A Lamborghini apresenta no Concurso de Elegância de Pebble Beach, neste final de semana, o Aventador SVJ (SuperVeloce Jota). Não é apenas uma nova versão do esportivo, mas o Lamborghini mais rápido da história até agora.
Seu motor V12 6.5 aspirado foi otimizado para gerar 780 cv (770 hp) a 8.500 rpm e 73,4 mkgf de torque a 6.750 rpm. Em outras palavras, tem 30 cv a mais que o atual Aventador S e a mesma potência do Lamborghini Centenario.
Para falar a verdade, o Aventador e o Centenario são igualmente rápidos. Ambos vão de zero a 100 km/h em 2,8 segundos e alcançam os 200 km/h após 8,6 s com o pé no porão. Mas o novo Aventador é mais rápido em Nürburgring: cravou 6 minutos e 44,97 segundos no circuito alemão.
O segredo do SVJ está em sua aerodinâmica ativa mais avançada do que aquela estreada pelo Lamborghini Huracán Performante no ano passado.
Batizada de Aerodinamica Lamborghini Attiva 2.0 (ou apenas ALA 2.0), ela tem novos desenhos para as tomadas e ar e dutos, e também novas estratégias para romper o ar de forma a melhorar a aderência do esportivo.
De acordo com a Lamborghini, as tomadas de ar laterais são mais largas. Além disso, entra na conta o grande difusor traseiro que obrigou a marca a instalar as saídas de escape em posição mais alta e o novo aerofólio traseiro.
O ALA funciona com abas aerodinâmicas frontais e traseiras que são ativadas em menos de 500 milissegundos para garantir o melhor set-up aerodinâmico. Há dois cenários, o de maior apoio aerodinâmico (downforce) e o de menor arrasto.
O primeiro é ideal para curvas de alta velocidade, mas que também ajuda a melhorar as frenagens. Já o segundo entra em cena em fortes acelerações e é providencial para alcançar a velocidade máxima, de 350 km/h.
Quando o ALA não está ativado, as abas ativas estão fechadas para gerar o apoio aerodinâmico. Neste momento o aerofólio gera o máximo de força vertical possível, grudando o carro no asfalto.
Assim que o sistema de gerenciamento do veículo ativa o ALA, as abas sobre o motor se levantam para diminuir o efeito do aerofólio traseiro. Neste momento, abas frontais se abrem para reduzir a pressão sobre o spoiler da frente.
Desta forma o fluxo de ar é direcionado para canais desenhados no assoalho do carro, onde há geradores de vórtices que reduzem o arrasto e otimizam as condições para máxima aceleração.
O ALA também pode atuar de forma independente nas abas de cada lado do Aventador SVJ, de acordo com a direção da curva, para aumentar a pressão aerodinâmica – e, consequentemente, a aderência – na roda interna da curva. É uma estratégia que contraria a transferência de carga e a rolagem da carroceria.
É isso que faz a diferença em traçados como Nürburgring. De quebra, todas essas estratégias geram apoio aerodinâmico é 40% maior em comparação com o Aventador SV.
O Aventador SVJ ainda tem tração integral e esterçamento das quatro rodas, como o Aventador S. Ainda tem barras estabilizadoras 50% mais rígidas e amortecedores magnéticos 15% mais firmes que os do Aventador SV.
Já o câmbio (ainda o automatizado de uma embreagem com sete marchas) faz trocas mais rápidas e tem acerto que prioriza o uso em circuitos. O peso de 1.525 kg (seco) ainda garante a excelente relação peso/potencia de 1,98 kg/cv.
A Lamborghini ainda será mais generosa desta vez. Se o Centenario teve apenas 40 unidades produzidas, o Aventador SVJ terá 900. E a série especial Aventador SVJ 63 não entra na conta: serão 63 unidades com uso extenso de fibra de carbono e compósitos na carroceria, além de sua configuração única de cores e adesivos.