Grandes lançamentos costumam ser disputados nos grandes salões automotivos. Enquanto alguns jornalistas só querem fazer fotos, outros querem aproveitar a oportunidade para analisar melhor o carro.
O BMW Série 2 Gran Coupé conseguiu com que eu e três colegas ingleses chegássemos a um consenso: o de que nenhum de nós se acomodaria confortavelmente no banco traseiro.
Embora não seja exatamente pequeno (com 4,53 metros de comprimento e 2,70 m de entre-eixos, tem porte de sedã médio) e não tenha tração traseira (ou é dianteira, ou integral), não deixa muito para os passageiros do banco de trás aproveitarem.
Falta espaço para as pernas e, principalmente, para a cabeça. Reentrâncias no teto não são capazes de evitar que um adulto de 1,80 m dobre o pescoço para conseguir ficar ali.
É uma situação aparentemente pior do que a enfrentada em seus futuros concorrentes: Audi A3 Sedan e Mercedes A Sedan, que também passam longe de serem espaçosos.
Isso também pode ser efeito da mistura de estilos do Série 2 Gran Coupé.
Tecnicamente, ele está mais próximo da nova geração do hatch Série 1 do que do cupê Série 2 propriamente dito, mas disfarça isso com o caimento do teto assemelhado ao de um cupê.
Curioso é perceber que, dependendo do ângulo que você olha a traseira dele, ele também pode parecer um SUV cupê, se transformando em uma versão menor do X4.
O importante é que o Série 2 de quatro portas não deixa de lado o bom acabamento interno, nem equipamentos como o freio de estacionamento elétrico e o quadro de instrumentos digital.
Até porque estamos diante do mesmo painel do novo Série 1.
A intenção é ser uma alternativa acessível ao mesmo estilo do Série 8 Gran Coupé. Só que com restrições orçamentárias.
Isso também tem sua justificativa. O Série 2 Gran Cupê será o sedã mais barato da BMW, sendo posicionado abaixo do Série 3.
Por isso sua importância e a disputa por um bom ângulo entre os jornalistas. Isso mesmo que a unidade exibida seja a topo de linha 235i, com motor 2.0 turbo de 306 cv e tração integral, como o do X2 M Sport.
Ainda haverá as versões 218i (140 cv), 220d (190 cv) e 228i xDrive (231 cv), esta última exclusiva para mercados fora da Europa. Todos têm câmbio automático de oito marchas, exceto o mais fraco, que usa uma caixa de sete.
O Brasil pode estar entre eles. Por aqui, o pequeno cupê de quatro portas teria a chance de ser o modelo de entrada da BMW e até mesmo ter produção local. Mas a fabricante alemã ainda não se manifestou a respeito.