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Tesla Cybertruck finalmente é lançada, mas muito pior do que o previsto

Tesla Cybertruck estreia com design futurista, mas bem mais cara e com muito menos autonomia do que o previsto. Será que vingará assim mesmo?

Por Eduardo Passos
Atualizado em 1 dez 2023, 17h35 - Publicado em 1 dez 2023, 17h32

Uma das maiores “lendas” da história automotiva finalmente se tornou realidade: após anos de atraso e muitas expectativas, a Tesla Cybertruck finalmente foi lançada. A picape elétrica da Tesla é muito mais do que uma caminhonete elétrica e choca por seu design e algumas soluções ergonômicas. Algumas promessas de desempenho também impressionam, mas a realidade é mais amarga.

Parto complicado

Quando a Cybertruck foi apresentada, em 2019, picapes elétricas ainda eram ficção científica. A ambição de Musk era, mais uma vez, ser pioneiro, e estrear seu modelo no segmento que é, de longe, o mais popular do mercado norte-americano.

Mas aí vieram os atrasos. A ideia era que as vendas começassem em 2021, mas pandemia e desafios na produção mostraram que a Tesla foi otimista demais. Depois de quatro adiamentos, a novidade chegou só no final de 2023. E grande maioria dos primeiros clientes deve recebê-la a partir do ano que vem.

Retrovisores convencionais também não faziam parte do projeto
Retrovisores convencionais também não faziam parte do projeto (Divulgação/Tesla)

A promessa de preços também foi descumprida: haveria três versões, com um, dois ou três motores, e preços variando entre US$ 39.900 e US$ 69.900. No fim das contas, a Cybertruck topo de linha, trimotor de 857 cv, custa US$ 100.000, enquanto a básica sairá por US$ 61.000.

Sim, sairá, pois essa só chega às concessionárias, no mínimo, em 2025. O modelo intermediário, bimotor de 615 cv, também estreia agora, mas por US$ 80.000 frente aos US$ 49.900 prometidos.

Rodas de aro 22 são cobertas por calotas de plástico
Rodas de aro 22 são cobertas por calotas de plástico (Divulgação/Tesla)

A inflação de fato existiu. Mas, com base no CPI (índice de preços do consumidor dos EUA), os valores corrigidos apenas com base nesse aspecto variariam, aproximadamente, entre US$ 49.000 e US$ 86.000, da básica à mais completa.

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Carroceria é, alegadamente, blindada de fábrica... mas os vidros não!
Carroceria é, alegadamente, blindada de fábrica… mas os vidros não! (Reprodução/Twitter)

Autonomia frustrante, também

Outro ponto em que os números vieram abaixo do prometido foi no alcance da picape, que, no melhor dos casos, poderá fazer 544 km, segundo dados de fábrica. É bem menos que os mais de 800 km anunciados em 2019, e tal número só vale para a Cybertruck intermediária.

Caso deseje, o comprador pode acrescentar um extensor de alcance por US$ 16.000. É um pack de baterias extra, que rouba espaço da caçamba mas eleva a autonomia do modelo para 752 km. A Cyberbeast, por outro lado, vem de fábrica com alcance declarado de 512 km, enquanto a básica terá algo em torno de 400 km.

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Bateria generosa pode carregar outros veículos
Bateria generosa pode carregar outros veículos (Divulgação/Tesla)

Sem torque divulgado, a versão mais cara utiliza da tração integral para atingir máxima de 208 km/h. Ela, oficialmente, vai de 0 a 96 km/h em 2,6 s, mas há um outro asterisco: esse tempo desconsidera os primeiros 30,5 cm de deslocamento do carro, onde a inércia é grande. Logo, o mundo real deve mostrar que a Cybertruck realmente acelera muito, mas não tanto.

Ousadia presente

O que não muda, porém, é o atrevimento da picape, com formato completamente angulado e sem quase nenhuma curva pela carroceria. Sem dúvidas, é caso de “ame ou odeie”, e vai em sentido oposto à abordagem das concorrentes Rivian R1T, Ford F-150 Lightning e Chevrolet Silverado EV/GMC Sierra EV.

Painel da Cybertruck
Painel da Cybertruck (Divulgação/Tesla)

O uso de aço inoxidável promete aspecto que se destaca na rua, como se não bastasse a visão de um polígono tridimensional com 5,68 m de comprimento. A dificuldade em moldar as peças, supostamente, foi um dos motivos do atraso do modelo, e quem já viu a Cybertruck de perto destacou que várias unidades têm frestas aparentes na montagem.

Tesla Cybertruck (1)
(Divulgação/Tesla)
Blindada ou não?

Há controvérsias sobre o nível de blindagem da Cybertruck, que alegadamente aguentaria tiros de pistolas convencionais. O que, entretanto, é pouco discutível é o fato dos vidros não trazerem blindagem alguma. O jeito seria contar com a má mira dos agressores…

Todavia, completam o visual futurístico a caçamba (sem abertura elétrica) e a cobertura retrátil, que tampa completamente a visão do retrovisor central. Não há maçanetas, e para abrir as portas basta apertar botões nas colunas e puxar a própria peça em si.

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Tesla Cybertruck

Resta saber se isso funcionará no inverno pesado, onde o gelo costuma se acumular onde ficam os botões. Também chamou atenção da imprensa estrangeira as impressões digitais que ficam bem visíveis na lataria. A única opção de cor além do aço inox é, na verdade, um envelopamento em preto acetinado, que custa US$ 6.500.

Interior “simples”

Por dentro, a Tesla Cybertruck segue o design minimalista da Tesla, e sequer traz quadro de instrumentos. Essa função é cumprida pela central multimídia de 18,5”, que é acompanhada, na segunda fileira, por uma tela de 9,4”.

Comandos que incluem das setas aos limpadores de para-brisa ficam no volante hexagonal ou no display, que também controla a suspensão variável (com rodas de aro 22” com calotas de plástico) e os faróis de estilo “ciclope”. A automação veicular da Tesla está presente, com seu nível 2 segundo escala da SAE.

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O som promete ser bem acima da média, com 15 alto-falantes e 2 subwoofers. Mas fora isso, dois carregadores por indução e algumas entradas USB-C e teto solar panorâmico fixo, não há luxo aparente.

Dito isso, agora é a hora da verdade, quando testes independentes começarão a explorar o que, de fato, a Cybertruck tem a oferecer. Também veremos quantas reservas se transformarão em pedidos reais da caminhonete, que terá concorrência pesada.

Primeira unidade foi terminada em julho
Capacidade de produzir a picape em série é outro desafio a ser superado (Tesla/Twitter)

Por fim, o último desafio da Tesla pode ser causado pelo próprio sucesso: caso a demanda seja alta, podem ser gastos vários anos até que todas as unidades encomendadas sejam entregues aos donos. Esses são só os primeiros capítulos da aventura ousadaa da norte-americana.

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