BMW apresenta SUV com carroceria capaz de mudar de cor em tempo real
Aproveitando tecnologia de leitores como Kindle, BMW iX apresentado hoje (5) pode mudar de cor constantemente, seja por estética ou eficiência
A BMW impressionou, hoje, ao apresentar uma nova tecnologia que permite modificar a cor de seus carros. A “tinta eletrônica”, chamada de E Ink, utiliza corrente elétrica para alterar a pintura da carroceria e foi apresentada na CES, feira de tecnologia que acontece anualmente em Las Vegas, nos Estados Unidos.
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A função, chamada de coloração eletroforética, utiliza a mesma tecnologia de leitores eletrônicos como o Kindle. A camada de pintura do carro contém milhões de microcápsulas com o diâmetro equivalente a um fio de cabelo humano. Dentro delas, há pigmentos brancos (com carga negativa) e pretos (com carga positiva).
Logo, basta que uma corrente elétrica gere um campo que interaja com as diferentes partes da carroceria. Esse campo elétrico, então, faz com que a cor desejada suba à superfície, sendo a pintura visível externamente.
Muito além do visual
De acordo com a fabricante, a tecnologia será ampliada e desenvolvida para que novas cores estejam disponíveis. “Similar à moda ou redes sociais, o veículo se torna uma expressão de diferentes humores e circunstâncias da vida diária”, disse Stella Clarke, que comandou o desenvolvimento do BMW iX — SUV elétrico que serviu de “cobaia” da E Ink na CES e já está com vendas confirmadas no Brasil ainda no primeiro semestre.
A fabricante também ressaltou que a tecnologia servirá para questões práticas como ar-condicionado e aquecimento. Assim, em dias frios o carro assumiria tons escuros que absorvem mais a luz solar, enquanto em dias quentes o branco, mais reflexivo, permitiria que a refrigeração funcionasse de maneira mais eficiente. Como a energia só é gasta para alterar a cor, não para mantê-la, a BMW classifica a E Ink como “extremamente eficiente”.
Isso, porém, não significa que ela é livre de limitações, e relatos de jornalistas presentes na apresentação do carro dão conta de que a mudança de cor é sensível a temperaturas muito altas ou muito baixas. Segundo a marca, durante a mudança de cor é necessário que a carroceria seja brevemente aquecida, a fim de garantir uma transição uniforme. Tem tudo para dar certo no Brasil, portanto.
A marca não detalhou prazos e custos da tecnologia.