Guia de Usados: Kia Carnival
A segunda geração da minivan coreana leva uma família grande e sua bagagem. Mas é preciso ter disposição para encontrar suas peças de reposição
Crises econômicas são uma ótima oportunidade para quem aprecia carros grandes com motores de alta cilindrada: a gasolina cara derruba sua cotação, fazendo deles uma boa opção para quem necessita de doses generosas de espaço e potência. Um dos melhores exemplos é a minivan coreana Kia Carnival.
Com 5,13 metros e 2 toneladas, a segunda geração estreou em 2006 na versão única EX trazendo um trunfo: leva 8 pessoas (e toda sua bagagem). Tem só o básico: ar bizona (com ajuste na traseira), computador de bordo, airbags, sensor de ré, ABS, piloto automático e bancos em couro. Portas corrediças laterais, tampa traseira, vidros laterais basculantes e banco do motorista contam com acionamento elétrico. O V6 3.8 de 242 cv acoplado a um câmbio automática sequencial de 5 marchas garante acelerações rápidas e dirigibilidade similar à de um automóvel de passeio. Muito segura, a minivan recebeu a nota mais alta nos testes de impactos traseiros nos EUA.
Comparada à Chrysler Grand Caravan (ou Town & Country), custa menos e se destaca pela garantia de cinco anos. O acabamento é simples, com plásticos de boa qualidade e detalhes em aço escovado. O porta-malas tem 912 litros e é ampliado com o fácil rebatimento da última fila de bancos (a do meio é removível).
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A mudança veio na linha 2012: além da nova grade, ganhou um V6 3.5 de 276 cv, agora com um câmbio de seis marchas. Com duas versões, a básica tem chave presencial, sensor de farol, ABS com EBD e faróis de neblina. A top adiciona airbags laterais e de cortina, ESP, computador de bordo, piloto automático, ar digital, bancos de couro (dianteiros elétricos), câmera de ré e sensor de chuva.
Além do alto consumo, também é preciso checar se as revisões foram feitas para não perder a longa garantia. Apesar do bom atendimento, a rede autorizada é criticada pelo baixo estoque e altos preços: peça de reposição a pronta é raridade, o que fomentou um mercado de peças (bem mais baratas) trazidas dos EUA por importadoras independentes.
A VOZ DO DONO
Nome: Neudo Pessoa
Idade: 50 anos
Profissão: empresário
Cidade: Curitiba (PR)
O que eu adoro: “É o melhor carro familiar do mercado: espaçoso, confortável e com a mesma dirigibilidade de um sedã de luxo. Há potência de sobra, vazia ou carregada, na cidade ou na estrada.”
O que eu odeio: “Falta um sistema de entretenimento para os passageiros e o consumo é alto: nunca fiz mais que 7 km/l. O pós-venda é bom, mas as peças são caras e dificilmente encontradas a pronta entrega.”
ONDE O BICHO PEGA
Airbag – Luz de anomalia acesa no painel após o alinhamento de direção pode indicar o rompimento da cinta do airbag. Para corrigir o problema, é preciso trocar a peça, que custa em torno de R$ 840.
Freios – Potente e com peso bruto (carregada) de 2.780 kg, o desgaste acentuado dos freios é inevitável, especialmente se for blindada. Uma revisão geral no sistema não sai por menos de R$ 4.000.
Assoalho – Os 3 metros de entre-eixos fazem com que o assoalho raspe em lombadas e rampas de garagem. Vale a pena erguer o veículo em um elevador e procurar por possíveis avarias.
Câmbio automático – Verifique se a alavanca corre perfeitamente pelo canal: defeitos no freio bloqueiam o câmbio na posição P, problema que acabou motivando um recall. As trocas devem ser suaves, sem trancos.
Recall – Os modelos produzidos entre 21/11/06 e 27/06/07 (chassi de 144789 a 161062) apresentaram defeito no interruptor do pedal de freio, causando falhas no acendimento das luzes, retenção do câmbio na posição P e o não desligamento do controlador de velocidade.
NÓS DISSEMOS – Agosto de 2008
“Ela é grande, mas tem agilidade, graças ao V6 de 242 cv, com câmbio sequencial de cinco marchas. Ganha da rival Chrysler Town & Country na corrida (…) e joga sério: os bancos são maiores, mais confortáveis e mais numerosos (…). O porta-malas tem mais espaço e baixar a terceira fila é leve e fácil.”
2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | |
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EX 3.8 | R$ 54.781 | R$ 68.907 | R$ 81.232 | – | – | – |
EX 3.5 | – | – | R$ 90.661 | R$ 93.655 | R$ 107.737 | R$ 122.094 |
Original | Paralelo | |
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Para-choques (dianteiro) | R$ 2.515 | R$ 560 |
Farol (cada um) | R$ 2.460 | R$ 1.200 |
Retrovisor (cada um) | R$ 2.490 | R$ 760 |
Discos de freio (par) | R$ 2.580 | R$ 550 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 960 | R$ 250 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 4.808 | R$ 2.500 |
PENSE TAMBÉM NUM…
Chrysler Town & Country – Única rival direta, ela ganha no acabamento externo e interno mais requintado e na central MyGig com tela de 6,5 polegadas (versão Touring) ou mais duas telas de DVD (Limited). Só leva sete pessoas, mas permite rebater todos os bancos traseiros. Traz de série ESP, freios ABS com EBD e seis airbags.