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Motoristas experientes são os que mais se envolvem em acidentes

Dirigir de modo automático e o excesso de confiança estão entre as principais causas de acidentes com falhas humanas

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 fev 2023, 18h42 - Publicado em 24 fev 2023, 11h39

Não é novidade que a “falha humana” é a principal causa dos acidentes de trânsito. Um estudo realizado pelo Ministério dos Transportes mostrou que em 53,7% dos acidentes a causa é a imprudência. Destes, 30,3% ocorrem por infração das leis de trânsito, enquanto 23,4% indicam falta de atenção.

Esses números alarmantes motivaram a especialista em segurança no trânsito, Salete Romero, a publicar dois livros sobre o tema (Erros bem-intencionados no trânsito e O poder do hábito na segurança do trânsito). Um deles destinado a motoristas experientes. “São os condutores experientes que mais se envolvem em acidentes e o que provoca isso é a combinação do excesso de confiança com maus hábitos ao volante”, afirma.

A especialista é intransigente em relação a alguns temas como o uso do celular, do GPS e do acostamento. QUATRO RODAS entrevistou a consultora e ela explicou onde está o erro dos motoristas nessas situações e falou sobre sua motivação para ter uma posição mais rígida quando se trata de segurança no trânsito.

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Acostamento
A atitude de parar no acostamento parece ser a mais segura, mas deve ser evitada mesmo em uma situação de emergência, como um pneu furado. O ideal é parar em um posto de serviço (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Uso do celular

Salete informa que 83% dos acidentes no Brasil acontecem em pistas bem conservadas, e 70% em trechos retos. Os dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) sugerem, segundo a especialista, que a distração ao volante causa a maioria das ocorrências e essa condição está relacionada ao uso do celular.

“Os smartphones têm cada vez mais funções e são mais atrativos e por isso devem estar fora do alcance do motorista”, diz a especialista, que revela seu lema: “Com o carro em movimento a sua vida está em velocidade”.

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Para demonstrar como essa máxima é importante para ela, Salete conta uma situação pessoal. “Há alguns anos, meu filho adolescente desapareceu e eu estava no trabalho e precisava voltar para casa. Para conseguir realizar esse trajeto, tranquei o meu celular no porta-malas, assim não fiquei tentada a pegar o aparelho para conferir novas mensagens”, relembra.

Fadiga ao volante
Falta de atenção pode resultar em colisões e atropelamentos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

GPS de maneira correta

É raro encontrar motoristas que não se guiem por aplicativos de mapas como Waze e Google Maps, afinal é uma maneira simples e prática de se deslocar, em especial, nas grandes cidades.

Devido a esse interesse massivo, as marcas criaram tecnologias que facilitam o uso dessas ferramentas e a principal delas é o espelhamento do smartphone nas centrais multimídia, conhecido como Apple CarPlay ou Android Auto. Essa função permite transmitir os mapas desses aplicativos nas telas das multimídias.

A intenção das fabricantes é tornar a condução mais segura, pois a área de visualização é maior e as instruções sonoras são transmitidas no sistema de som do próprio carro. Porém, segundo a especialista, essa tecnologia não contribui para a segurança no trânsito. E aconselha que a central não seja utilizada para espelhar o GPS. “A minha orientação pode até parecer estar na contramão, mas o meu foco é a segurança e tudo que tira a atenção não é recomendável.”

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Salete não descarta a utilização dos aplicativos, basta que seu uso seja realizado apenas pelas instruções sonoras. O motorista pode espelhar o celular na multimídia, mas o mapa deve ser ocultado da tela e ele deve guiar-se pelas orientações sonoras. “O condutor se acostuma a receber só o apoio auditivo e aprende a calcular as distâncias e novos caminhos.”

Celular ao volante
Com cada vez mais utilidade, celulares são fonte de distração (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Acostamento

Essa faixa de emergência não deve ser utilizada em hipótese alguma, segundo Salete. Ela diz que o acostamento foi regulamentado com a criação do novo Código de Trânsito Brasileiro, em 1997, mas que após 25 anos muita coisa mudou: os carros ficaram mais potentes e tecnológicos, tornando-se menos suscetíveis a paradas de emergência nas estradas.

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“Nesses 25 anos criamos o hábito de parar no acostamento para verificar qualquer questão, mesmo não sendo uma emergência, e atualmente fazemos pior: paramos para realizar ou receber uma ligação”, afirma.

Carro parado no acostamento desvia a atenção dos outros condutores e se transforma em ponto de referência para motoristas desgovernados. Essa é uma das razões pelas quais eles colidem contra os postes. O indicado é que em uma emergência, como um pneu furado, se conduza o veículo pela faixa da direita até um local seguro.

Dirigir de modo automático

“Quantas vezes você chegou ao seu destino e não se lembra do trajeto que fez?” Esse é um dos questionamentos da especialista e de acordo com ela isso acontece com todos os condutores experientes. “A prática acaba levando a essa condição de direção automática e é perigosa, pois o motorista não está 100% atento e isso aumenta o tempo de reação em uma emergência.” Ou seja: acidentes podem ser evitados com uma simples mudança de comportamento na direção, priorizando a ação de dirigir.

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