Precursor dos utilitários esportivos compactos, o Ford EcoSport pode ser considerado um dos modelos mais importantes da Ford no Brasil. Derivado do Fiesta, ele mantém o comportamento dinâmico apurado e outras virtudes do hatch.
O modelo 2018 destacou-se pela evolução no acabamento interno, com materiais macios no painel e portas, e de encaixe e qualidade superiores. Também inaugurou o motor Dragon de três cilindros, 1.5 12V. Ele tem 137 cv e 16,2 kgfm e fez um par perfeito com o câmbio automático de seis marchas: 0 a 100 km/h em 12,6 segundos. O consumo é de 10,6 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada.
Pesando cerca de 1.360 kg, o EcoSport sempre foi um utilitário esportivo agradável de dirigir. O entre-eixos de apenas 2,52 metros limita o espaço interno para quatro adultos e seus 4,10 metros resultam em um porta-malas de 356 litros.
Melhores versões do Ford EcoSport usado
A versão mais popular é a básica SE, que traz sete airbags, central multimídia com tela de 6,5”, sensor de ré e rodas aro 15. Ainda mais em conta é a versão com câmbio manual de cinco marchas. Logo acima está a FreeStyle, que recebe central multimídia de 8”, ar digital, indicador de pressão de pneus, luzes diurnas de led, rodas aro 16, câmera de ré e bancos revestidos de couro e tecido.
Se o desempenho for prioridade, melhor investir na versão Titanium, que por muito tempo foi impulsionada pelo motor 2.0 Direct Flex. Com injeção direta, ele rende 170/176 cv e 20,6 / 22,5 kgfm, sempre aliado ao câmbio automático de seis velocidades.
A principal novidade do modelo 2019 foi a versão Storm, com sistema de tração integral e suspensão traseira independente. Esta é mais indicada para quem realmente trafega em estradas de baixa aderência: os 110 kg a mais do sistema de tração cobram seu preço na aceleração, no consumo de combustível e na manutenção.
No modelo 2020, a versão EcoSport Titanium também passou a oferecer o motor três cilindros 1.5 Dragon: é facilmente identificada pela ausência do estepe, substituído por pneus run flat e um kit de reparo que inclui um compressor elétrico e um fluido para selar os furos no pneu.
O fato de estar fora de linha chegou a depreciar o valor do EcoSport, mas compromete em nada a sua manutenção: a rede autorizada ainda mantém muitas peças a pronta entrega e a elevada demanda fomentou o desenvolvimento de componentes no mercado paralelo.
Basta procurar um exemplar com bom histórico, pois ele é bem conhecido entre os reparadores independentes. É o carro ideal para quem não se preocupa com valor de revenda: ótima oportunidade para fazer um bom negócio na categoria.
Problemas e defeitos do Ecosport:
Correia dentada No motor Dragon 1.5 ela é projetada para durar 160.000 km, mas sua vida útil depende muito da regularidade com que as trocas de óleo foram realizadas: uso de lubrificante fora da especificação e diferente do Motorcraft também pode resultar em problemas.
Injeção direta O 2.0 tem baixa tolerância a combustível adulterado, que quase sempre resulta em queda na pressão da linha de combustível. Falhas em retomadas indicam problemas na bomba de alta pressão, mas também pode ser na de baixa.
Transmissão automática O câmbio 6F35 exige a substituição do fluido a cada 240.000 km, mas ainda assim pode ocorrer queda de pressão hidráulica devido à saturação do filtro. Mas está muito longe de ser problemático como o câmbio Powershift, de dupla embreagem, usado até essa reestilização.
Suspensão Ruídos e batidas secas são indícios de fim de vida útil para amortecedores, batentes, buchas e bieletas. A situação fica ainda mais crítica na versão Storm, com sua suspensão traseira independente.
Tração 4×4 Na Storm vale a pena verificar o estado do rolamento central do eixo cardã e se o óleo do diferencial traseiro foi substituído. A falta de um protetor de cárter facilita a identificação de danos causados em percursos fora de estrada.
Preço médio dos Ford Ecosport usados (KBB)
Preço das peças
A voz dos donos de EcoSport
Nome: Roberta Gomes da Cruz
Idade: 49 anos
Profissão: funcionária pública
Cidade: Piracicaba (SP)
O que eu adoro:
“É um projeto bem resolvido no espaço e conforto para os quatro ocupantes. Mecânica confiável de baixa manutenção: o motor tem boa reserva de torque e potência e a estabilidade é muito boa.”
O que eu odeio:
“O consumo de combustível poderia ser mais baixo, mas é adequado a um automóvel alto e com pneus largos. O porta–malas também poderia ser mais espaçoso.”
Nós dissemos
Agosto de 2017 “A versão FreeStyle (…) tem sete airbags, central multimídia, ar-
-condicionado digital, indicador de pressão de pneus e DRL (led de uso diurno). (…) Pequena, a carroceria do Eco tem 410 cm de comprimento, ou seja, é 23 cm menor que a do Renault Captur (…). Ainda que se defenda em espaço na cabine, o Eco continuará tendo no porta-malas o epicentro de suas críticas.”
Pense também em um:
Nissan Kicks usado: Oferece motor 1.6 e câmbio automático XTronic CVT e se destaca pela confiabilidade e pelo rendimento: bom desempenho e baixo consumo. Fez tanto sucesso que acabou nacionalizado em 2017: evite a versão de entrada S, pois nela os controles de tração e estabilidade são opcionais. Melhor partir para a intermediária SV, que em muitos casos traz o Pack Plus com airbags laterais e de cortina.