam regularizadas o mais rápido possível. As empresas que utilizam esses materiais aguardam ansiosamente a solução desse problema, que provoca impactos na produção.”

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