Meu Automático: mitos e verdades sobre o câmbio automático
Para não restar dúvida, checamos algumas afirmações comuns sobre a transmissão automática. Veja o que é verdade e o que é puro mito
Seja na internet, no jantar de família, entre amigos ou até em algumas oficinas, circulam muitas afirmações sobre o funcionamento do câmbio automático que nem sempre correspondem à verdade e deixam o consumidor de cabelo em pé.
Por isso, neste capítulo do guia Meu Automático, separamos algumas das questões mais comentadas a respeito desse tipo de transmissão para esclarecer, de uma vez por todas, o que é mito e o que é verdade.
Em paradas, como um semáforo, o correto é mudar para a posição N.
Mito: a grande diferença do câmbio automático é que o motorista só tem que acelerar e frear, sem precisar tirar as mãos do volante. Isso vale também para os momentos de parada. Todo o sistema é preparado para manter o veículo em D, mesmo parado, sem nenhum tipo de desgaste anormal.
Na posição D, ao soltar o pé do freio, o carro já começa a andar.
Verdade: mesmo sem tocar no acelerador, em um local plano, o veículo já vai se movimentar lentamente, o que é muito útil em congestionamentos, quando se pode avançar pequenas distâncias só aliviando o pé do freio. E, em subidas, essa característica dá um tempo a mais para o motorista acionar o acelerador antes de o carro começar a descer.
Câmbio automático consome mais combustível.
Mito: carros automáticos mais antigos, com transmissões de três marchas, tinham um consumo de combustível mais alto que suas versões manuais. Mas isso é coisa do passado. Hoje, sua eficiência é muito maior, graças a uma série de fatores. O Ford Ka 2019 automático, por exemplo, conta com seis marchas e trocas muito rápidas.
Câmbio automático quebra menos e dura mais.
Verdade: as transmissões automáticas são projetadas para durar toda a vida útil do veículo. Em alguns casos, nem mesmo a substituição do óleo lubrificante é necessária, como ocorre com o Ford Ka – que utiliza um lubrificante de ultrabaixa viscosidade. Transmissões manuais, além de sujeitas a erros de operação, demandam troca periódica do kit de embreagem.
Se é automático, não precisa usar o freio de estacionamento.
Mito: a posição P da alavanca do câmbio automático aciona uma trava mecânica que impede que as rodas de tração girem. Mas ela não substitui o freio de estacionamento. Não utilizá-lo pode provocar desgastes no câmbio e levar a quebras – e, por consequência, a acidentes.
A transmissão automática, além de oferecer mais conforto, também traz esportividade.
Verdade: alguns automáticos, como o novo Ford Ka, apresentam a opção de troca manual de marchas ou a opção S, de “sport”, que estica as trocas de marcha, ampliando a utilização da potência e do torque do motor, e dá uma maior sensação de esportividade.
Não é possível fazer carro com câmbio automático pegar “no tranco”.
Verdade: essa manobra emergencial (um empurrão externo com o veículo engatado, que faz as engrenagens do motor girarem e, assim, possibilita a partida se a bateria estiver sem carga) só é possível em carros com câmbio manual. Nos automáticos, o acoplamento das marchas acontece com a pressão do óleo, gerada pelo funcionamento do motor. Tentar fazer essa manobra em um carro automático pode levar a uma quebra.
Nas ultrapassagens, devo reduzir as marchas manualmente ou usar a posição 3 ou L.
Mito: tal recurso deve ser usado em subidas ou descidas, conforme dito anteriormente. Nas ultrapassagens, o motorista deve acionar o “kickdown”, recurso que consiste em pisar fundo no acelerador e manter a posição até a central eletrônica, ao perceber que você precisa de força do motor, reduzir uma ou duas marchas. O motorista pode decidir, antes de iniciar a manobra, por mudar o câmbio para a posição S, na qual as trocas subsequentes à redução serão feitas de forma mais esportiva, alongando as marchas. Se o carro tiver opção de troca manual, o motorista pode escolhê-la, mas é necessário experiência e familiaridade com o mecanismo para executar as trocas no tempo correto.
Em um carro automático, o ideal é acelerar com o pé direito e frear com o esquerdo.
Mito: a perna esquerda do motorista comum não tem a sensibilidade necessária para lidar com o freio, pois está acostumada ao acionamento da embreagem, pesada e de curso mais longo. Por isso, insistir nessa técnica pode resultar em frenagens bruscas e acidentes. É melhor simplesmente dar férias para o pé esquerdo.
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