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Blindados: como nascem

Como nascem os carros que vão proteger sua vida no trânsito das grandes cidades

Por Alexandre Ule Ramos
Atualizado em 9 nov 2016, 14h33 - Publicado em 23 jun 2015, 21h54
geral

Cada vez mais o blindado faz parte da paisagem brasileira. Desde o primeiro, um Santana 1987 blindado pela Armor, muita coisa mudou. Segundo os dados mais atuais da Abrablin, associação do setor, 10 156 carros receberam esse tipo de proteção em 2013, 21% a mais que no ano anterior. Estima-se que em 2014 o segmento tenha crescido 5,4%.

Impulsionados pelo aumento da violência nas cidades, esses veículos deixaram de ser exclusividade de ricos empresários. “Alguns preferem comprar um carro mais simples, mas blindado, em vez de levar um de luxo sem a proteção”, diz Laudenir Bracciali, presidente da Abrablin.

Para quem quer entrar nesse mundo, é importante visitar a blindadora escolhida para conhecer melhor

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seu processo e conferir de perto seu nível de qualidade. Tudo começa com a desmontagem do interior e de algumas partes externas do veículo, que em geral é um zero-quilômetro – mas nada impede que seja um seminovo. Na retirada dos acabamentos, todo cuidado é pouco, pois um simples grampo de fixação quebrado pode gerar ruídos no futuro – principal reclamação dos proprietários.

ARAMIDA OU KEVLAR?

Com o carro pelado, começa a colocação da blindagem. Chamada de parte opaca, a carroceria é recoberta com placas de aramida, mesmo material usado em coletes à prova de bala, como o Kevlar (marca registrada da DuPont) ou Twaron (produto da Teijin). É uma fibra flexível sete vezes mais resistente que o aço, comparando o mesmo peso de material. Essas mantas ou painéis são colados em portas, teto, maçanetas, para-lamas, parede que divide o porta-malas do habitáculo, parede corta-fogo (atrás do painel). Nas melhores empresas, essas placas já vêm pré-moldadas no tamanho da área a ser protegida. Isso reduz tempo e melhora a qualidade do serviço.

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Algumas oferecem como opcional a blindagem de assoalho, cofre do motor e tanque de combustível. Por isso, sempre cheque o que é proteção básica e o que é opcional. O mesmo vale para megafone e sirenes. Mas é bom lembrar que o uso de sirene em carro particular é proibido por lei.

Placas de aço balístico de 3 mm são aplicadas em locais onde não é possível colar a manta. Se no passado um carro ganhava mais de 300 kg depois de blindado, hoje são 150 kg, pelo uso cada vez menor de aço.

Mas ele ainda é comum em áreas estreitas, como colunas, ou atrás do apoio do espelho retrovisor na porta, além do overlap. Trata-se de qualquer sobreposição de blindagem. Em geral é uma tira de metal colocada entre o vidro e a chapa metálica, em emendas de teto ou entre a porta e a moldura. O overlap evita que o tiro penetre em qualquer vão da carroceria.

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Mas há empresas que usam ainda mais aço. A razão é custo. “Enquanto a manta de aramida custa de US$ 200 a US$ 250, o aço sai por R$ 13 o quilo”, diz Marcelo Nadolskis, dono da Cart Blindagens. “Por isso, quem oferece preços muito baixos tem que ser visto com cuidado, pois o carro tende a ficar bem mais pesado.” Hoje a blindagem mais comum de um sedã médio custa a partir de R$ 50 000.

Os vidros são parte importante da transformação. Os originais, com 3 mm de espessura, são trocados por outros entre 17 e 21 mm. É a maior fonte de aumento de peso – são em média 11 kg/m2 nos vidros normais, contra de 36 a 50 kg/m2 do blindado.

Como é necessário abrir a janela, para pagar pedágio ou pegar o tíquete de estacionamento, as máquinas dos vidros têm de ser reforçadas para dar conta do peso superior. O pneu (mesmo o run flat, que roda vazio por distância e velocidade limitadas) precisa ser protegido. Para rodar após ser alvejado, instala-se um aro dentro de cada roda, conhecido como cinta. Feita de aço, é nela que o carro vai se apoiar caso o pneu esteja vazio. Fique atento: nem sempre a cinta está no pacote de série da blindadora.

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Todo esse processo pode levar de 30 e 60 dias, dependendo da disponibilidade dos vidros. As melhores empresas ainda têm o cuidado de fazer um teste de infiltração. Na chegada e na entrega após o serviço, o veículo passa por um chuveiro para garantir que a desmontagem não deixou pontos de invasão de água na cabine.

Por fim, a empresa é obrigada dar o Certificado de Blindagem. Nele constam todos os materiais usados, suas especificações e o respectivo número de Retex (Relatório Técnico Experimental, emitido pelo Exército, dizendo que o material foi aprovado). É a garantia de que a blindadora usou os materiais que fazem o carro ter o nível de resistência contratado.

ORIGINAL DE FÁBRICA

Algumas marcas incluem blindados de fábrica na sua linha. Eles têm suspensões reforçadas, suportes adicionais para as portas, acabamentos modificados e máquinas de vidro e fechaduras mais resistentes, entre outros detalhes. Além de manter a garantia da fábrica, ele traz a vantagem de não ser montado e remontado, como num blindado normal. No Brasil, só há dois modelos: Mercedes E 250 Avantgarde VR4 (R$ 340 000) e BMW X5 xDrive 50i Security (R$ 530 000).

Confira as outras reportagens de nosso especial:

Blindados: níveis de proteção Blindados: melhores modelos Blindados: modelos usados Blindados: como dirigir

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