Manutenção: pode-se usar um lubrificante diferente do indicado?
Misturar diferentes tipos de óleo na hora de completar ou trocar os tipos específicos para cada aplicação pode render uma visita cara ao mecânico
Chegou a hora de trocar o óleo do seu veículo. Bate a dúvida: entre tantas opções, qual é a melhor para o seu motor?
O manual do proprietário, claro, sempre traz a indicação de qual tipo você deve usar: sintético ou mineral, com quais características de viscosidade, densidade e por aí vai. Essa é uma dica valiosa para qualquer veículo, dos carros às máquinas agrícolas.
E não basta ser o mesmo tipo de motor: mesmo equipamentos a diesel, por exemplo, apresentam grandes diferenças entre si. O que aconteceria se você usasse o óleo indicado para uma picape em um trator?
O motor precisa do lubrificante para funcionar perfeitamente. É ele que reduz o atrito entre as peças, diminuindo o calor produzido pelo movimento e ainda evitando o desgaste prematuro. Tem mais: o óleo serve também para limpar o motor, diminuindo a corrosão e o acúmulo de detritos no interior dele. Por isso existem características específicas do óleo a ser usado em cada máquina.
A viscosidade, por exemplo, é a resistência do lubrificante ao escoar. Ou seja, quanto mais viscoso, menor a sua capacidade de escorrer e maior será o tempo que permanecerá entre as peças.
Isso significa que, se o óleo escolhido não se comportar da forma esperada pelo fabricante, ele não fará a lubrificação correta. E aí? Bem, você certamente precisará rever o seu motor.
“Alguns aditivos são iguais e estão presentes nos lubrificantes de picapes e tratores. Contudo, há propriedades específicas para cada tipo de máquina. Mudam a viscosidade e a capacidade térmica, por exemplo. Por isso, usar o óleo errado trará problemas ao seu motor”, alerta Daniel Zacher, engenheiro da SAE Brasil.
No caso das máquinas agrícolas, existe outro ponto muito importante. Há lubrificantes específicos para engrenagens, parte hidráulica, motor e transmissão. Tem até lubrificante para amaciar o motor, como é o caso do Break-in™, da John Deere. Outro exemplo é o Plus-4™, exclusivo para o sistema hidráulico, que melhora o fluxo nas partidas a frio e ainda ajuda em condições de trabalho com temperatura elevada.
A marca, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, conta com um amplo portfólio de lubrificantes desenvolvidos especialmente para seus equipamentos e testados com os parâmetros mais severos do mercado.
A mais recente adição ao portfólio da marca é o Plus-50™ II, formulado especialmente para prevenir oxidação, depósito de sedimentos e corrosão. Recém-lançado, o lubrificante alcançou a certificação API-CK4, do Instituto Americano de Petróleo.
Ou seja, basta trocar um tipo pelo outro e você já terá problemas: ou maiores custos de manutenção ou tempo com a máquina parada. Se você usar o óleo lubrificante de um veículo leve, então ele provavelmente não terá as propriedades para suportar o funcionamento do motor de máquinas pesadas, nem oferecerá o mesmo período de troca. O prazo de troca do óleo em máquinas agrícolas é estipulado em horas trabalhadas, ao contrário dos carros, em que se calcula por quilometragem ou meses.
Então não se esqueça de consultar sempre o manual do fabricante, seja qual for a sua máquina, para saber a especificação do tipo de lubrificante que você deve usar.