500e Abarth é elétrico que ronca fielmente como carro esportivo a gasolina
Confirmada para o Brasil, versão esportiva do 500e é atrevida ao seu modo, mas dá opção de agradar os mais tradicionais com falso ronco
A Abarth, divisão esportiva da Fiat, retornou ao Brasil este ano com a versão “envenada” do Pulse. Agora, os seus planos envolvem a mobilidade elétrica, e o próximo passo é usar o escorpião para trocar a simpatia do elétrico Fiat 500e por rock and roll (e um pouco de playback).
O Abarth 500e é o novo lançamento da divisão, que além de uma mecânica mais potente, também traz um visual esportivo e modos de direção que deixam o compacto “mais Abarth do que nunca”, como descreveu a Stellantis. O modelo também surpreende por utilizar o Gerador de Som, como a marca chama o sistema que reproduz “fielmente” o som típico de um de seus carros a combustão.
Apresentado na exclusiva cor Acid Green, o Abarth 500e mantém boa parte do visual da versão Fiat, que estreou no Brasil no ano passado. Uma das diferenças está nos DRLs de led, que na versão esportiva, perdem a parte acima do capô, ficando apenas com um semicírculo contornando os faróis. Já o para-choque tem entradas falsas e um pouco mais robustas, enquanto o ‘500’ no centro da grade fechada dá lugar ao nome da divisão esportiva.
O nome Abarth está estampado também nas laterais e na traseira. O tradicional escorpião ganha a companhia de um raio, para indicar a eletrificação do modelo, e aparece atrás das portas. A traseira, exceto pelo para-choque mais esportivo, é onde houve menos mudanças. Rodas de 18’’ e novas saias laterais completam o conjunto visual mais agressivo do compacto.
Por dentro, a Abarth trouxe Alcantara para os assentos, volante e painel, e os escorpiões, que estampam os bancos e direção, são no mesmo tom fluorescente da carroceria. A central multimídia de 10,25’’ é idêntica à do 500e padrão, enquanto o painel de instrumentos (totalmente digital) traz gráficos de desempenho exclusivos da Abarth.
Claro que há também mudanças na motorização. Embora continue com a mesma bateria de 42 kWh, o Abarth 500e recebeu um motor elétrico mais potente. O ganho chega a 37 cv e 1,5 kgfm, em relação ao modelo Fiat, totalizando 155 cv e 23,9 kgfm. De 0 a 100 km/h, o modelo leva 7 s. É 1,7 s mais rápido do que fez o 500e em nosso teste de setembro do ano passado.
Sem fornecer números, a Stellantis também confirma uma distância entre-eixos maior e melhor distribuição de peso para o Abarth 500e, que proporcionam “uma resposta mais rápida, melhor entrada em curvas e maior velocidade de curva e saída.” Também não foi informado se a suspensão recebeu um tratamento especial, mas é provável que sim. Quanto aos freios, eles são a disco nas rodas dianteiras e traseiras.
O compacto elétrico também manteve o sistema de carga rápida de 85 kW. Com ele, é possível adicionar 40 km de autonomia em apenas 5 minutos, ou então atingir 80% de carga em 35 minutos, segundo dados oficiais. Não há menção sobre o alcance total do 500e, mas é provável que ele fique abaixo dos 320 km declarados de fábrica na versão da Fiat.
O Abarth 500e tem três modos de condução: Turismo, Scorpion Street e Scorpion Track. No primeiro, a entrega de torque e potência são limitadas a 136 cv e 22,4 kgfm, favorecendo o alcance. No modo Scorpion Street, o motor entrega tudo o que pode, mas a função one pedal, que regenera energia através da desaceleração e permite dirigir apenas com o acelerador, se mantém ativa, assim como no modo Turismo.
Por fim, no Scorpion Track, o 500e fica totalmente voltado para o desempenho e diminui sua capacidade regenerativa e alcance.
Do rock’n’roll à gasolina
É cada vez mais comum que carros elétricos tenham o sistema AVAS, que faz o carro emitir um ruído de segurança em baixas velocidades, a fim de quebrar o silêncio quase absoluto. Se no Fiat 500e uma sinfonia clássica toca quando o subcompacto passa pela primeira vez dos 20 km/h (antes disso há um ruído futurístico), a Abarth é um pouco mais rock’n’roll: até 20 km/h é executado um som mais sério e, ao exceder essa velocidade, o elétrico toca um solinho de guitarra, assim como algumas notas toda vez que é ligado.
Também foi adicionado um outro som, que pode dividir opiniões: para manter seu caráter esportivo, o 500e tem a opção de simular o ronco de um ‘motor Abarth a gasolina de verdade’. Ele é diferente do que a Dodge e a BMW fizeram, pois não se trata de uma releitura, mas de uma reprodução plena de um som “analógico”.
Com bastante tecnologia, o compacto traz pacote de segurança e assistência igual ao do 500e que já temos no Brasil, que inclui seis airbags, piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa (com alertas e correção ativa), frenagem automática de emergência com detecção de pedestres, detector de fadiga, leitura de placas de velocidade, sensores de estacionamento 360º, assistente de estacionamento e alerta de pontos cegos.
O Abarth 500e chega primeiro à Europa com direito a versão Scorpionissima, disponível nas carrocerias cabrio e hatch e limitada em 1.949 unidades, uma homenagem ao ano de nascimento da marca. Ela será oferecida para pré-reserva online, exclusivamente para os membros da comunidade Abarth, que foram deram suas opiniões para a construção do compacto esportivo.
As primeiras entregas do bambino – como é chamado o 500e pelos fãs – estão previstas para o começo de 2023 no Velho Continente. Outros mercados, como Brasil e Japão, ainda não têm data para receber o modelo.