Dez coisas dos velhos tempos que não eram nada boas
Nem tudo era assim tão bom nos bons tempos
Energético aguado
Hoje a bateria é selada: você só se lembra dela quando está nas últimas. Mas ela já foi mais carente. De quando em quando era preciso abrir as tampinhas e oferecer um pouco d’água. Destilada, por favor.
Vento na cara
Na falta de ar-condicionado, vento encanado. Era bascular o quebra-vento para sentir a brisa no rosto. Os ladrões também o apreciavam, pois facilitava o acesso ao bem alheio. Para driblá-los, havia uma trava genérica em forma de U.
LEIA MAIS:
>> Dez incríveis novidades que vieram do passado
O nome diz tudo
Algo chamado de afogador não podia mesmo ter futuro. A válvula-borboleta, que ficava na entrada dos carburadores, deixava a mistura ar-combustível mais rica nas partidas a frio e era operada por cabo, em geral acionado sob o painel.
Ippon!
Até a aparição dos mecanismos retráteis, nos anos 80, era bom ajustar o rádio antes de prender o cinto. Quando não estava imobilizando alguém, ele se revelava um verdadeiro folgado: com sua fivela prateada, sambava solto pela cabine ao ritmo dos buracos.
Na lata!
Nosso Corcel de Longa Duração, em 1978, chegou aos 30 000 km com buracos de ferrugem, um mal da época. O tratamento de chapa deficiente fez vítimas célebres como Maverick (foto) e Alfa Romeo Ti. Chevette com plástica no pé do para-brisa não deixa mentir.
Ascendente
Num tempo em que tubarão nem pensava em virar antena, as do tipo telescópico eram tão populares quanto os auditórios de programa de rádio. Chique era ter antena elétrica, um sinal de distinção ascendente, mas que atraía vândalos invejosos.
Ponto G
Dentre as várias atividades humanas já extintas, engraxar o carro ocupa um lugar de destaque. Nos tempos da brilhantina, suspender o automóvel no elevador e injetar graxa nos lugares certos fazia com que ele rodasse macio e sem barulhos.
Olha o nível
Na época dos radiadores sem vaso de expansão e circuito fechado, o vapor ia embora. Para o motor não superaquecer, era preciso completar o nível. Não raro carros abriam o bico, ou melhor, o capô em congestionamentos e subidas de serra.
Pó pará com pó
Infiltração de poeira e água era equipamento de série de muitos automóveis de outrora. A menor precisão tanto do projeto como do ferramental e da montagem faziam com que vedação do interior fosse coisa para submarinos.
Maior embaço
O desembaçador (ou ventilação forçada, como se dizia) era artigo de luxo. Ar-condicionado, então, quase ficção científica. Na chuva, o jeito era abrir o quebra-vento e dois dedos da janela, encimada por uma providencial calha de vidro ou acrílico.