O fim da história do Fiat Uno em nosso mercado é iminente. No inicio do ano, o diretor da Fiat no Brasil, Herlander Zola, afirmou que as vendas do compacto estão mais direcionadas a frotistas e que trata-se de um produto que tem desempenho melhor em outros mercados da América do Sul.
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Por aqui, o Fiat Uno está disponível para compra em versão única, a Attractive, e recebemos reclamações de leitores que não encontram unidades do hatch a venda nas concessionárias. A explicação está no fato de que a maioria da produção é destinada às vendas para locadoras de veículos, por exemplo. Estima-se que menos de 10% dos Uno vendidos atualmente são registrados em nome de pessoas físicas.
A marca não confirma oficialmente, mas é esperado que até o fim do ano compacto deixe de ser vendido no Brasil, encerrando uma história que já dura 37 anos. Ele até poderia seguir em produção, mas apenas para exportação.
Por ser um modelo tão icônico, o redator-chefe Paulo Campo Grande conta toda a história do Uno nesse vídeo.
O Fiat Uno foi revolucionário em sua primeira geração. Seu design, obra do italiano Giorgetto Giugiaro, inovava na forma de caixa, com aproveitamento do espaço interno e as linhas retas.
O Uno foi lançado em 1983, na Itália, e um ano depois chegou ao Brasil para substituir o 147, lançado oito anos antes, em 1976. Na estreia, o Uno tinha duas opções de motor: o 1.050, herdado do 147, e o 1.3. E três versões de acabamento: S, CS e SX.
A Fiat lançou o Uno Mille, o primeiro 1.0 a se enquadrar na nova categoria fiscal de carros populares, em 1990. Os primeiros saíram com o desenho do Palácio da Alvorada na traseira, o que fez com que alguns o chamassem de Mille Alvorada. Mas oficialmente ele nunca chegou a ter esse nome.
O inimigo favorito do Uno sempre foi o VW Gol, que era líder de vendas do mercado. Mas quando a GM lançou o Chevrolet Corsa em 1993, que chegou com uma proposta diferente e cheia de bossa, a Fiat tratou de contra-atacar, com o Mille ELX.
Com a chegada do Palio em 1996, o Uno foi reposicionado como opção mais barata. E entrou nos anos 2000 em declínio. Na segunda geração, em 2010, o Uno Mille perdeu oficialmente o Uno do nome e passou a se chamar apenas Mille. E foi até 2013, quando a Fiat lançou a versão de despedida Grazie Mille.
O Uno de segunda geração chegou com tudo, revivendo as formas quadradas, mas com outra leitura, em diferentes versões e cores. A segunda e atual geração teve apenas uma reestilização, em 2016, mas foi profunda. Mudou faróis, grade, para-choques, rodas e por dentro o painel foi inteiramente renovado, além a adoção de equipamentos importantes como Controle de Tração, ESP e auxiliar de partida em rampas.
Lá se vão cinco anos e o Uno agora tem dificuldades para se segurar dentro da própria linha Fiat, com a concorrência do Mobi, na faixa de baixo, e do Argo, na de cima. Para os fãs do compacto ficará a saudade e ainda a esperança que a Fiat lance um série especial de despedida como fez com o Mille, no fim de 2013. Grazie Uno!
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