Audi Q7 3.0 TFSI Ambition: tratamento personalizado

Mesmo com uma identidade de marca forte (que traz como efeito colateral deixar todos os carros meio parecidos), o design atual da Audi tem variações que conseguem cativar o olhar a cada lançamento. Foi assim com o esportivo TT, que estreou o estilo em 2014, e com os que vieram na sequência, do jovial SUV Q3 ao conservador sedã A4.

A exceção é o SUV Q7, que chega agora ao Brasil. Apesar de exibir os elementos típicos, como a grade dianteira e os faróis estilizados, o Q7 não é o tipo de carro que seduz à primeira vista. Seu perfil de perua, aliado ao porte avantajado (5,05 m) e às linhas retas (que são outra característica da nova identidade visual da Audi), rouba-lhe a leveza e a fluidez presentes nos outros modelos da marca.

Os principais atrativos do Q7, um SUV de R$ 399.990, que briga com Mercedes GL e BMW X5, definitivamente não são visuais. Feito para grandes famílias, este Audi tem como ponto forte a atenção que dispensa a seus ocupantes. Se por fora suas dimensões parecem exageradas, internamente, o amplo espaço da cabine faz todos se sentirem em uma sala de estar. Quem viaja nos bancos dianteiros tem 1,05 m para esticar as pernas; 1,49 m para os ombros e 1 m para a cabeça.

Atrás, na segunda fileira de bancos, as distâncias são bem próximas a essas da frente. Opcionalmente, a Audi disponibiliza dois assentos na terceira fila, que oferecem espaço digno de sedã médio, todos revestidos em couro. Os dianteiros têm ajustes elétricos, suporte lombar e contam com apoios de cabeça que podem ser regulados em altura e distância. Os centrais, tripartidos na proporção de 35/30/35, têm inclinação variável. O ar-condicionado também é democratizado, com controles e saídas independentes para os quatro quadrantes da cabine. 

Na posição de comando, o motorista é rodeado pelo maior número de recursos disponível na Audi. Começa pelo painel com mostrador de TFT (variação do LCD) configurável. Por  meio de um botão, é possível alterar o tamanho de velocímetro, conta-giros e tela central (que exibe mapas de navegação, listas de contatos telefônicos e estações de rádio). As informações básicas, como a velocidade do carro e a próxima manobra sugerida pelo GPS, podem ser projetadas no para-brisa pelo head-up display.

A central multimídia MMI chega ao Q7 evoluída. Agora, além do seletor rotativo (que equivale a um mouse) e dos botões de atalho para menus básicos (rádio, telefone, GPS e mídia), ela ganhou um touchpad, uma área no console por meio da qual o motorista pode desenhar caracteres ou executar gestos para ampliar imagens ou percorrer listas (como nos tablets). A central agrega também o sistema de som Bose (com amplificador 3D de 558 watts e 19 alto-falantes) e o Audi Connect, dispositivo que possui um hotspot wi-fi integrado e se conecta com smartphones (iOS ou Android).

Na hora de dirigir, o grande porte do carro volta a cobrar seu preço. Nas garagens, as colunas parecem sempre perigosamente perto demais dos retrovisores. E nas ruas nem o bom desempenho do motor faz do Audi um carro ágil. O Q7 tem um V6 3.0 de 333 cv, aliado a uma transmissão automática de oito marchas, com tração integral. Na pista de testes, o SUV andou feito cupê esportivo, acelerando de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos.

Radar para troca de faixa 

O Q7 chega ao Brasil em versão única, a Ambition. Mas tem uma lista de opcionais que inclui eixo traseiro direcional, terceira fila de bancos, sistema de visão noturna e os sistemas de segurança Side Assist (conta com dois radares para auxiliar o motorista a trocar de faixa) e Pre Sense (prepara os diferentes sistemas do carro, como cintos de segurança, freios e alertas, na iminência de um acidente), entre outros. Isso mostra que o Q7, apesar de ser diferente dos outros Audi no estilo, continua honrando a família, já que conserva os outros aspectos da marca, como acabamento, desempenho e tecnologia embarcada.

AVALIAÇÃO DO EDITOR

Motor e Câmbio – Com tecnologia embarcada de ponta, o conjunto garante bom desempenho e consumo modesto, com a média de 8 km/l, na cidade.

Dirigibilidade – A direção esterça bem, a suspensão é eficiente, mas as grandes dimensões limitam os movimentos do Q7.

Segurança – Além de airbags e ESP, de série, o SUV conta com opcionais como o Night Vision e o Side Assist.

Seu bolso – A Audi posicionou o Q7 na mesma faixa de preço dos rivais (em versões de motor e conteúdo semelhantes).

Conteúdo – O pacote de série inclui teto solar, som Bose e ar-condicionado de quatro zonas, entre outros equipamentos.

Vida a bordo – Com espaço generoso e mimos como iluminação de led, o Audi trata bem  todos os ocupantes.

Qualidade – O Q7 usa materiais nobres e é bem-acabado por dentro e por fora.

VEREDICTO QUATRO RODAS

O visual não encanta, mas por dentro o Q7 se redime e se candidata a SUV da família. Oferece bom espaço interno, conforto, acabamento de qualidade, equipamentos de ponta e bom desempenho.